Qual nível de suplementação deve ser feita em animais geneticamente superiores terminados a pasto?
Postado em: 08/07/2021 | 3 min de leitura
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Várias estratégias de terminação podem ser utilizadas para terminar animais geneticamente superiores, com maior aptidão de ganho de peso. Pode-se terminar o animal a pasto ou em confinamento.
Comparando-se o sistema de produção do Brasil e dos Estados Unidos, vê-se que, em média, nos Estados Unidos 90% dos animais são terminados em confinamento, enquanto no Brasil, apenas 10% dos animais são terminados em confinamento.
Isso torna o sistema inviável? Não, muito pelo contrário. Como há alta capacidade produtiva de pasto no Brasil, frente às condições geográficas e climáticas, que favorecem o desenvolvimento das plantas, e uma área territorial extremamente vasta, se for utilizada alguma estratégia, seja diferimento do pasto ou de ter áreas manejadas no período chuvoso um pouco mais altas, garantindo que se tenha oferta de forragem no período de seca, os animais podem também ser terminados a pasto.
Normalmente, a terminação ocorre durante a entressafra, período em que existe menor quantidade e qualidade de forragem e, consequentemente, haverá a necessidade de suplementação, com adição de alguns nutrientes para que se possa ter altos ganhos e, mais para frente, melhor acabamento de carcaça, refletindo em qualidade da carne.
A questão aqui é: qual seria o melhor nível de suplementação?
De acordo com o pecuarista Adriano Matheus de Freitas, proprietário da Fazenda Campo Belo, em Jataí/GO, pela sua experiência com animais industriais, na média esses animais chegam na fase de terminação mais cedo, são animais mais precoces, e com peso por volta de 450 quilos.
Como esses animais são geneticamente melhores, é possível abatê-los com até 22-23 arrobas. Olhando-se para a conformação desses animais, percebe-se que suas carcaças comportam maior peso.
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Frente a isso, o que vai ditar o nível de suplementação para um determinado ganho? A resposta depende de onde se quer chegar, ou seja, o nível de suplementação é definido de acordo com a necessidade de ganho de peso diário até o abate.
Na grande maioria das vezes, o que se tem encontrado de respostas positivas são animais ganhando uma arroba por dia, ou seja, tem animal ganhando um quilo de carcaça por dia. Em se tratando de rendimento, esse animal estaria ganhando quase dois quilos por dia.
Mas tem outro fator extremamente importante para os animais industriais: eles apresentam rendimento maior. Assim, quando se fala em rendimento do ganho, ou seja, o quanto ele está ganhando em carcaça livre de trato gastrointestinal, rabo, pé, cabeça, etc, nota-se que esses animais apresentam habilidades de ganhos maiores.
Assim, na terminação a pasto, o nível de suplementação será influenciado por:
- Oferta de pasto;
- Prazo e peso final para terminação.
Na grande maioria das vezes, o que se vê são animais entrando na terminação com 450 quilos, sendo abatidos com 600 quilos. Os animais industriais já chegam na terminação com o peso bem mais próximo do que se deseja alcançar. O que se encontra é suplementação com 1% de peso vivo (4,5 kg de suplemento/dia), com ganhos de quase dois quilos de peso vivo ou um quilo de carcaça.
Ao acelerar esse nível de suplementação, ou seja, chegar a 2% do peso vivo, provavelmente não vai expandir o ganho de peso diário por animal, mas o que acontece que é, a partir desse momento, tem energia sobrando para esse animal e, consequentemente, ele começa a depositar gordura na carcaça.
Quando se tem carcaças melhor acabadas, no momento do abate tem menor perda por desidratação da carcaça na câmara fria, refletindo também em melhores qualidades de carne.
O nível de suplementação depende de onde se está e de onde se quer chegar, mas o que se tem visto é que na terminação em animais em pastejo, suplementação acima de 1% de peso vivo garante ótimo desempenho e alta produtividade.
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