Novas alternativas de cultivares de forrageiras: características e potenciais de produção
Postado em: 24/01/2020 | 8 min de leitura
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A Embrapa vem desenvolvendo desde a década de 1980, diversos programas de melhoramento de forrageiras tropicais e de clima temperado, visando o aumento da produtividade animal. Muitas cultivares já foram disponibilizadas no mercado.
Para um país da dimensão do Brasil, com 172 milhões de hectares de pastagens, a busca por novas cultivares adaptadas a cada canto do país deve ser incessante para se atingir e aprimorar a sustentabilidade tão desejada.
A primeira característica que normalmente se melhora em um programa de melhoramento é a produção forrageira, por ser a de mais fácil mensuração e seleção e que dá o maior retorno ao sistema de produção. Assim, baseadas neste critério principal, foram liberadas as cultivares de Brachiaria ‘Xaraés’ e as de P. maximum ‘Tanzânia’ e ‘Mombaça’.
A segunda característica que normalmente é melhorada, após aumentos de produtividade, é o valor nutritivo, o que em forrageiras se traduz em aumento das porcentagens de proteína e digestibilidade com redução de fibras. Nos programas de Brachiaria a cultivar híbrida BRS Ipyporã foi liberada neste sentido e em P. maximum as cultivares híbridas BRS Tamani e BRS Quênia.
Outros objetivos dos programas de melhoramento são a resistência a estresses bióticos e abióticos. Como exemplo do melhoramento para resistência às cigarrinhas-das-pastagens tem-se a obtenção da Brachiaria ‘BRS Ipyporã’ e para resistência a mancha foliar causada pelo fungo Bipolaris maydis o P. maximum ‘BRS Zuri’.
Novas alternativas de cultivares
As cultivares lançadas pela Embrapa resultaram de um esforço conjunto de várias de suas unidades de pesquisa e de suas equipes de pesquisadores, associadas a instituições estaduais e federais de pesquisa, bem como, com a significativa contribuição de várias universidades.
Histórica e cronologicamente as cultivares liberadas e ainda utilizadas nos dias atuais são:
Brachiaria brizantha ‘Marandu’ (braquiarão)
Brachiaria brizantha cv. Marandu - Foto: BELTRAME, Ricardo Paino
A cultivar foi lançada ao mercado em 1984. Ela é originária do Zimbábue, África, e foi introduzida no Brasil em 1967. Durante mais de 20 anos ela foi a braquiária mais produtiva do mercado e até hoje ocupa cerca de 40% das
pastagens no país. Entretanto, nos últimos 10 anos ela vem sofrendo com a síndrome da morte do braquiarão, principalmente no norte do país, onde ocorre a morte da pastagem em áreas que acumulam água no solo.
Panicum maximum ‘Tanzânia-1’
Panicum maximum cv Tanzânia - Foto: BELTRAME, Ricardo Paino
Primeiro lançamento realizado em 1990, a partir da coleção de germoplasma da África coletada pela França que foi introduzida na Embrapa. É uma forrageira de alta qualidade, com 80% mais produção de massa de folhas, 6% mais crescimento na seca e 32% maior produção de sementes do que o ‘Colonião’, a cultivar utilizada na época. Essa maior qualidade resultou em maior ganho por animal e por área, além disso, é mais fácil de ser manejada por ser de porte médio e ter alto teor de folhas. Por ser suscetível ao fungo Bipolaris maydis está atualmente sendo substituída por outras cultivares.
Panicum maximum ‘Mombaça’
Panicum maximum cv. Mombaça - Foto: Dalízia Aguiar
O segundo lançamento da coleção, lançado em 1993, com 27% maior produção de massa de folhas que a ‘Tanzânia’, o que também resultou em 28% maior ganho por animal do que a ‘Tanzânia-1’ no Paraná. É a cultivar de P. maximum mais plantada no Brasil devido a sua elevada produção e sanidade.
