Influência do ECC na fertilidade de vacas de corte
Postado em: 12/05/2021 | 2 min de leitura
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A produtividade e a rentabilidade de um sistema de cria dependem, em grande parte, de como o planejamento nutricional atende às exigências do rebanho. Um fato muito bem estabelecido é que o desempenho reprodutivo de fêmeas de corte pode ser melhorado com manejo nutricional no terço final da gestação, garantindo, assim, um Escore de Condição Corporal (ECC) aceitável.
Dados da literatura mostram que um ECC aceitável está entre 5 a 6 no parto e/ou no início da estação de monta.
Quais são as vantagens de uma vaca parir com ECC entre 5 e 6?
- Menor tempo para o 1o estro;
- Maior taxa de concepção no 1o serviço;
- Produção suficiente de colostro;
- Garantir um bezerro saudável e vigoroso, com uma alta taxa de desmama.
Vale destacar que o produtor deve medir sua produtividade não pelo número de bezerros nascidos, mas sim, pelo número de animais desmamados.
Confira os dados abaixo:
Nota-se, na tabela acima, que uma variação de ECC de 4 para 6 aumenta em 20% a 30% a taxa de prenhez.
Dessa forma, é essencial trazer para seu sistema de produção ferramentas que aumentem o ECC das vacas antes de elas parirem, e que elas mantenham esse nível até a próxima estação de monta.
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Já os animais com ECC maior ou igual a 7, por sua vez, podem ter dificuldades ao parto, além de elevados custos de produção.
O gráfico abaixo mostra que a probabilidade de prenhez em vacas que têm ECC acima de 7 ou abaixo de 4 é muito menor do que vacas que têm ECC entre 5 e 6:
As vacas recém-paridas possuem um alto requerimento de energia. Dessa forma, o ECC também é essencial nessa fase. A energia está diretamente relacionada com o consumo de matéria seca (CMS). Quanto maior o CMS, maior será o balanço energético líquido (BEL).
O início da lactação é um período de balanço negativo de nutrientes (Balanço Energético Negativo - BEN). Assim, o período de pós-parto tem um alto requerimento de energia, mas o animal tem redução do CMS. Se tiver carência nutricional, esse consumo naturalmente será mais baixo, aumentando o BEN e afetando negativamente a reprodução.
Confira o esquema abaixo:
Ocorre uma queda na glicose circulante, com aumento na secreção do hormônio de crescimento (GH), o que aumenta a mobilização de gordura (lipólise). Há também uma queda no IGF1 (diretamente relacionado à reprodução), bem como na insulina. Com isso, o hipotálamo libera baixas concentrações de GnRH, reduzindo os pulsos de LH, e comprometendo o desenvolvimento folicular no ovário.
A baixa energia no pós-parto, somada à alta exigência nutricional nessa fase, leva a uma queda na condição corporal, insuficiência de glicose e insulina e, nos casos mais graves, aumento das doenças metabólicas (mais raras em bovinos de corte, mas não deve ser descartado). Tudo isso reflete em uma eficiência reprodutiva comprometida.
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