Bioclimatologia na pecuária: como aplicar na fazenda?
Postado em: 14/12/2023 | 5 min de leitura
Escrito por: Fernanda Antunes
A bioclimatologia na pecuária compreende o estudo da relação do clima, ambiente e instalações com a fisiologia e genética do animal. Por meio dessa ciência, pode-se relacionar dados climáticos, condições do ambiente e instalações com a resposta dos bovinos em uma condição de estresse térmico, seja por frio ou calor.
A bioclimatologia faz parte da transformação na pecuária, caminhando para uma produção mais eficiente, sustentável e alinhada a práticas e manejos voltados para o bem estar dos bovinos.
A bioclimatologia faz parte da transformação na pecuária, caminhando para uma produção mais eficiente, sustentável e alinhada a práticas e manejos voltados para o bem estar dos bovinos.
O que é bioclimatologia na pecuária?
Dentro da bioclimatologia, é necessário entender alguns conceitos que explicam as respostas dos bovinos em condição de temperaturas extremas. Um desses conceitos é a zona de conforto térmico, que consiste na faixa de temperatura que o animal está em conforto térmico.
A zona de conforto térmico pode variar de acordo com a aptidão dos bovinos, raça, idade, categoria, nível de produção, saúde e até mesmo com a dieta fornecida.
Raças zebuínas são mais resistentes a temperaturas altas quando comparado com raças européias, assim como bezerros recém nascidos são mais sensíveis a baixas temperaturas comparados à bovinos adultos.
Outros dois conceitos, são as temperaturas críticas superior e inferior, que são temperaturas extremas, altas ou baixas, fora da zona de conforto térmico dos bovinos. Em uma condição de temperatura crítica inferior ou superior, os bovinos vão apresentar respostas para produção ou dissipação de calor. Assim, o animal busca manter a homeotermia, ou seja, a busca pela manutenção da temperatura corporal com pouca variação. Porém, a partir de um momento o bovino pode ter risco de vida em condições de hipotermia (baixas temperaturas) ou hipertermia (altas temperaturas), entrando na chamada zona de sobrevivência.
A zona de conforto térmico pode variar de acordo com a aptidão dos bovinos, raça, idade, categoria, nível de produção, saúde e até mesmo com a dieta fornecida.
Raças zebuínas são mais resistentes a temperaturas altas quando comparado com raças européias, assim como bezerros recém nascidos são mais sensíveis a baixas temperaturas comparados à bovinos adultos.
Outros dois conceitos, são as temperaturas críticas superior e inferior, que são temperaturas extremas, altas ou baixas, fora da zona de conforto térmico dos bovinos. Em uma condição de temperatura crítica inferior ou superior, os bovinos vão apresentar respostas para produção ou dissipação de calor. Assim, o animal busca manter a homeotermia, ou seja, a busca pela manutenção da temperatura corporal com pouca variação. Porém, a partir de um momento o bovino pode ter risco de vida em condições de hipotermia (baixas temperaturas) ou hipertermia (altas temperaturas), entrando na chamada zona de sobrevivência.
Nos últimos anos, a pecuária teve um desenvolvimento fortíssimo em genética dos bovinos de leite e de corte, com animais mais produtivos e com maior desempenho. Todavia, sabe-se que para que um bovino consiga expressar toda a sua genética, é necessário que as condições ambientais sejam favoráveis.
Quais condições ambientais influenciam na genética dos bovinos?
A nível de fazenda, algumas condições ambientais devem ser levadas em consideração, como o manejo geral por meio da mão de obra dos colaboradores diretamente com os animais, a nutrição animal, o manejo dos alimentos como pastagens, fenos e silagens, as instalações utilizadas para o manejo dos animais e o manejo sanitário. Todas essas condições devem ser atendidas plenamente e devem estar ligadas diretamente com a bioclimatologia. Para isso, é necessário entender o macroambiente da região onde a fazenda está inserida para que nenhum fator seja fornecido ou atendido de maneira ineficiente.
Os mecanismos de regulação nos bovinos
A informação do estresse por frio ou calor chega ao cérebro, desencadeando consequentemente, respostas para manter a temperatura corporal, buscando a termogênese (produção de calor) ou a termólise (dissipação de calor).