Panicum maximum ‘Massai’
Capim Massai - Foto: Alva, Rodrigo Carvalho
Terceira cultivar da coleção, lançada em 2001. É uma cultivar de porte baixo (até 90 cm) com folhas finas e alto perfilhamento, cobrindo bem o solo e de grande persistência. Apesar do porte baixo tem 14% maior produção de folhas do que o ‘Colonião’, com a vantagem de ser de mais fácil manejo. É a mais rústica das cultivares da espécie e, atualmente, tem se despontado em áreas onde outras cultivares normalmente não se adaptariam, como em climas mais secos da região Nordeste ou em solos menos férteis. Tem também sobrevivido bem em algumas áreas onde ocorre a síndrome da morte do braquiarão.
Brachiaria brizantha ‘Xaraés’
Brachiaria brizantha cv. Xaraés - Foto: BRITO, Cristina
Primeiro lançamento realizado em 2002 da coleção recebida na década de 1980 do CIAT. É uma forrageira produtiva de porte alto, com grande produção de massa de folhas, alta capacidade de suporte e rápida rebrota quando comparada à ‘Marandu’. Produziu 120 kg de peso vivo a mais do que a ‘Marandu’ nos cerrados. Apesar de mostrar-se hospedeira de cigarrinhas em condições controladas, não apresenta danos em condições de pastejo.
Stylosanthes ‘Campo Grande’
É uma mistura física das sementes das espécies S. capitata e S. macrocephala na proporção de 80%:20% e foi lançada em 2001. Dez populações de alta produtividade de sementes foram intercruzadas por seis gerações para compor a população de S. capitata. Cinco acessos resistentes à antracnose foram intercruzados para compor a população de S. macrocephala. O estilosantes-campo-grande é recomendado para solos leves ou mistos de média fertilidade para uso em consorciação com gramíneas ou como banco de proteína. A consorciação com B. decumbens resultou em 9 a 30% maior ganho de peso por animal do que na gramínea solteira, além de contribuir com a manutenção do teor de matéria orgânico no solo. Recentemente, novas cultivares foram liberadas no mercado. A seguir algumas das principais características das novas cultivares de Brachiaria e P. maximum:
Brachiaria brizantha ‘BRS Piatã’
Capim Piatã - Foto: Aguiar, Dalízia Montenário
Segundo lançamento da coleção, realizado em 2007, é a primeira cultivar de Brachiaria brasileira, protegida no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A cultivar apresenta uma melhor distribuição da produção de matéria seca, especialmente no período crítico da seca. Diferencia-se das outras cultivares de B. brizantha por apresentar inflorescências com até 12 rácemos. Tem resistência às cigarrinhas típicas de pastagens e é adaptada a solos de média fertilidade. Por florescer no início do verão, entra no período seco vegetativa, ou seja, com melhor qualidade. Em pastagens no Mato Grosso do Sul apresentou 45 kg a mais de peso vivo por hectare ano do que a ‘Marandu’, e 12% mais ganho por animal dia-1 na estação seca.
Brachiaria humidicola ‘BRS Tupi’
Foto: Agência de Notícias - Embrapa
Terceiro lançamento da coleção, é a primeira cultivar selecionada de B. humidicola no Brasil e protegida no MAPA. Foi liberada em 2012. É adaptada aos solos de baixa a média fertilidade e mal drenados, e apresenta um estabelecimento mais rápido, melhor produtividade total e de folhas e melhor relação folha:colmo, especialmente no período crítico da seca. Apresenta intenso perfilhamento na primavera, necessitando de manejo intenso para evitar acamamento. A cultivar permite a multiplicação das cigarrinhas típicas de pastagens, mas é resistente por tolerância. Seu desempenho na seca em Mato Grosso do Sul foi superior ao da humidícola comum, enquanto sustentou uma lotação mais alta no período das águas. No ano, sua produção foi 16,4% superior.
