Os desafios para implementação do 5G em propriedades rurais
Postado em: 20/05/2022 | 6 min de leitura
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A tecnologia 5G representa uma grande oportunidade para a melhoria da competitividade da agricultura brasileira, trazendo mais eficiência, aumento de produtividade e redução de custos. Mas para que os produtores possam se beneficiar dessa inovação é preciso superar, principalmente, os desafios de infraestrutura e ampliar a conectividade.
A rede 5G é a quinta geração das redes móveis que representa um grande salto evolutivo em relação à rede usada atualmente, que é a 4G. O que vemos, de fato, é uma evolução. Na era do 2G, somente era possível fazer chamadas de voz por telefone. Com o 3G, foi possível incorporar as mensagens de texto, pois visava dar conta dos dados. O 4G permitiu o uso da internet nos dispositivos móveis, permitindo o uso de vídeos e aplicativos. Agora o 5G permitirá uma velocidade 20 vezes mais rápida de processamento de informações do que a do 4G.
Esse aprimoramento da 5G vem em resposta não mais necessariamente à maior quantidade de dados, mas sim, pelo crescimento do número de dispositivos sem fio que existem em todo o mundo. Assim, o 5G se tornará um forte aliado da internet das coisas. Além disso, o 5G será a primeira rede projetada para ser escalável, versátil e eficiente em termos de consumo energético.
O que será possível com as redes 5G?
Em 2014, foram estabelecidos alguns critérios pelo GSMA, uma organização internacional formada por mais de 1200 operadoras de rádio, internet e telefonia móvel, para guiar o processo de implantação das redes 5G. Entre esses critérios, podemos destacar:
- As redes 5G devem consumir até 90% menos energia que as redes 4G atuais;
- Os tempos de conexão entre aparelhos móveis devem ser inferiores a 5 ms (milissegundos), face à latência de 30 ms das redes 4G;
- O número de aparelhos conectados por área devem ser 50 a 100 vezes maior que o atual;
- Devem ser realizados aumentos drásticos na duração da bateria de dispositivos rádio receptores.
Após a instalação da infraestrutura das redes 5G, a redução do consumo de energia poderá diminuir os custos futuros, além de torná-la mais ecológica. O tempo de latência reduzido, por sua vez, possibilitará a comunicação entre veículos autônomos, permitirá o desenvolvimento de sistemas de segurança que evitem acidentes automobilísticos, além de possibilitar a realização de cirurgias remotas por meio de robôs.
5G no agro
De acordo com Silvia Massruhá, chefe geral da Embrapa Agricultura Digital e membro da Câmara do Agro 4.0 coordenada pelos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em uma entrevista para o blog Sygenta Digital, apenas 23% das áreas rurais são cobertas com a conectividade atualmente.
Segundo ela, existe relatório que o Ministério da Agricultura fez recentemente sobre a conectividade no campo que simulou dois cenários: um primeiro cenário duplicando o número de antenas. “Hoje, temos 4.400 torres e antenas. Duplicando, ampliaríamos a cobertura para 48%. Já no cenário 2, se aumentarmos o número de antenas para 15 mil antenas, aumentaríamos a conectividade para 90%”, disse ela nessa entrevista.
“Eles também estimaram sobre o valor bruto da produção. Em um primeiro cenário, teríamos um valor bruto de produção com aumento de 47 bilhões de reais. No segundo cenário com aumento de aproximadamente 100 bilhões. Só isso já mostra o peso da conectividade, o impacto econômico que isso pode ter nesse setor que tem puxado a economia do país.”
Com a maior velocidade de conexão, é possível garantir uma agilidade superior no processamento de informações on-line, como o tratamento de dados brutos gerados, por exemplo, por estações agrometeorológicas, além do ganho em relação ao uso de imagens via satélite, favorecendo o desempenho de máquinas automatizadas, como colheitadeiras que estimam a produtividade por talhão, e na aplicação de drones para monitoramento de pragas e plantas daninhas.
Para Massruhá, tecnologias como o 5G são determinantes e essenciais para o produtor rural. “O desafio é transformar todos esses dados em informações úteis que permitam a tomada imediata de decisões”, afirmou a pesquisadora.
