9 vantagens da utilização do ciclo curto na pecuária de corte
Postado em: 06/08/2019 | 4 min de leitura
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No Brasil existem basicamente dois sistemas de produção de bovinos, um marcado por investimentos em nutrição, genética e manejo, cujo objetivo é abater animais precocemente para elevar a produtividade por animal e por área. O outro predomina o sistema extensivo, onde existe pouca ou nenhuma utilização de tecnologias, resultando em baixa lotação e ganho de peso sendo os animais abatidos tardiamente.
Não há um conceito muito claro para o termo pecuária de ciclo curto. Mas, para Sérgio Medeiros, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, “a pecuária de ciclo curto seria aquela em que a idade de abate do animal ou a idade da primeira cria é significativamente reduzida em relação aos 30-36 meses usuais”.
Assim, quando comparamos o sistema de produção tradicional (extensivo) e o sistema de pecuária de ciclo curto, observamos que existe uma diferença discrepante nos índices produtivos, que serão muito maiores no sistema intensivo.
Segundo dados do IBGE (2012), em 2011, cerca de 15 milhões dos bovinos abatidos em território nacional foram de indivíduos com idade superior a dois anos, enquanto que o abate de novilhos, considerados os animais com idade inferior a dois anos, foi de apenas dois milhões de cabeças aproximadamente. Isso nos mostra que a pecuária brasileira é caracterizada pela produção e terminação de bovinos com idades mais avançadas.
O modelo de sistema tradicional é pouco eficiente economicamente, sendo a redução da idade de abate uma alternativa de grande viabilidade.
Com a intensificação dos sistemas de produção a área necessária para se produzir a mesma quantidade de carne em um sistema intensivo comparado com o extensivo com pastagens degradadas é 7 vezes menor.
Nesse sentido, a adoção práticas como o uso da suplementação, o confinamento para terminação, o semi-confinamento e a suplementação no período seco são estratégias que vêm sendo utilizadas para aumentar a eficiência e a produtividade, reduzir o ciclo de produção, melhorar a qualidade e o acabamento das carcaças e, consequentemente, fazer uso sustentável da terra e dos recursos naturais (ABIEC, 2014).
Técnicas de intensificação que permitam o aumento da produtividade da criação de bovinos sob pastejo, devem ser consideradas, pois tornam-se uma ferramenta para otimizar o uso racional dos recursos disponíveis, que possibilitem incrementos na receita final de maneira eficiente e sustentável.
Confira abaixo 9 vantagens da utilização do ciclo curto na pecuária de corte:
1) Elevação do giro de capital investido;
2) Liberação de áreas da propriedade, pois há a necessidade de menos área para a produção da mesma quantidade de carne;
3) Ganho na produtividade;
4) Diluição dos custos fixos, como o de construção e depreciação do curral e do custo da terra por produzir mais por área;
5) Redução do custo da terra, pois necessita-se uma área menor;
6) Aumento da competitividade e maior possibilidade de suprir a crescente demanda por carne;
7) Eficiência alimentar é maior, com maiores ganhos de peso obtidos no ciclo curto estimulando a deposição de gordura, facilitando a terminação do animal para abate, com potencial de melhora na qualidade da carcaça;
8) Possibilidade de produção de carne de melhor qualidade, com bonificação ao produtor.
9) Redução nas emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto devido à redução da área necessária para produzir a mesma quantidade de produto.
Desafios
Mesmo sendo uma atividade que gera elevados lucros quando bem realizada, a pecuária de ciclo curto envolve muito risco – que precisa ser considerado.
O investimento é maior na alimentação dos animais, por isso todo o cuidado para que os outros componentes do sistema estejam alinhados com esse maior investimento é fundamental para o sucesso.
Um exemplo disso é o uso de animais com boa genética, já que animais que não tem essa característica podem não responder à intensificação do sistema, não compensando os investimentos feitos.
Outra questão a ser considerada é que pequenos erros podem resultar em grandes perdas, por isso é necessário entender que o sistema pecuário deve ser visto de forma integral, cuidando para que não seja investido em apenas um dos pontos, deixando de dar atenção a outros. Não adianta investir na nutrição excelente para animais de genética ruim ou ter animais com genética de ponta, mas não haver investimento no manejo e na gestão da propriedade.
O maior desafio da pecuária de ciclo curto é a alta dependência do preço dos concentrados, fato esse que deve ser muito bem planejado.
Conclusões
A intensificação é uma ferramenta necessária para que o pecuarista consiga se manter na atividade de forma competitiva e lucrativa, uma vez que a margem líquida da pecuária se torna cada vez mais estreita, e com a intensificação os custos acabam sendo diluído com a maior produtividade.
Nesse sentido a pecuária moderna deve ser centralizada na profissionalização, trilhando caminhos que direcionam a uma pecuária de ciclo curto.
Se você quiser conhecer mais sobre o tema específico do confinamento de bovinos de corte, confira o conteúdo completo do curso on-line Terminação de bovinos em confinamento, do EducaPoint.
