Minerais: Entenda sua importância para bovinos de corte
Postado em: 04/11/2020 | 4 min de leitura
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Embora sua porcentagem da dieta seja pequena, os minerais têm um grande impacto no rebanho de gado de corte. Os produtores que buscam soluções para baixas taxas de prenhez, bezerros recém-nascidos fracos, outros problemas reprodutivos ou de desempenho não devem negligenciar uma revisão completa de seu programa de fornecimento de minerais ao rebanho bovino. Frequentemente, a deficiência de minerais surge como um fator que influencia a saúde e a nutrição do animal de corte.
Os minerais são importantes para a saúde geral dos animais, juntamente com o crescimento ósseo e muscular, a eficiência alimentar, a qualidade da carcaça e o desempenho reprodutivo. Para desenvolver um programa de nutrição mineral adequado é importante conhecer os dois principais tipos de minerais associados à dieta de bovinos de corte: macrominerais e microminerais.
Macrominerais
Os macrominerais geralmente representam menos de 1% da dieta, mas são muito importantes, sendo que os mais comuns são cálcio (Ca), magnésio (Mg), fósforo (P) e sódio (Na). Uma vez que os animais de corte não podem armazenar macrominerais em seu corpo, esses minerais devem ser fornecidos em um suprimento constante por meio da dieta do animal, seja de alimentos ou suplementos.
Felizmente, as forragens fornecem macrominerais, o que significa que os animais que consomem as gramíneas da pastagem têm acesso a esses minerais essenciais. Pesquisas indicam que a proporção de cálcio para fósforo na dieta deve ser de 1:1.
Embora muitas necessidades de nutrientes sejam atendidas por meio do consumo de forragem, é comum as pessoas utilizarem o termo “tetania das pastagens”, referindo-se a uma condição causada pelos baixos níveis de magnésio na forragem. Porém, isso não é verdadeiro.
A deficiência de magnésio que causa a tetania das pastagens é o resultado da interferência de outros minerais do pasto, criando uma diminuição na absorção de magnésio nos níveis necessários. O principal responsável por esta interferência é o potássio (K), que tende a estar em níveis elevados nas forragens na primavera, impedindo o animal de obter os níveis de magnésio necessários e obrigando os produtores a suplementar a dieta do animal de corte com um mineral rico em magnésio, corrigindo o déficit.
As forragens temperadas apresentam uma predisposição maior para serem deficientes em magnésio que as tropicais, provavelmente devido aos maiores níveis de potássio naquelas plantas. Dessa forma, os estudos dos efeitos e formas de prevenção de tetania nas pastagens recebem importância muito maior nas regiões temperadas que nas tropicais.
A regra prática é uma proporção de potássio para magnésio (K para Mg) de 10:1. O nitrogênio usado regularmente para fertilizar forragens também é capaz de criar interferência nos níveis de absorção de magnésio. Isso porque, assim como o K, o íon amônio, NH+4, reduz a absorção de Mg. Dessa forma, em adubações nitrogenadas, quando a fonte é a ureia, pode ocorrer valores menores nos teores de Mg na planta, quando comparadas com outras fontes como o nitrato de amônio (NH4NO-3). Desse modo, é provável que adubações com ureia promovam aumento do N-não-protéico.
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Micronutrientes
A outra família primária de minerais importantes para a dieta do gado de corte são os microminerais, mais comumente chamados de minerais-traço. Fornecidos em níveis de partes por milhão (ppm), os minerais traços são uma parte muito pequena da dieta, mas o gado ainda pode ser deficiente nesses minerais, afetando a produtividade.
Os mais importantes são o cobre (Cu) e o zinco (Zn), pois esses dois minerais são frequentemente deficientes em forragens. Ao contrário dos macrominerais, os ruminantes podem armazenar minerais em seu corpo para serem utilizados posteriormente, aliviando assim a necessidade de acesso à ingestão constante de minerais.
Assim, o monitoramento de minerais-traço se torna importante devido à sua grande variabilidade nas forragens. No entanto, um mineral abundante em forragens é o ferro (Fe). O ferro é comumente encontrado em níveis duas a três vezes maiores nas forragens do que o necessário para equilibrar as necessidades nutricionais.
A preocupação com o ferro é seu papel como antagonista. O ferro atua como um tampão contra alguns dos outros minerais essenciais, como cobre e manganês, evitando que sejam absorvidos e utilizados em níveis para manter a saúde e nutrição adequadas do gado.
Encontrando o equilíbrio
As vacas conseguem, sozinhas, equilibrar suas dietas quando seu corpo indica uma deficiência de um mineral? Infelizmente, a resposta é não.
As pesquisas mostram que o gado seleciona uma dieta saborosa, mas de baixa qualidade, em vez de uma dieta nutritiva, exigindo práticas de manejo constantes visando o controle da nutrição do rebanho.
Lembre-se que é necessário fazer avaliações da forragem utilizada e não seguir um protocolo pronto. O conteúdo mineral varia de acordo com a espécie de planta, características do solo, fertilidade do solo, estágio de maturidade da planta e condições climáticas.
Outro ponto de atenção é que nenhum mineral age de forma individual, sendo importante ter uma abordagem holística, porque uma mudança em um mineral pode significar uma mudança no outro.
* Baseado no artigo Minerals Matter – Introduction to mineral nutrition, de B. Lynn Gordon.
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