Leite de caixinha: há algum mistério?
Postado em: 17/08/2023 | 5 min de leitura
Escrito por: Luma Maria Souza Machado
O leitor já deve ter ouvido algum boato sobre o leite de caixinha e pensou “Como assim, o leite dentro da caixa pode durar até 4 meses? Com certeza tem alguma coisa errada aqui”. Frequentemente este produto está nos holofotes da mídia e na maior parte dos casos devido à algumas fake news que podem existir por um motivo: as pessoas desconfiam do que elas não conhecem.
Sabemos que há muitas dúvidas sobre o leite de caixinha (UHT) e em um cenário onde essa produção só aumenta, inclusive com a implementação de novas fábricas, não é má ideia compreender como é feito, qual a diferença para o leite pasteurizado e se há ou não conservantes. Já adianto para vocês, não tem mistério, é tecnologia e processos bem definidos e encaixados!
Sabemos que há muitas dúvidas sobre o leite de caixinha (UHT) e em um cenário onde essa produção só aumenta, inclusive com a implementação de novas fábricas, não é má ideia compreender como é feito, qual a diferença para o leite pasteurizado e se há ou não conservantes. Já adianto para vocês, não tem mistério, é tecnologia e processos bem definidos e encaixados!
Leite de caixinha, o que é?
Também conhecido como leite longa vida ou leite UHT (Ultra High Temperature) é o leite homogeneizado que é submetido, durante 2 a 4 segundos, a uma temperatura de 130ºC, mediante processo térmico de fluxo contínuo e que é imediatamente resfriado a uma temperatura abaixo de 32ºC, envasado sob condições assépticas em embalagens estéreis e hermeticamente fechadas. Como podemos ver, não há nenhum mistério aí.
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De modo geral, o leite UHT é a soma de dois conceitos básicos: tratamento térmico e assepsia. O primeiro, se aquece os alimentos eliminando os microorganismos causadores de doenças e ainda, retarda a decomposição. Isto atua além do leite, na carne, na batata ou seja na maioria dos alimentos, uma vez que, quase nada que comemos é cru. O segundo, a assepsia,que garante a não contaminação de embalagens.
Resumidamente as bactérias são mortas e portanto o produto não sofre ação de decomposição delas e em seguida é colocado em recipiente estéril que manterá a assepsia do produto, ou seja sem bactérias se alimentando de leite e produzindo metabólitos que causarão a deterioração. Falando assim, parece fácil, mas foram anos de evolução e de investimento em tecnologia para permitir a aplicação prática desses conceitos a nível industrial.
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De modo geral, o leite UHT é a soma de dois conceitos básicos: tratamento térmico e assepsia. O primeiro, se aquece os alimentos eliminando os microorganismos causadores de doenças e ainda, retarda a decomposição. Isto atua além do leite, na carne, na batata ou seja na maioria dos alimentos, uma vez que, quase nada que comemos é cru. O segundo, a assepsia,que garante a não contaminação de embalagens.
Resumidamente as bactérias são mortas e portanto o produto não sofre ação de decomposição delas e em seguida é colocado em recipiente estéril que manterá a assepsia do produto, ou seja sem bactérias se alimentando de leite e produzindo metabólitos que causarão a deterioração. Falando assim, parece fácil, mas foram anos de evolução e de investimento em tecnologia para permitir a aplicação prática desses conceitos a nível industrial.
Como o leite caixinha é feito?
O processo de produção do leite de caixinha envolve várias etapas para garantir a qualidade, segurança e durabilidade do produto. Aqui está um resumo geral do processo:
- Obtenção do leite: o leite é coletado em fazendas reunido em grandes tanques no caminhão e silos maiores no laticínio, e então passará por inspeção com testes que detectam fraudes e possíveis contaminações com moléculas não permitidas (ex antibióticos) e também outros testes para garantir que esteja livre de impurezas, doenças e bactérias prejudiciais.
- Pasteurização: o leite cru é aquecido a uma temperatura alta o suficiente para matar bactérias patogênicas e enzimas que podem causar deterioração. A pasteurização garante a segurança alimentar e prolonga a vida útil do leite.
- Resfriamento: o leite então é rapidamente resfriado para evitar o crescimento de bactérias remanescentes e manter sua qualidade já que bactérias precisam de substrato para crescimento e temperatura adequada.
