Qual o impacto da nutrição no pré-parto na reprodução de vacas de corte?
Postado em: 27/07/2018 | 3 min de leitura
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Dentre os fatores nutricionais que impactam a reprodução de bovinos de corte, sabe-se que a energia é o mais importante. Tanto a falta, quanto o excesso de energia, podem comprometer a fertilidade da fêmea bovina, prejudicando a ciclicidade dos animais, a qualidade ovocitária, embrionária, número de folículos, as concentrações de hormônio circulantes, e a viabilidade de embriões produzidos in vivo e in vitro.
Especificamente com relação à nutrição das vacas de corte durante o período do pré-parto, estudos mostram que esse fator é muito importante para o retorno à ciclicidade, influencia na fertilidade e afeta diretamente o desempenho da progênie.
Confira os dados abaixo, de um trabalho de 1975, mas que, apesar de ser um pouco antigo, continua atual nos dias de hoje:
O gráfico mostra a porcentagem de vacas de corte com atividade cíclica no pós-parto em relação ao escore de condição corporal (ECC) no parto. Nesse estudo, as vacas foram divididas em três grupos: baixa, moderada e boa condição corporal no momento do parto.
O que tem de mais interessante nesse estudo é que, até 50 dias pós-parto, todas as categorias têm baixa taxa de ciclicidade. Isso é devido a diversos fatores, tais como a presença do bezerro, condições nutricionais, entre outros. Vale destacar que o bezerro ao pé da vaca exerce um efeito negativo no retorno à ciclicidade nas fêmeas e esse efeito é aumentado quando o animal tem maiores deficiências nutricionais.
O estudo mostra também que a partir de 60 dias após o parto, as vacas que pariram com bom ECC retornaram à ciclicidade mais cedo. Já as vacas com ECC moderada tiveram uma taxa moderada de retorno. Por sua vez, as vacas que pariram com baixo ECC, mesmo 100 dias após o parto não estavam ciclando totalmente.
Confira abaixo um gráfico de outro trabalho:
Ele mostra a probabilidade de prenhez em uma situação em que as 266 vacas Nelore foram inseminadas em tempo fixo, seguido de repasse com touro, em relação ao ECC no momento do parto.
Fica muito claro que, quanto menor o ECC ao parto, menor é a probabilidade de prenhez. Vacas que parem com ECC 3,5 ou mais têm maior chance de finalizar a estação de monta prenhes.
Nesse mesmo estudo, constata-se que quanto maior o ECC ao parto, maior a taxa de concepção e menor a perda gestacional. Além disso, quando há queda na espessura de gordura no período seco, ou seja, quando os animais de fato emagrecem, maior a probabilidade de perda gestacional.
O contrário também é válido: o aumento do ECC e da espessura de gordura aumenta a probabilidade de concepção.
Confira abaixo o delineamento de um estudo realizado com vacas Hereford.
Esse estudo teve quatro grupos experimentais: no primeiro grupo, as vacas passaram por um período de mantença nutricional entre cinco meses antes do parto até o parto. Outro grupo teve perda de 5% de peso corporal entre cinco meses antes do parto até dois meses antes do parto depois de uma dieta de mantença.
O terceiro grupo teve perda de peso corporal entre cinco meses e dois meses antes do parto e perda até o parto. E o quarto grupo perdeu condição corporal entre cinco meses e dois meses antes do parto e, depois, até o parto, teve ganho de 5% no peso corporal.
Confira abaixo os resultados:
Não houve efeito do tratamento em relação aos dias entre o parto e a ciclicidade. Além disso, nota-se que aos 85 dias pós-parto, apenas metade das vacas estava ciclando. Também não houve diferença nos dias entre o parto e a concepção.
Porém, vacas mantidas em mantença durante todo o período pré-parto tiveram melhor concepção que os demais grupos e as vacas que perderam condição corporal durante todo o período pré-parto, tiveram o pior desempenho na taxa de prenhez durante a estação de monta de 90 dias.
Confira abaixo o professor Roberto Sartori, da Esalq/USP, explicando essa questão:
Especificamente com relação à nutrição das vacas de corte durante o período do pré-parto, estudos mostram que esse fator é muito importante para o retorno à ciclicidade, influencia na fertilidade e afeta diretamente o desempenho da progênie.