Brachiaria brizantha ‘BRS Paiaguás’
Brachiaria brizantha cv BRS Paiaguás - Foto: LOBATO, Breno
Quarto lançamento da coleção e a segunda cultivar da espécie a ser protegida no MAPA, foi liberada em 2013. Suas vantagens são o ganho individual e por área durante o período seco e facilidade de manejo pelo alto acúmulo de folhas. Cobre muito bem o solo e é ótima na integração com lavoura na safrinha, por não competir com a cultura e ser de fácil dessecação por herbicidas. Entretanto, essa cultivar não apresenta resistência às cigarrinhas-das-pastagens, e, portanto, não deverá ser utilizada em áreas com histórico de problemas com esses insetos.
Panicum maximum ‘BRS Zuri’
Panicum maximum BRS Zuri sob pastejo - Foto: RAMOS, Allan Kardec Braga
Quarto lançamento da espécie da coleção, realizado em 2014, e é a primeira cultivar da espécie protegida no MAPA. Apresenta as folhas mais largas de todas as cultivares da espécie lançadas. É uma cultivar produtiva com alto teor proteico, de rápida rebrota e mais fácil manejo do que as cultivares ‘Tanzânia’ e ‘Mombaça’. Ela foi lançada por apresentar alto grau de resistência ao fungo foliar Bipolaris maydis, fungo causador da mancha foliar, ao qual a ‘Tanzânia’ é suscetível. A ‘BRS Zuri’ resultou em ganhos por animal por dia e por área de 9 a 13% maiores que com as cultivares ‘Tanzânia’ e ‘Mombaça’ avaliadas respectivamente no Acre e em Mato Grosso do Sul.
Panicum maximum ‘BRS Tamani’
BRS Tamani - Foto: Bastos, Fabiano
É o primeiro híbrido de P. maximum obtido a partir do cruzamento entre dois genótipos pré-selecionados da coleção na Embrapa Gado de Corte. A cultivar foi protegida no MAPA e lançada em 2015. É de porte baixo, com longas folhas finas e decumbentes de alta qualidade, com alto perfilhamento. Apresenta maior ganho por animal que o ‘Massai’, devido à sua maior qualidade e também apresenta a maior facilidade de manejo de todas as cultivares da espécie.
Panicum maximum ‘BRS Quênia’
Capim Quênia - Foto: Alva, Rodrigo Carvalho
É o segundo híbrido de P. maximum lançado no comércio a partir do cruzamento entre dois genótipos pré-selecionados da coleção na Embrapa Gado de Corte. A cultivar foi protegida no MAPA e lançada em 2017. Apresenta porte médio alto, com folhas médio-estreitas de alta qualidade. Entre as forrageiras de porte médio a alto, é a que apresenta maior facilidade de manejo devido à sua abundância de folhas em colmos tenros que não alongam facilmente. Apresenta 17% maior ganho por animal e por área que o ‘Mombaça’ em experimento realizado no bioma Cerrados e 9 e 32% maior ganho por área e por animal, no bioma Amazônia comparado à ‘Tanzânia’.
Brachiaria ruziziensis x B. brizantha ‘BRS Ipyporã’
Brachiaria ruziziensis x B. brizantha ‘BRS Ipyporã’
É o primeiro híbrido de Brachiaria desenvolvido e lançado pela Embrapa. É resultado do cruzamento entre acessos não comerciais de B. ruziziensis e B. brizantha da coleção. Foi protegido no MAPA e foi lançado em 2017. É a primeira cultivar de Brachiaria resistente a todas as cigarrinhas-das-pastagens, inclusive a Mahanarva spp. Com elevada porcentagem de folhas de alta qualidade, a cultivar resulta em 17% maior ganho em peso por animal comparada à ‘Marandu’.
Se você quiser aprender muito mais sobre gramíneas e pastagens, o EducaPoint oferece uma série de cursos com essa temática.