- Homogeneização: neste processo o leite é submetido à homogeneização para quebrar as partículas de gordura em tamanhos uniformes. Isso impede que a gordura se separe do restante do leite, resultando em uma textura mais uniforme.
- Envase asséptico: coloca-se o leite em embalagens assépticas (caixas de papelão multicamadas com revestimento interno) que protegem o leite da luz e do ar, preservando sua qualidade e durabilidade.
- Tratamento térmico: as embalagens de leite são submetidas a tratamento térmico para eliminar quaisquer bactérias restantes e prolongar a vida útil do produto. Esse tratamento geralmente envolve o aquecimento do leite a temperaturas específicas por um curto período de tempo.
- Selagem: As embalagens são seladas hermeticamente para evitar a entrada de ar e contaminação.
- Embalagem e distribuição: As embalagens de leite são colocadas em caixas maiores para facilitar o transporte e distribuição. Por fim, o leite de caixinha é então enviado para supermercados e lojas de alimentos.
Vale ressaltar que diferentes fabricantes podem ter processos ligeiramente diferentes, mas essas etapas principais são comuns na produção de leite de caixinha. A embalagem asséptica é especialmente importante, pois permite que o leite seja mantido sem a necessidade de refrigeração até ser aberto. Uma vez aberto, o leite precisa ser refrigerado e consumido dentro de um período relativamente curto para evitar a deterioração.
Leite pasteurizado e o UHT qual a diferença?
Essa pergunta é bem frequente e dá margens para muitas dúvidas já que o leite pasteurizado também passa por um tratamento térmico e é logo envasado. Sendo assim, qual a diferença? A diferença está na magnitude dos tratamentos.
O leite pasteurizado é aquecido a uma temperatura moderada, geralmente em torno de 72°C a 85°C, por um curto período de tempo, geralmente de 15 a 30 segundos, e depois rapidamente resfriado. O tratamento do envase também é diferente. O leite pasteurizado é colocado em sacos ou garrafas previamente limpas, mas o ambiente não é estéril.
Quer entender mais sobre as tecnologias de leite e derivados lácteos? Sabe como o leite UHT, o leite em pó, a manteiga, e até mesmo o sorvete, são produzidos? Acesse o curso "Tecnologias de leite e derivados lácteos", clicando aqui e fique por dentro!
O leite pasteurizado é aquecido a uma temperatura moderada, geralmente em torno de 72°C a 85°C, por um curto período de tempo, geralmente de 15 a 30 segundos, e depois rapidamente resfriado. O tratamento do envase também é diferente. O leite pasteurizado é colocado em sacos ou garrafas previamente limpas, mas o ambiente não é estéril.
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Leite de caixinha tem conservante?
Vamos direto ao ponto! Os conservantes não são necessários e nem mesmo permitidos. O que pode ser adicionado na produção são aditivos (fosfatos) em algum momento antes do processo de esterilização. Qual a razão? O motivo é que estes fosfatos auxiliam as proteínas do leite a resistirem altas temperaturas sem precipitar. No final isso garante que o leite não separe fases dentro da caixinha e que o equipamento funcione por mais tempo sem paradas.
Lembrando que o leite brasileiro ainda conta com alta contagem de células somáticas e que isso atua como alterador de pH e assim menor estabilidade a altas temperaturas. Para leites de alta qualidade, em geral, a adição de estabilizantes não é necessária. De toda forma os poucos estabilizantes utilizados são permitidos por regulamentação específica, não prejudicando em nada a saúde do consumidor.
Como podemos perceber neste artigo, não há nenhum mistério na produção do leite longa vida. É apenas uma sucessão bem definida de processos que são encaixados de maneira correta visando uma melhor e maior segurança alimentar aos consumidores.
Fonte: MilkPoint
Lembrando que o leite brasileiro ainda conta com alta contagem de células somáticas e que isso atua como alterador de pH e assim menor estabilidade a altas temperaturas. Para leites de alta qualidade, em geral, a adição de estabilizantes não é necessária. De toda forma os poucos estabilizantes utilizados são permitidos por regulamentação específica, não prejudicando em nada a saúde do consumidor.
Como podemos perceber neste artigo, não há nenhum mistério na produção do leite longa vida. É apenas uma sucessão bem definida de processos que são encaixados de maneira correta visando uma melhor e maior segurança alimentar aos consumidores.
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