Confira os dados abaixo, de um trabalho de 1975, mas que, apesar de ser um pouco antigo, continua atual nos dias de hoje:
O gráfico mostra a porcentagem de vacas de corte com atividade cíclica no pós-parto em relação ao escore de condição corporal (ECC) no parto. Nesse estudo, as vacas foram divididas em três grupos: baixa, moderada e boa condição corporal no momento do parto.
O que tem de mais interessante nesse estudo é que, até 50 dias pós-parto, todas as categorias têm baixa taxa de ciclicidade. Isso é devido a diversos fatores, tais como a presença do bezerro, condições nutricionais, entre outros. Vale destacar que o bezerro ao pé da vaca exerce um efeito negativo no retorno à ciclicidade nas fêmeas e esse efeito é aumentado quando o animal tem maiores deficiências nutricionais.
O estudo mostra também que a partir de 60 dias após o parto, as vacas que pariram com bom ECC retornaram à ciclicidade mais cedo. Já as vacas com ECC moderada tiveram uma taxa moderada de retorno. Por sua vez, as vacas que pariram com baixo ECC, mesmo 100 dias após o parto não estavam ciclando totalmente.
Confira abaixo um gráfico de outro trabalho:
Ele mostra a probabilidade de prenhez em uma situação em que as 266 vacas Nelore foram inseminadas em tempo fixo, seguido de repasse com touro, em relação ao ECC no momento do parto.
Fica muito claro que, quanto menor o ECC ao parto, menor é a probabilidade de prenhez. Vacas que parem com ECC 3,5 ou mais têm maior chance de finalizar a estação de monta prenhes.
Nesse mesmo estudo, constata-se que quanto maior o ECC ao parto, maior a taxa de concepção e menor a perda gestacional. Além disso, quando há queda na espessura de gordura no período seco, ou seja, quando os animais de fato emagrecem, maior a probabilidade de perda gestacional.
O contrário também é válido: o aumento do ECC e da espessura de gordura aumenta a probabilidade de concepção.
Confira abaixo o delineamento de um estudo realizado com vacas Hereford.
Esse estudo teve quatro grupos experimentais: no primeiro grupo, as vacas passaram por um período de mantença nutricional entre cinco meses antes do parto até o parto. Outro grupo teve perda de 5% de peso corporal entre cinco meses antes do parto até dois meses antes do parto depois de uma dieta de mantença.
O terceiro grupo teve perda de peso corporal entre cinco meses e dois meses antes do parto e perda até o parto. E o quarto grupo perdeu condição corporal entre cinco meses e dois meses antes do parto e, depois, até o parto, teve ganho de 5% no peso corporal.
Confira abaixo os resultados:
Não houve efeito do tratamento em relação aos dias entre o parto e a ciclicidade. Além disso, nota-se que aos 85 dias pós-parto, apenas metade das vacas estava ciclando. Também não houve diferença nos dias entre o parto e a concepção.
Porém, vacas mantidas em mantença durante todo o período pré-parto tiveram melhor concepção que os demais grupos e as vacas que perderam condição corporal durante todo o período pré-parto, tiveram o pior desempenho na taxa de prenhez durante a estação de monta de 90 dias.
Confira abaixo o professor Roberto Sartori, da Esalq/USP, explicando essa questão:
Essa é uma das aulas do curso on-line Efeitos da nutrição na reprodução de bovinos de corte, do EducaPoint. Neste curso, o professor Roberto Sartori (Esalq/USP) faz uma revisão detalhada sobre o tema, apresentando os resultados das principais pesquisas realizadas na área.
Participe deste treinamento e conheça quais os períodos críticos na vida reprodutiva da fêmea bovina, e como manejo nutricional inadequado nestas fases pode comprometer sua fertilidade!
Para isso, assine o EducaPoint. Com planos totalmente acessíveis, a plataforma oferece o que há de melhor e mais atual na pecuária brasileira, e os assinantes têm acesso ilimitado a TODOS os cursos (já são mais de 150 temas).
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