Diferentes aditivos utilizados na nutrição de ruminantes

Postado em: 24/06/2022 | 4 min de leitura Escrito por:
Os aditivos alimentares são amplamente utilizados na criação de ruminantes devido ao seu papel de aumentar os ganhos e reduzir os custos de produção.

De acordo com o Decreto 76.986 de 06 de janeiro de 1976, um aditivo pode ser definido como uma “substância intencionalmente adicionada ao alimento, com finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudique seu valor nutritivo, como os antibióticos, corantes, conservadores, antioxidantes e outros”.

Já o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) define aditivo como “uma substância, micro-organismo ou produto formulado, adicionado intencionalmente aos produtos, que não é utilizada normalmente como ingrediente, tenha ou não valor nutritivo e que melhore as características dos produtos destinados à alimentação animal ou dos produtos animais, melhore o desempenho dos animais sadios ou atenda às necessidades nutricionais”.
 
Os aditivos podem ser substâncias orgânicas ou inorgânicas que são adicionadas ao alimento dos ruminantes com o principal objetivo de aumento dos ganhos em desempenho dos animais e a melhora da eficiência alimentar, o que ocorre geralmente pela melhora no crescimento microbiano e redução da ineficiência na digestão. Porém, existem outros benefícios que podem ser alcançados, como redução da incidência de acidose, combate a cocciodioses, supressão do estro, entre outros.

Leia mais: Como funcionam os aditivos na dieta de vacas leiteiras?



 
Existem no mercado uma ampla gama de opções de aditivos alimentares que podem ser utilizados na dieta de ruminantes. Confira abaixo alguns dos mais utilizados:
 
Ionóforos
 
Os ionofóros são antibióticos que atuam seletivamente em algumas bactérias ruminais. Eles têm este nome graças à sua propriedade transportadora de íons, possuindo capacidade de formar complexos lipossolúveis com cátions e mediar seu transporte através das membranas lipídicas.
 
Os ionóforos têm a função de inibir bactérias gram-positivas, entre elas, as produtoras de metano e ácido lático, levando à melhora na acidose ruminal e aumentando a eficiência energética do sistema, levando a um melhor desempenho animal.
 
Existem mais de 120 ionóforos descritos, mas, no Brasil, somente a monensina e a lasalocida são liberados no uso para ruminantes. A monensina é o mais utilizado, com uma grande quantidade de pesquisas validando seus benefícios.
 
Probióticos e enzimas
 
Os probióticos são compostos metabólicos e/ou organismos vivos que favorecem o crescimento microbiano ruminal. Isso ocorre pela eliminação de compostos tóxicos (lactato), ou pela melhora do ambiente ruminal. Os efeitos dos aditivos microbianos no desempenho e no metabolismo são variáveis, por causa da diversidade de composição dos produtos microbianos, dietas e categoria animal, estudados. Os probióticos podem ser utilizados na forma de aditivos bacterianos ou na combinação destes com extratos de fungos.
 
As enzimas dos compostos também têm um papel, ajudando na degradação dos nutrientes da alimentação, e, consequentemente, no aumento do potencial produtivo e reprodutivo dos animais. 
 
Lipídios 
 
Os lipídios, além de aumentar a densidade energética das rações, podem alterar a fermentação ruminal. Sua adição à dieta como aditivo, entretanto, irá depender da quantidade e da qualidade dos mesmos. 
 
Os lipídios insaturados e os ácidos graxos de cadeia curta apresentam maior efeito do que os saturados e ácidos graxos de cadeia longa, enquanto os sabões de cálcio apresentam mínimos efeitos sobre a fermentação ruminal. 
 
Tamponantes
 
Os tamponantes são substâncias usadas com o objetivo de neutralizar os ácidos da dieta, que são produzidos durante a fermentação ruminal ou secretados durante a digestão. Na produção leiteira, o aditivo tamponante mais utilizado é o bicarbonato de sódio.
 
Biotina
 
A biotina é uma vitamina solúvel do Complexo B, essencial para a saúde das bactérias ruminais e das vacas leiteiras. Os microrganismos ruminais são capazes de sintetizar biotina, assim como as demais Vitaminas do Complexo B. A biotina  está envolvida em diversas reações metabólicas diretamente envolvidas com a produção de leite.
 
A biotina é frequentemente usada para conferir mais resistência aos cascos de ruminantes, pois está diretamente ligada à formação das proteínas estruturais do casco (queratina) e na produção da matriz intracelular que junta as células da coroa do casco de maneira a formar uma semi-barreira de proteção contra a umidade do ambiente externo. Assim, seu uso pode reduzir casos de laminites, úlceras de sola, dermatites digital e interdigital e melhorar o escore de locomoção.
 
Adsorventes de micotoxinas 
 
Os adsorventes são substâncias adicionadas à ração capazes de neutralizar ou imobilizar micotoxinas presentes no trato gastrointestinal dos animais, evitando assim seus efeitos negativos. Com o uso de adsorventes, ocorre aumento no ganho de peso, na produção de leite e melhora reprodutiva.

Leia mais: Quando devo usar adsorventes na dieta?
 
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Fontes:
 
Danieli B, B. Schogor AL. USO DE ADITIVOS NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES: REVISÃO. RVZ [Internet]. 22º de dezembro de 2020 [citado 15º de junho de 2022];27:1-13. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/444
 
 
 
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