Para um país da dimensão do Brasil, com 172 milhões de hectares de pastagens, a busca por novas cultivares adaptadas a cada canto do país deve ser incessante para se atingir e aprimorar a sustentabilidade tão desejada.
A primeira característica que normalmente se melhora em um programa de melhoramento é a produção forrageira, por ser a de mais fácil mensuração e seleção e que dá o maior retorno ao sistema de produção. Assim, baseadas neste critério principal, foram liberadas as cultivares de Brachiaria ‘Xaraés’ e as de P. maximum ‘Tanzânia’ e ‘Mombaça’.
A segunda característica que normalmente é melhorada, após aumentos de produtividade, é o valor nutritivo, o que em forrageiras se traduz em aumento das porcentagens de proteína e digestibilidade com redução de fibras. Nos programas de Brachiaria a cultivar híbrida BRS Ipyporã foi liberada neste sentido e em P. maximum as cultivares híbridas BRS Tamani e BRS Quênia.
Outros objetivos dos programas de melhoramento são a resistência a estresses bióticos e abióticos. Como exemplo do melhoramento para resistência às cigarrinhas-das-pastagens tem-se a obtenção da Brachiaria ‘BRS Ipyporã’ e para resistência a mancha foliar causada pelo fungo Bipolaris maydis o P. maximum ‘BRS Zuri’.
Novas alternativas de cultivares
As cultivares lançadas pela Embrapa resultaram de um esforço conjunto de várias de suas unidades de pesquisa e de suas equipes de pesquisadores, associadas a instituições estaduais e federais de pesquisa, bem como, com a significativa contribuição de várias universidades.
Histórica e cronologicamente as cultivares liberadas e ainda utilizadas nos dias atuais são:
Brachiaria brizantha ‘Marandu’ (braquiarão)
Brachiaria brizantha cv. Marandu - Foto: BELTRAME, Ricardo Paino
A cultivar foi lançada ao mercado em 1984. Ela é originária do Zimbábue, África, e foi introduzida no Brasil em 1967. Durante mais de 20 anos ela foi a braquiária mais produtiva do mercado e até hoje ocupa cerca de 40% das
pastagens no país. Entretanto, nos últimos 10 anos ela vem sofrendo com a síndrome da morte do braquiarão, principalmente no norte do país, onde ocorre a morte da pastagem em áreas que acumulam água no solo.
Panicum maximum ‘Tanzânia-1’
Panicum maximum cv Tanzânia - Foto: BELTRAME, Ricardo Paino
Primeiro lançamento realizado em 1990, a partir da coleção de germoplasma da África coletada pela França que foi introduzida na Embrapa. É uma forrageira de alta qualidade, com 80% mais produção de massa de folhas, 6% mais crescimento na seca e 32% maior produção de sementes do que o ‘Colonião’, a cultivar utilizada na época. Essa maior qualidade resultou em maior ganho por animal e por área, além disso, é mais fácil de ser manejada por ser de porte médio e ter alto teor de folhas. Por ser suscetível ao fungo Bipolaris maydis está atualmente sendo substituída por outras cultivares.
Panicum maximum ‘Mombaça’
Panicum maximum cv. Mombaça - Foto: Dalízia Aguiar
O segundo lançamento da coleção, lançado em 1993, com 27% maior produção de massa de folhas que a ‘Tanzânia’, o que também resultou em 28% maior ganho por animal do que a ‘Tanzânia-1’ no Paraná. É a cultivar de P. maximum mais plantada no Brasil devido a sua elevada produção e sanidade.