Ela também afirma que segundo dados da ONU, o mundo tem que alimentar 9 bilhões de pessoas em 2050. Para isso, é esperado que a produção de alimentos aumente 70% e que 40% venha do Brasil. “Mas quando falamos em aumentar, estamos dizendo aumentar com sustentabilidade nas três dimensões: econômica, ambiental e social. E para que isso possa ocorrer vamos ter que usar essas tecnologias digitais. Elas são uma maneira de aumentar a produtividade, com menos expansão de área, garantir a segurança alimentar, garantir que os alimentos também sejam seguros, além de ajudarem a garantir a competitividade.”
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Desafios
No Brasil, segundo ela, a minoria é considerada grande produtor, sendo os demais pequenos e médios produtores. “E são os pequenos que têm mais dificuldade de entender como a tecnologia digital pode agregar valor no processo de produção dele, ajudar a melhorar custos ou melhorar o modelo de negócios dele.”
Assim, será preciso fazer um trabalho de inclusão digital e inclusão cultural.
Massruhá citou um estudo na Embrapa com parceria com Sebrae nacional, realizado de abril a junho do ano passado de 2021, quando foram entrevistados aproximadamente 1000 produtores rurais e prestadores de serviço.
“Desses, 67% eram produtores e 33% prestadores. O interessante é que 85% deles responderam que utilizam pelo menos uma tecnologia digital mas é muito diferente a percepção. 70% dos respondentes têm até 70 hectares, 25% dos entrevistados têm 500 hectares e o 5% acima de 500 hectares.”
Assim, fica clara a diversidade no Brasil. “Às vezes usar um aplicativo de mensagem para entrar em contato com a extensão rural, cooperativa, associação de produtores já é usar tecnologia digital. Já para outros produtores, o entendimento de usar tecnologia digital é usar drones para aplicação, utilização de defensivos.”
Para ela, a tecnologia digital pode ajudar na democratização ou ajudar os pequenos a ter mais escala. “Mesmo que eles ainda não tenham capacidade de investimento para comprar tecnologia, às vezes podem fazer isso através de uma associação de produtores, de cooperativas. Um drone, por exemplo, pode ser usado de maneira compartilhada.”
Um ponto que foi importante nesse processo foi a necessidade de digitalização durante a pandemia, pois os produtores precisaram utilizar plataformas on-line para compra de insumos e produtos, de forma que isso se tornou um acelerador para as novas tecnologias, já sendo um início de uma inclusão digital.
Essa percepção dos pequenos produtores de que a tecnologia é algo inacessível mudou na pandemia. Nela, o produtor precisou de uma plataforma online para compra dos insumos e produtos, precisou de usar um app de delivery para entrega dos produtos…. A pandemia funcionou como um acelerador para as novas tecnologias. Iniciou uma inclusão digital básica.
Para Jeferson D’Addario é CEO do Grupo DARYUS, em um artigo para a Revista Globo Rural, é preciso também ter cuidado com a cibersegurança. Segundo ele, o agronegócio pode se tornar alvo de cibercriminosos e, por isso, o setor precisa investir em cibersegurança, gestão de segurança da informação e privacidade.
Mais informações:
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Fonte:
Segurança digital e os desafios para implementar o 5G no agronegócio (https://revistagloborural.globo.com/Noticias/Opiniao/Vozes-do-Agro/noticia/2022/04/ciberseguranca-os-desafios-para-implementacao-do-5g-no-agronegocio.html)
5G e a conectividade no campo: entrevista com Embrapa Agricultura Digital (https://blog.syngentadigital.ag/entrevista-embrapa-5g-no-campo/)
O que o agronegócio ganha com o 5G? (https://www.bartdigital.com.br/post/o-que-o-agronegócio-ganha-com-o-5g)
Por que o 5G vai mudar sua vida (mesmo que você não tenha nem 4G) (https://tecnoblog.net/responde/5g-vai-mudar-sua-vida/)
Rede 5G (https://mundoeducacao.uol.com.br/informatica/rede-5g.htm)
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