Cuidados na recepção dos animais garantem melhores resultados no confinamento de bovinos
Postado em: 24/08/2018 | 3 min de leitura
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Para definir a estratégia que será utilizada na terminação de bovinos em confinamento, é importante conhecer as recomendações técnicas de especialistas e considerar as opções disponíveis em sua região.
A primeira etapa é o manejo pré-confinamento, em que são necessárias algumas medidas com objetivo de amenizar o estresse que os animais podem sofrer no transporte e nas mudanças do sistema de criação.
Confira os principais cuidados do manejo na recepção dos animais:
1) Descarregamento dos animais
Descarregar imediatamente após a chegada.
Evitar ao máximo o estresse no descarregamento. É comum ocorrerem lesões durante o descarregamento! Por isso, é necessário ter cuidado.
Observar e apartar animais mórbidos ou doentes.
Os animais doentes devem ser imediatamente enviados para receberem todos os cuidados necessários.
Cuidados na medição da temperatura corporal.
Se a temperatura corporal for medida imediatamente após o descarregamento, pode indicar um estado febril, mas na realidade, é devido ao aumento da temperatura durante o transporte. Deve-se esperar um tempo para usar essa ferramenta.
Confira no gráfico abaixo o efeito que o transporte tem na temperatura corporal do animal:
Evitar misturar lotes diferentes
Isso vale para origens e cargas diferentes.
Deixar os animais descansarem antes do processamento
Isso é importante, porque os animais chegam com alto nível de estresse, sistema imunológico prejudicado, e o processamento, que inclui vacinas, vermifugação, vão interagir com seu sistema imunológico.
De acordo com dados de pesquisas científicas, 67% dos consultores dos Estados Unidos informaram que deixam os animais descansarem de 12 a 24 horas antes do processamento. Já outros 29% afirmaram que deixam mais que 24 horas de descanso antes de enviar o animal para processamento.
Fornecer água e forragem de boa qualidade
64% dos consultores americanos fornecem feno (principalmente, alfafa), nos primeiros 4 dias após a chegada dos animais. Alguns consultores chegam a fornecer feno à vontade por até 14 dias.
A prática mais comum é 3 dias de feno à vontade, antes de entrar no período de adaptação de dietas com alto teor de concentrado
Quando o animal é recriado na própria fazenda, a situação é muito mais favorável ao animal e seu grau de estresse é muito menor. Nesse caso, podem dispensar a necessidade de descanso, indo direto do pasto ao confinamento. No entanto, é importante que, uma vez processado e colocado nas baias de confinamento, o animal receba volumoso de qualidade no primeiro dia, caso não estejam adaptados a consumir alimentos no cocho.
Manejo sanitário
Vermifugação e controle de ectoparasitas, estando sempre atento ao período de carência.
Vacinas
Aftosa, raiva, botulismo, clostridioses, BVD e doenças respiratórias.
Lembrando que doenças respiratórias são apontadas nos Estados Unidos e no Brasil como problema sanitário número 1. Animal com problema respiratório apresenta ao final do confinamento menor peso de carcaça quente. Esses animais não somente produzem menos, mas têm pior qualidade da carcaça em função do menor grau de marmoreio.
Quanto mais se intensifica o sistema de produção, abatendo animais mais jovens, além de cada vez transportar mais longe dos locais de cria, mais esse problema se acentua. Além disso, quanto maior a unidade de confinamento, maior o risco de problemas respiratórios.
Pesagem
Deve-se ter um protocolo similar na pesagem inicial e final, em termos de horário e enchimento do trato digestivo, para que se possa ter uma estimativa confiável do ganho de peso desse animal.
Aparte
De modo geral, o ideal é ter lotes uniformes em termos de sexo, raça, peso, escore de condição corporal (ECC). Isso pode resultar em menor interação agressiva entre os animais, além de lotes uniformes no embarque, muito importante nos sistemas de pagamento por qualidade.
Tamanho do lote
De modo geral, procura-se trabalhar com lotes de 100 a 150 cabeças.
No vídeo abaixo, o professor Flávio Portela Santos (Esalq/USP) comenta sobre o manejo na recepção dos animais:
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