Panicum maximum ‘Massai’
Capim Massai - Foto: Alva, Rodrigo Carvalho
Terceira cultivar da coleção, lançada em 2001. É uma cultivar de porte baixo (até 90 cm) com folhas finas e alto perfilhamento, cobrindo bem o solo e de grande persistência. Apesar do porte baixo tem 14% maior produção de folhas do que o ‘Colonião’, com a vantagem de ser de mais fácil manejo. É a mais rústica das cultivares da espécie e, atualmente, tem se despontado em áreas onde outras cultivares normalmente não se adaptariam, como em climas mais secos da região Nordeste ou em solos menos férteis. Tem também sobrevivido bem em algumas áreas onde ocorre a síndrome da morte do braquiarão.
Brachiaria brizantha ‘Xaraés’
Brachiaria brizantha cv. Xaraés - Foto: BRITO, Cristina
Primeiro lançamento realizado em 2002 da coleção recebida na década de 1980 do CIAT. É uma forrageira produtiva de porte alto, com grande produção de massa de folhas, alta capacidade de suporte e rápida rebrota quando comparada à ‘Marandu’. Produziu 120 kg de peso vivo a mais do que a ‘Marandu’ nos cerrados. Apesar de mostrar-se hospedeira de cigarrinhas em condições controladas, não apresenta danos em condições de pastejo.
Stylosanthes ‘Campo Grande’
É uma mistura física das sementes das espécies S. capitata e S. macrocephala na proporção de 80%:20% e foi lançada em 2001. Dez populações de alta produtividade de sementes foram intercruzadas por seis gerações para compor a população de S. capitata. Cinco acessos resistentes à antracnose foram intercruzados para compor a população de S. macrocephala. O estilosantes-campo-grande é recomendado para solos leves ou mistos de média fertilidade para uso em consorciação com gramíneas ou como banco de proteína. A consorciação com B. decumbens resultou em 9 a 30% maior ganho de peso por animal do que na gramínea solteira, além de contribuir com a manutenção do teor de matéria orgânico no solo. Recentemente, novas cultivares foram liberadas no mercado. A seguir algumas das principais características das novas cultivares de Brachiaria e P. maximum:
Brachiaria brizantha ‘BRS Piatã’
Capim Piatã - Foto: Aguiar, Dalízia Montenário
Segundo lançamento da coleção, realizado em 2007, é a primeira cultivar de Brachiaria brasileira, protegida no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A cultivar apresenta uma melhor distribuição da produção de matéria seca, especialmente no período crítico da seca. Diferencia-se das outras cultivares de B. brizantha por apresentar inflorescências com até 12 rácemos. Tem resistência às cigarrinhas típicas de pastagens e é adaptada a solos de média fertilidade. Por florescer no início do verão, entra no período seco vegetativa, ou seja, com melhor qualidade. Em pastagens no Mato Grosso do Sul apresentou 45 kg a mais de peso vivo por hectare ano do que a ‘Marandu’, e 12% mais ganho por animal dia-1 na estação seca.
Brachiaria humidicola ‘BRS Tupi’
Foto: Agência de Notícias - Embrapa
Terceiro lançamento da coleção, é a primeira cultivar selecionada de B. humidicola no Brasil e protegida no MAPA. Foi liberada em 2012. É adaptada aos solos de baixa a média fertilidade e mal drenados, e apresenta um estabelecimento mais rápido, melhor produtividade total e de folhas e melhor relação folha:colmo, especialmente no período crítico da seca. Apresenta intenso perfilhamento na primavera, necessitando de manejo intenso para evitar acamamento. A cultivar permite a multiplicação das cigarrinhas típicas de pastagens, mas é resistente por tolerância. Seu desempenho na seca em Mato Grosso do Sul foi superior ao da humidícola comum, enquanto sustentou uma lotação mais alta no período das águas. No ano, sua produção foi 16,4% superior.
