Quais os cuidados com a saúde dos cascos em bovinos confinados?
Postado em: 31/10/2022 | 3 min de leitura
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O uso dos sistemas de confinamento de bovinos de corte vem aumentando no Brasil, devido principalmente às possibilidades de obter uma melhor produtividade e lucratividade na pecuária. Apesar desta prática trazer benefícios, é preciso atentar-se aos riscos que ocorrem dentro do sistema. Dentre eles, há questões relacionadas ao conforto e bem-estar animal.
Um dos pontos críticos para bovinos de corte criados em confinamento é a saúde dos cascos. De forma geral, os principais fatores que influenciam para o surgimento de doenças podais em bovinos são: genética, nutrição, instalações e manejo.
Vale destacar que uma imunidade baixa também pode predispor o animal a doenças. A transferência do animal do sistema extensivo para o confinamento representa uma carga de estresse que, consequentemente, leva à queda na imunidade dos animais.
Um importante fator que contribui para a saúde dos cascos dos bovinos de corte confinados é o espaço destinado a cada animal, uma vez que é comum que os espaços sejam limitados e com uma alta densidade animal. Uma das causas de doenças podais é o traumatismo, que pode ser causado, entre outras maneiras, pela superlotação dos estábulos.
Além disso, animais que foram acostumados com o sistema de criação a pasto, com grande espaço e maior facilidade de fuga, podem apresentar alterações comportamentais quando colocados em confinamento. Isso ocorre devido à restrição do espaço, reorganização social e impactos no bem-estar animal, que ocasiona sodomia. O ato de um animal montar sobre o outro, associado a pisos não adequados, pode predispor à ocorrência de lesões nos cascos posteriores, especialmente devido à pressão do peso suportado pelas unhas laterais.
A presença constante de lama e poeira no local onde os animais estão confinados também contribui no surgimento de doenças podais. O cenário se torna mais crítico em locais com umidade excessiva e com altos índices pluviométricos. Neste caso, ocorrem doenças nos cascos, claudicações, lesões na pele e o animal apresenta dificuldades de caminhar e deitar.
Por fim, um fator muito importante para a saúde dos cascos de bovinos confinados é a dieta. No confinamento, o uso de rações com alta proporção de carboidratos não fibrosos pode levar a distúrbios digestivos que acarretam na queda no pH do rúmen, podendo causar a acidose ruminal subaguda (SARA).
Uma condição que está associada à SARA é a laminite subaguda ou crônica um processo não infeccioso que danifica o epitélio ruminal, permitindo com que substâncias tóxicas do rúmen passem para a corrente sanguínea, afetando, dessa forma, as lâminas dérmicas dos cascos. Os sinais clínicos mais comuns são hemorragia da sola, úlceras na sola, alterações na forma dos cascos e descoloração dos mesmos.
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Fontes:
BENEZ, F. M. Implicações da disponibilidade de espaço no confinamento de bovinos de corte. Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutora em Zootecnia. Jaboticabal. 2015. (https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/126259/000843768.pdf?sequence=1&isAllowed=y) .
TOMA, H. S. Principais afecções podais secundárias a laminite e alterações hepáticas responsáveis por condenações em bovinos abatidos no Mato Grosso. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal de Mato Grosso como parte das exigências para obtenção do título de Doutor em Ciência Animal. Cuiabá. 2018. (https://ri.ufmt.br/bitstream/1/2832/1/TESE_2018_Hugo%20Shisei%20Toma.pdf)
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