Compensa usar snaplage?
Postado em: 03/05/2021 | 3 min de leitura
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Com a evolução das tecnologias de colheita, novas opções para utilização do milho estão surgindo no mercado e é preciso conhecê-las para decidir qual trará melhores resultados. A capacidade de colher a planta de milho de forma fracionada permite a produção de outros produtos, como: earlage, snaplage, toplage e stalklage.
Entre essas frações está o Snaplage - ensilagem da espiga de milho com grãos e sabugo - que tem sido estudado pelo grupo de pesquisa do professor Luiz Gustavo Nussio, um dos maiores especialistas em qualidade e conservação de volumosos.
Confira, abaixo, 5 benefícios do Snaplage, e entenda porque sua utilização está aumentando entre produtores:
1. É uma fonte de amido digestível de alta qualidade, mais digestível do que a silagem de grão úmido.
2. Seu teor de FDN - por volta de 22% - pode atender integralmente as exigências de fibras de algumas categorias, como no caso da engorda de bovinos em confinamento. Desta forma, ele dispensaria a inclusão de outras fontes de fibras na dieta, reduzindo os custos da mesma.
3. Nutricionalmente, pode atuar como volumoso e concentrado na composição da dieta.
4. Experimentos indicam que o Snaplage pode aumentar a eficiência alimentar de vacas leiteiras, à medida que reduz o consumo sem afetar os índices produtivos.
5. Pode representar uma forma mais eficiente de exploração de sistemas de produção, permitindo maior estoque de animais por área.
Confira abaixo um desdobramento de uma perspectiva de valor nutricional para as diversas partes da planta de milho:
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Saiba maisConfira abaixo um desdobramento de uma perspectiva de valor nutricional para as diversas partes da planta de milho:
Como mostra a tabela acima, o grão seco do milho é o componente com maior teor de matéria seca, que vai decrescendo conforme aumentam os componentes fibrosos da silagem. Em contrapartida, há um crescimento proporcional no teor de fibra, representado na tabela na segunda coluna.
Um fato que deve ser destacado é o aumento da digestibilidade da porção FDN conforme aumentam os componentes fibrosos utilizados na silagem. Assim, o grão seco do milho possui a menor digestibilidade da FDN em comparação aos outros componentes analisados.
Isso afeta a densidade energética desses ingredientes. Como se vê na tabela, a densidade energética do milho grão seco e do snaplage é praticamente a mesma, apesar de o snaplage incluir grãos e sabugo do miho. Isso se dá por conta da modificação de amido durante o processo fermentação.
Assim, a silagem de snaplage tem um valor nutritivo muito próximo ao valor nutritivo da silagem de grão seco, não havendo uma diferença formal em termos de energia, mesmo tendo um teor de fibra significativamente maior. Isso traz uma série de vantagens para formulação de dietas de animais.
A última coluna do gráfico, em vermelho, é uma estimativa de energia líquida, expressa em Mcal por quilo e mostra exatamente essa tendência. O milho grão seco tem 20 decimais a menos de energia em relação à silagem de grão úmido ou reidratado.
A tabela abaixo também remete a uma lógica semelhante a essa, avaliando o custo de produção das diferentes silagens:
A última coluna mostra que a opção mais barata em termos de oferta de energia é o snaplage. Esse é um dos motivos pelos quais o mercado vem dando cada vez mais atenção a essa opção.
Assim, as opções fermentadas que contêm o grão trazem vantagens do ponto de vista de acréscimo da digestibilidade de amido, mas, sobretudo, na redução do custo de energia.
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