Importância da suplementação mineral para bovinos de corte criados a pasto
Postado em: 20/03/2020 | 6 min de leitura
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Na pecuária de corte, para que o animal expresse o seu máximo potencial genético para ganho de peso, torna-se necessário o suprimento de suas exigências nutricionais, que incluem proteínas, energia, vitaminas e minerais. Nas condições exclusivas de criação em pastagens, toda a exigência dos nutrientes está disponível na forragem.
Entretanto, observa-se que, mesmo no verão, grande parte das vezes, o animal não é capaz de expressar o máximo desempenho em ganho de peso, quando mantidos exclusivamente em pastagens. Tudo isso é devido ao valor nutritivo das diferentes forragens utilizadas, nos diferentes sistemas de produção de bovinos de corte.
Entretanto, observa-se que, mesmo no verão, grande parte das vezes, o animal não é capaz de expressar o máximo desempenho em ganho de peso, quando mantidos exclusivamente em pastagens. Tudo isso é devido ao valor nutritivo das diferentes forragens utilizadas, nos diferentes sistemas de produção de bovinos de corte.
A fim de se obter o máximo de desempenho animal, é importante que se conheça o nutriente que limita a produção, viabilizando, portanto, a correta suplementação do mesmo, de forma a corrigir os outros fatores limitantes da produção.
A suplementação de animais em pastejo pode ser feita em até 0,5% do peso vivo (PV), sem decrescer o consumo de forragem. Quando o suplemento é totalmente adicionado à pastagem, entre 0,3 e1,0% PV proporciona, para cada 500g fornecidos, redução no consumo da pastagem de aproximadamente 300g.
Deficiência de minerais
Para que se entenda os efeitos da deficiência dos minerais, é necessário conhecer um pouco de suas funções. Em aspectos gerais, os minerais desempenham três tipos de funções essenciais, tanto para o organismo dos animais, quanto do homem: participação como componente estrutural dos tecidos corporais; atuação em tecidos e fluidos corporais como eletrólitos para manutenção do equilíbrio ácido-básico, pressão osmótica e permeabilidade das membranas celulares e, finalmente, atuam como ativadores de processos enzimáticos ou integrantes da estrutura de metalo-enzimas ou vitaminas.
Tais deficiências podem ocorrer em diversos níveis, partindo das deficiências severas, ocasionando perturbações mais ou menos características, até às deficiências leves, que apresentam sintomas inespecíficos, tais como desenvolvimento lento, problemas de fertilidade, baixo rendimento de carcaça e pouca produção de leite. Tais deficiências estão ligadas a áreas geográficas específicas. Em alguns casos, deficiências leves ou moderadas podem levar a sérios prejuízos econômicos, uma vez que reduzem a produtividade dos animais, constituindo um obstáculo à melhoria dos rebanhos.
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Suplementação mineral em pasto
A suplementação para bovinos em pastejo é empregada em situações em que o pasto apresenta deficiências que caracterizam impedimento na produção ou reprodução. Muitas vezes, o consumo do suplemento resulta em diminuição do consumo de forragem, devido ao efeito de substituição. Nesse critério o coeficiente de substituição pode ser definido como decréscimo no consumo de forragem. Sendo que, quanto melhor for a forragem, menor será o coeficiente de substituição pelo suplemento. Dessa forma, tal coeficiente pode refletir a manutenção de um consumo de energia em nível constante, ou a diminuição da digestão da fibra.
A suplementação dos animais em sistema de pasto deve ser realizada para atender os seguintes objetivos:
- promover a correção da deficiência de nutrientes da forragem;
- aumentar a capacidade de suporte das pastagens;
- fornecer aditivos ou promotores de crescimento;
- servir de via de fornecimento de medicamentos;
- auxiliar no manejo das pastagens.
Partindo desses propósitos, pode-se esperar um desempenho animal que seja, no mínimo, satisfatório, em reflexo de tal estratégia, que, sem dúvida, poderá resultar em aumento da taxa de ganho de peso, produção de leite e qualidade da carcaça a um custo acessível ao produtor.
Conforme demonstrado em estudo de Miles e McDowell (1983), em um experimento utilizando dois grupos, sendo um tratado como controle, com uso de cloreto de sódio e o outro recebendo suplementação mineral, há uma melhora significativa em índices tidos como determinantes de sucesso na produção animal.