Brachiaria brizantha ‘BRS Paiaguás’
Brachiaria brizantha cv BRS Paiaguás - Foto: LOBATO, Breno
Quarto lançamento da coleção e a segunda cultivar da espécie a ser protegida no MAPA, foi liberada em 2013. Suas vantagens são o ganho individual e por área durante o período seco e facilidade de manejo pelo alto acúmulo de folhas. Cobre muito bem o solo e é ótima na integração com lavoura na safrinha, por não competir com a cultura e ser de fácil dessecação por herbicidas. Entretanto, essa cultivar não apresenta resistência às cigarrinhas-das-pastagens, e, portanto, não deverá ser utilizada em áreas com histórico de problemas com esses insetos.
Panicum maximum ‘BRS Zuri’
Panicum maximum BRS Zuri sob pastejo - Foto: RAMOS, Allan Kardec Braga
Quarto lançamento da espécie da coleção, realizado em 2014, e é a primeira cultivar da espécie protegida no MAPA. Apresenta as folhas mais largas de todas as cultivares da espécie lançadas. É uma cultivar produtiva com alto teor proteico, de rápida rebrota e mais fácil manejo do que as cultivares ‘Tanzânia’ e ‘Mombaça’. Ela foi lançada por apresentar alto grau de resistência ao fungo foliar Bipolaris maydis, fungo causador da mancha foliar, ao qual a ‘Tanzânia’ é suscetível. A ‘BRS Zuri’ resultou em ganhos por animal por dia e por área de 9 a 13% maiores que com as cultivares ‘Tanzânia’ e ‘Mombaça’ avaliadas respectivamente no Acre e em Mato Grosso do Sul.
Panicum maximum ‘BRS Tamani’
BRS Tamani - Foto: Bastos, Fabiano
É o primeiro híbrido de P. maximum obtido a partir do cruzamento entre dois genótipos pré-selecionados da coleção na Embrapa Gado de Corte. A cultivar foi protegida no MAPA e lançada em 2015. É de porte baixo, com longas folhas finas e decumbentes de alta qualidade, com alto perfilhamento. Apresenta maior ganho por animal que o ‘Massai’, devido à sua maior qualidade e também apresenta a maior facilidade de manejo de todas as cultivares da espécie.
Panicum maximum ‘BRS Quênia’
Capim Quênia - Foto: Alva, Rodrigo Carvalho
É o segundo híbrido de P. maximum lançado no comércio a partir do cruzamento entre dois genótipos pré-selecionados da coleção na Embrapa Gado de Corte. A cultivar foi protegida no MAPA e lançada em 2017. Apresenta porte médio alto, com folhas médio-estreitas de alta qualidade. Entre as forrageiras de porte médio a alto, é a que apresenta maior facilidade de manejo devido à sua abundância de folhas em colmos tenros que não alongam facilmente. Apresenta 17% maior ganho por animal e por área que o ‘Mombaça’ em experimento realizado no bioma Cerrados e 9 e 32% maior ganho por área e por animal, no bioma Amazônia comparado à ‘Tanzânia’.
Brachiaria ruziziensis x B. brizantha ‘BRS Ipyporã’
Brachiaria ruziziensis x B. brizantha ‘BRS Ipyporã’
É o primeiro híbrido de Brachiaria desenvolvido e lançado pela Embrapa. É resultado do cruzamento entre acessos não comerciais de B. ruziziensis e B. brizantha da coleção. Foi protegido no MAPA e foi lançado em 2017. É a primeira cultivar de Brachiaria resistente a todas as cigarrinhas-das-pastagens, inclusive a Mahanarva spp. Com elevada porcentagem de folhas de alta qualidade, a cultivar resulta em 17% maior ganho em peso por animal comparada à ‘Marandu’.
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Fonte consultada:
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NOVAS ALTERNATIVAS DE CULTIVARES DE FORRAGEIRAS E MELHORAMENTO PARA A SUSTENTABILIDADE DA PECUÁRIA, por Liana Jank, Mateus Figueiredo Santos, Cacilda Borges do Valle, Sanzio Carvalho Barrios, Rosangela Simeão, Embrapa Gado de Corte (https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/168875/1/Novas-alternativas-de-cultivares-de-forrageira.pdf)