Silagem de milho: Qual é o tamanho ideal da partícula?
Artigo publicado anteriormente no site MilkPoint.
Por Thiago Bernardes Fernandes
Muitos produtores colhem milho para silagem. Quando a colhedora vai para o campo, a equipe necessita decidir como a máquina irá processar a planta de milho, gerando o que chamamos de tamanho de partículas.
No passado, ouvíamos a recomendação de 1 cm, 2 cm, 3 cm e por vai..., ou seja, uma maneira bem simplista de se resolver uma questão que não é tão simples assim. Afinal de contas, como devo regular a colhedora?
Se as tuas vacas recebem silagem apenas como “suplementação” ao pasto, ou seja, não estão confinadas, a única missão é regular a máquina para que os grãos sejam processados, podendo inclusive pulverizar as partículas.
Contudo, se as tuas vacas encontram-se confinadas o desafio é maior. Por que? Do campo até chegar ao cocho, a silagem terá que interagir com diversos componentes. O primeiro é o tipo de colhedora (autopropelida ou tracionado por trato). Colhedoras autopropelidas possuem os recursos que a nutrição de ruminantes requer atualmente, enquanto as colhedoras tracionadas se limitam a menos tecnologia.
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Depois de pronta, a silagem será removida do painel e, neste momento, a remoção pode ser feita com o uso de fresa, o que pode reduzir o tamanho da partícula. Posteriormente, a silagem será colocada no vagão misturador que, dependendo do modelo, também pode reduzir o tamanho das partículas. Somado a interação com estes equipamentos, nós temos que avaliar quais serão os demais ingredientes da dieta que irão interagir com a silagem de milho, principalmente os fornecedores de energia. Por exemplo, a troca de milho seco moído por silagem de grãos irá afetar o sítio de digestão de amido na vaca (deslocando mais amido digerido para o rúmen), o que aumenta o risco de distúrbios metabólicos, como acidose.
Portanto, a decisão pelo ideal tamanho de partícula passa por uma avaliação bem mais criteriosa do que muitos imaginam. Uma vez que os aspectos acima foram avaliados, a ferramenta que nós temos para direcionar o tamanho de partículas é o uso das peneiras, sistema criado pela Universidade da Pennsylvania em 1996. Atualmente, o conjunto é composto pelas peneiras com crivo de 19, 8 e 4 mm e o fundo. De forma geral, o objetivo é maximizar a retenção na peneira de 8 mm (65-75%) e, o restante (35-25%), distribuídos nas demais peneiras. Caso a colheita seja feita por uma colhedora autopropelida, há a possibilidade de mover parte da quantidade (15%) que ficaria na peneira de 8 mm para a de 19 mm, porém as partículas necessitam ser uniformes, conforme exemplificado na Figura 1. Partículas desuniformes e longas na peneira de 19 mm causam seleção, o que afeta negativamente o desempenho (Figura 2).
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