TABELA 1 – Efeitos da suplementação e não suplementação em diversos índices de desempenho animal
Dentro dos aspectos gerais da suplementação mineral dos bovinos, deve-se ressaltar a importância do fósforo como sendo o componente mais importante na suplementação. Uma vez que o fósforo apresenta-se como sendo o macroelemento mais carente para bovinos em pastagens.
Os macrominerais mais importantes do sal mineral são:
- Cálcio (Ca);
- Fósforo (P);
- Magnésio (Mg);
- Enxofre (S);
- Sódio (Na);
- Cloro (Cl);
- Potássio (K).
E os microminerais são:
- Ferro (Fe);
- Zinco (Zn);
- Cobre (Cu);
- Iodo (I);
- Manganês (Mn);
- Flúor (F);
- Molibdênio (Mo);
- Cobalto (Co);
- Selênio (Se);
- Cromo (Cr);
- Níquel (Ni);
- Vanádio (V);
- Silício (Si).
Normalmente esses elementos fazem parte da mistura mineral disponível no comércio, mas é importante comprar o produto de empresas idôneas e, em caso de dúvida, coletar amostra do produto e enviar para análise.
Muitas vezes, embora seja feita a suplementação mineral, esta é feita de forma errônea, subestimando os efeitos que poderiam ser alcançados. Isso ocorre ou por erro humano no momento do manejo dentro da propriedade rural, ou por aspectos comerciais, relativos à produção, onde são utilizadas matérias-primas de baixa disponibilidade biológica. Na maioria dos casos, isso ocorre devido à utilização de subprodutos na formulação dos suplementos.
Ainda dentro da questão das fontes de minerais para a fabricação de suplementos, deve-se considerar que diferentes fontes de fósforo são tradicionalmente utilizadas. Em algumas dessas fontes, têm-se elementos que se apresentam em formas químicas complexas, estando pouco disponíveis ao metabolismo animal. Sendo assim, o conhecimento acerca da eficiência biológica dos elementos nas diferentes fontes é de suma importância. Todos esses aspectos refletem na seguinte questão, onde o principal não é a determinação em análise química dos níveis de concentração de um elemento no suplemento, e sim o conhecimento de sua disponibilidade biológica.
Apesar da grande variação existente entre desempenhos e consumo, podemos observar um aumento no diferencial de ganho de peso com a suplementação. Alguns fatores, tais quais o estado fisiológico do animal e a qualidade da forragem, bem como a composição do suplemento, afetam, de maneira expressiva, o diferencial de ganho entre os diversos tratamentos aplicados.
Observa-se ainda que, em animais em crescimento, que apresentam maiores potenciais de ganho, são a categoria que apresenta melhor resposta à suplementação nas águas, embora se utilize suplementos de baixo consumo. No entanto, em animais em terminação, o consumo no período chuvoso indica que, à medida que se eleva o consumo do suplemento, é observado também um aumento no desempenho animal. Contudo, acima de 1% do peso vivo pode haver limitações em função do efeito de substituição. As respostas observadas nesta categoria são menores que aquelas observadas nos indivíduos em crescimento, uma vez que apresentam divergência de exigências.
Dicas para uso de sal mineral
- Use sempre um bom sal mineral. Caso prefira misturar o sal na própria fazenda, convém consultar um técnico para fazer o balanceamento da mistura que deve ser de acordo com as exigências nutricionais dos animais.
- Com relação aos cochos onde se coloca o sal mineral, o ideal é que sejam cobertos, que fiquem bem localizados e que não fiquem ilhados por acúmulo de água.
- Ofereça no mínimo seis centímetros lineares de cocho para cada unidade animal atendida por esse cocho, pois o pior cenário não é ter o sal mineral molhado pela chuva, mas a falta de espaço linear mínimo de cocho. No entanto, ao usar cochos não cobertos, é aconselhável ter um monitoramento e abastecimento mais intensivo, uma vez que a umidade ajuda a empedrar o sal, o que prejudica seu consumo, de acordo com Raposo.
Mais informações:
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Fontes consultadas:
Suplementação mineral de bovinos de corte em pasto, FREITAS FILHO, J. R., RIGO, E.J.(https://www.fazu.br/ojs/index.php/posfazu/article/viewFile/456/348)
Sal proteinado x sal mineral: quando usar? (https://www.educapoint.com.br/v2/blog/pecuaria-leite/sal-proteinado-sal-mineral-quando-usar/)