Realocação da silagem de milho: como fazer e evitar prejuízos?
Postado em: 05/08/2022 | 4 min de leitura
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A realocação da silagem consiste na produção de silagem seguida pelo desabastecimento, transporte, recompactação e vedação em um novo silo - geralmente silos grandes em outras propriedades. Este é um procedimento que pode levar horas ou dias para ser concluído, aumentando o risco da silagem ser exposta ao ar durante a realocação, prejudicando sua qualidade.
O procedimento de realocação de silagem pode ser feito por diversos motivos. Um deles é a facilidade do comércio de silagens que vem ocorrendo nos últimos anos no Brasil devido à facilidade na comercialização, transporte e manejo. Além disso, a venda de excedente de silagem pode ser uma estratégia comercial interessante em regiões favoráveis à produção de milho para silagem.
Algumas regiões não têm condições favoráveis para produzir silagem de milho nas propriedades, de forma que a compra deste produto torna-se essencial, especialmente no período das secas, onde a oferta de forragens diminui.
A realocação de silagem de milho também pode ser feita dentro da propriedade quando, por exemplo, a ensilagem é feita perto das áreas de colheita e depois transportada para um local mais próximo do fornecimento aos animais.
O procedimento de realocação de silagem pode ser feito por diversos motivos. Um deles é a facilidade do comércio de silagens que vem ocorrendo nos últimos anos no Brasil devido à facilidade na comercialização, transporte e manejo. Além disso, a venda de excedente de silagem pode ser uma estratégia comercial interessante em regiões favoráveis à produção de milho para silagem.
Algumas regiões não têm condições favoráveis para produzir silagem de milho nas propriedades, de forma que a compra deste produto torna-se essencial, especialmente no período das secas, onde a oferta de forragens diminui.
A realocação de silagem de milho também pode ser feita dentro da propriedade quando, por exemplo, a ensilagem é feita perto das áreas de colheita e depois transportada para um local mais próximo do fornecimento aos animais.
Como fazer bem feito e evitar prejuízos?
Vários fatores podem influenciar na qualidade de preservação da massa após a realocação da silagem de milho, podendo, assim, levar ao prejuízo. Assim, é preciso atentar-se aos seguintes pontos:
Características da silagem
A qualidade da silagem a ser realocada faz toda a diferença no resultado deste processo. As silagens que foram confeccionadas de forma correta em termos de recomendações de colheita, compactação e vedação sofrem menos impactos da exposição ao ar que ocorre durante a realocação. Assim, as características qualitativas da silagem interferem no resultado final da realocação.
Além disso, algumas culturas, estando o milho incluído, são reconhecidamente mais susceptíveis à deterioração aeróbica, de forma que podem ter mais impactos negativos com a realocação. Porém, independentemente do tipo de cultura utilizado, a silagem que será realocada precisa estar em uma boa condição de acidificação (pH em torno de 4,0) e sob boas condições de armazenamento.
Duração do processo
O procedimento de realocação da silagem, que inclui o desabastecimento, transporte, compactação e vedação em um novo silo, pode ser bastante demorado, levando horas ou até dias, de forma que a silagem fique exposta ao ar durante esse processo. Com isso, ocorre alteração no perfil microbiológico da silagem, podendo haver proliferação de microrganismos indesejáveis, como leveduras, aumentando as chances de deterioração. Além disso, esses microrganismos podem alterar a qualidade da silagem, já que ocorre consumo de compostos solúveis e degradação de nutrientes.
Alguns estudos avaliando silagens de milho expostas ao ar e reensiladas após 0, 6, 16, 24 e 48 horas mostraram que o tempo não interferiu na qualidade da silagem. Porém, nos casos em que a contagem de leveduras e fungos filamentosos na silagem era elevada, havia maior suscetibilidade a perdas durante o processo de realocação. Além disso, estudos demonstraram que o armazenamento da silagem por períodos prolongados levam a aumento das perdas de nutrientes (especialmente carboidratos solúveis) devido à degradação de nutrientes por microrganismos durante a fermentação anaeróbica, diminuindo o conteúdo de carboidratos não fibrosos.
Tempo de armazenamento
Embora não se tenha um consenso sobre a recomendação de quanto tempo a silagem pode ser armazenada após a realocação, estudos mostraram um aumento contínuo na digestibilidade do amido durante a estocagem de silagem de milho por 360 dias. Além disso, podem ocorrer perdas de matéria seca durante a reestocagem, devido principalmente a fermentações secundárias, produção de efluentes e infiltração de ar no silo.
Um estudo também mostrou uma diminuição linear na digestibilidade in vitro da matéria seca e na concentração de carboidratos, além do aumento nas perdas de matéria seca e carboidratos não fibrosos em silagem de milho realocada e armazenada por até 128 dias. O mesmo estudo mostrou que silagens realocadas e armazenadas por maiores períodos possuem maior estabilidade aeróbica, o que reflete a diminuição na disponibilidade de substratos devido à exposição ao oxigênio durante a realocação.
Condições de armazenamento
A forma como a silagem realocada é armazenada influencia diretamente em sua qualidade. Deve-se evitar o uso de materiais mais permeáveis ao oxigênio, como lonas e sacos plásticos de polietileno, além de evitar a interferência de outros fatores, como temperatura, radiação solar, pluviosidade, vento e umidade, além de pássaros e roedores que podem danificar os plásticos, criando um ambiente aeróbico favorável ao crescimento de microrganismos, levando a maiores perdas durante o processo de realocação.
Assim, a realocação da silagem de milho pode ser vantajosa para muitas propriedades, mas requer alguns cuidados para que não ocorra perdas e prejuízos para a fazenda. Todos estes fatores precisam ser avaliados conjuntamente, pois um pode interferir no outro.
Fonte:
FREITAS, C.A.S., ANJOS, A.J.; ALVES, W. S., MACÊDO, A. J. S., COUTINHO, D. N., BARCELOS, M. P., ABREU, M. J. I., CONCEIÇÃO, M. W. L. Realocação de silagens em propriedades rurais: uma abordagem sobre o estado da arte. Research, Society and Development, v. 9, n. 12, e12091210860, 2020.
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