Fontes consultadas:
Pecuária de ciclo curto: mais eficiência na produção animal (https://digital.agrishow.com.br/pecuaria-de-ciclo-curto-mais-eficiencia-na-producao-animal-2/)
Pecuária de ciclo curto x tradicional: Análise crítica (https://zootecniaativa.com/zootecnia/1803)
Não há um conceito muito claro para o termo pecuária de ciclo curto. Mas, para Sérgio Medeiros, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, “a pecuária de ciclo curto seria aquela em que a idade de abate do animal ou a idade da primeira cria é significativamente reduzida em relação aos 30-36 meses usuais”.
Assim, quando comparamos o sistema de produção tradicional (extensivo) e o sistema de pecuária de ciclo curto, observamos que existe uma diferença discrepante nos índices produtivos, que serão muito maiores no sistema intensivo.
Segundo dados do IBGE (2012), em 2011, cerca de 15 milhões dos bovinos abatidos em território nacional foram de indivíduos com idade superior a dois anos, enquanto que o abate de novilhos, considerados os animais com idade inferior a dois anos, foi de apenas dois milhões de cabeças aproximadamente. Isso nos mostra que a pecuária brasileira é caracterizada pela produção e terminação de bovinos com idades mais avançadas.
O modelo de sistema tradicional é pouco eficiente economicamente, sendo a redução da idade de abate uma alternativa de grande viabilidade.
Com a intensificação dos sistemas de produção a área necessária para se produzir a mesma quantidade de carne em um sistema intensivo comparado com o extensivo com pastagens degradadas é 7 vezes menor.
Nesse sentido, a adoção práticas como o uso da suplementação, o confinamento para terminação, o semi-confinamento e a suplementação no período seco são estratégias que vêm sendo utilizadas para aumentar a eficiência e a produtividade, reduzir o ciclo de produção, melhorar a qualidade e o acabamento das carcaças e, consequentemente, fazer uso sustentável da terra e dos recursos naturais (ABIEC, 2014).
Técnicas de intensificação que permitam o aumento da produtividade da criação de bovinos sob pastejo, devem ser consideradas, pois tornam-se uma ferramenta para otimizar o uso racional dos recursos disponíveis, que possibilitem incrementos na receita final de maneira eficiente e sustentável.
Confira abaixo 9 vantagens da utilização do ciclo curto na pecuária de corte:
1) Elevação do giro de capital investido;
2) Liberação de áreas da propriedade, pois há a necessidade de menos área para a produção da mesma quantidade de carne;
3) Ganho na produtividade;
4) Diluição dos custos fixos, como o de construção e depreciação do curral e do custo da terra por produzir mais por área;
5) Redução do custo da terra, pois necessita-se uma área menor;
6) Aumento da competitividade e maior possibilidade de suprir a crescente demanda por carne;
7) Eficiência alimentar é maior, com maiores ganhos de peso obtidos no ciclo curto estimulando a deposição de gordura, facilitando a terminação do animal para abate, com potencial de melhora na qualidade da carcaça;
8) Possibilidade de produção de carne de melhor qualidade, com bonificação ao produtor.
9) Redução nas emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto devido à redução da área necessária para produzir a mesma quantidade de produto.
Desafios
Mesmo sendo uma atividade que gera elevados lucros quando bem realizada, a pecuária de ciclo curto envolve muito risco – que precisa ser considerado.
O investimento é maior na alimentação dos animais, por isso todo o cuidado para que os outros componentes do sistema estejam alinhados com esse maior investimento é fundamental para o sucesso.
Um exemplo disso é o uso de animais com boa genética, já que animais que não tem essa característica podem não responder à intensificação do sistema, não compensando os investimentos feitos.
Outra questão a ser considerada é que pequenos erros podem resultar em grandes perdas, por isso é necessário entender que o sistema pecuário deve ser visto de forma integral, cuidando para que não seja investido em apenas um dos pontos, deixando de dar atenção a outros. Não adianta investir na nutrição excelente para animais de genética ruim ou ter animais com genética de ponta, mas não haver investimento no manejo e na gestão da propriedade.
O maior desafio da pecuária de ciclo curto é a alta dependência do preço dos concentrados, fato esse que deve ser muito bem planejado.
Conclusões
A intensificação é uma ferramenta necessária para que o pecuarista consiga se manter na atividade de forma competitiva e lucrativa, uma vez que a margem líquida da pecuária se torna cada vez mais estreita, e com a intensificação os custos acabam sendo diluído com a maior produtividade.
Nesse sentido a pecuária moderna deve ser centralizada na profissionalização, trilhando caminhos que direcionam a uma pecuária de ciclo curto.
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Fontes consultadas:
Pecuária de ciclo curto: mais eficiência na produção animal (https://digital.agrishow.com.br/pecuaria-de-ciclo-curto-mais-eficiencia-na-producao-animal-2/)
Pecuária de ciclo curto x tradicional: Análise crítica (https://zootecniaativa.com/zootecnia/1803)