Respostas em condição de estresse por frio para a termogênese:
• Vasoconstrição
• Aumento do apetite
• Tremor
• Maior movimentação
Respostas em condição de estresse por calor para a termólise:
• Vasodilatação
• Perda de apetite
• Maior ingestão de água
• Sudorese
• Aumento da frequência cárdio-respiratória
• Prostração
Alterações fisiológicas para observação na fazenda:
É possível observar alterações fisiológicas de maneira prática na fazenda para identificação de animais em situação de estresse térmico. A frequência cárdio-respiratório é um indicador fácil de ser analisado a campo sem a necessidade de medições mais complexas. Em bovinos a frequência cárdio-respiratória normal é de 18-25 movimentos/minuto e de 60-80 batimentos/minuto. A temperatura retal em bovinos é em torno de 38,5°C, todavia a temperatura retal pode alterar de 1 ou 2 horas depois do pico de estresse térmico.
Como a bioclimatologia pode ser implementada na fazenda?
A bioclimatologia pode ser implementada seguindo 5 passos importantes:
1 - obter e conhecer os dados climáticos da região onde a fazenda está inserida.
2 - estimar o grau de conforto ou estresse térmico para os bovinos a partir dos dados climáticos regionais que foram obtidos.
3 - compreender como os bovinos trocam calor e energia com o ambiente, seja por condução, quando o animal está em local com sombra, ou por meio da ingestão de água.
4 - entender que para todos esses processos realizados pelo animal existem impactos, que podem ser no desempenho produtivo em litros de leite produzido, em desempenho reprodutivo e até na saúde dos bovinos.
5 - implementação de medidas de combate ao estresse térmico a partir de toda a coleta de dados climáticos regionais, entendimento da zona de conforto, como os animais reagem às condições de estresse térmico e quais são os impactos diretos.
• Conhecer o clima da região
• Monitoramento de variáveis climáticas
• Uso de ferramentas de análise do clima
• Planejar estratégias de prevenção ao estresse térmico
• Treinamento da mão de obra
• Rebanho separado por categoria
Para obter informações do clima regional, é possível obter dados por meio do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). O Instituto oferece dados atualizados do Índice de Temperatura e Umidade - ITU que são importantes no momento da identificação do conforto térmico dos bovinos, além de ser possível utilizar os dados para recomendação de práticas para amenizar seus possíveis impactos negativos sobre o desempenho do rebanho.
Com a análise prévia do clima na região é possível identificar os principais pontos de atenção ao longo do ano, implementar ferramentas e tecnologias que amenizem o estresse térmico dos bovinos. É importante que os colaboradores da fazenda sejam treinados para estarem atentos a qualquer comportamento anormal do rebanho.
Todavia, o grande objetivo é evitar que os animais sofram pelas altas ou baixas temperaturas e para isso, é necessário o planejamento prévio das instalações e de toda a infraestrutura envolvida na atividade, minimizando todos os fatores climáticos que influenciam negativamente no conforto térmico dos bovinos.
Ademais, eventos climáticos extremos tem se tornado mais recorrentes, sendo necessário estar cada vez mais atento à essas mudanças para que as fazendas caminhem sempre em busca de práticas, manejos e tecnologias que propiciem o bem estar dos bovinos, para uma produção mais sustentável, eficiente e rentável.
1 - obter e conhecer os dados climáticos da região onde a fazenda está inserida.
2 - estimar o grau de conforto ou estresse térmico para os bovinos a partir dos dados climáticos regionais que foram obtidos.
3 - compreender como os bovinos trocam calor e energia com o ambiente, seja por condução, quando o animal está em local com sombra, ou por meio da ingestão de água.
4 - entender que para todos esses processos realizados pelo animal existem impactos, que podem ser no desempenho produtivo em litros de leite produzido, em desempenho reprodutivo e até na saúde dos bovinos.
5 - implementação de medidas de combate ao estresse térmico a partir de toda a coleta de dados climáticos regionais, entendimento da zona de conforto, como os animais reagem às condições de estresse térmico e quais são os impactos diretos.
Plano de prevenção e combate ao estresse térmico
Algumas medidas simples podem ser tomadas para auxiliar no combate ao estresse térmico:• Conhecer o clima da região
• Monitoramento de variáveis climáticas
• Uso de ferramentas de análise do clima
• Planejar estratégias de prevenção ao estresse térmico
• Treinamento da mão de obra
• Rebanho separado por categoria
Para obter informações do clima regional, é possível obter dados por meio do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). O Instituto oferece dados atualizados do Índice de Temperatura e Umidade - ITU que são importantes no momento da identificação do conforto térmico dos bovinos, além de ser possível utilizar os dados para recomendação de práticas para amenizar seus possíveis impactos negativos sobre o desempenho do rebanho.
Com a análise prévia do clima na região é possível identificar os principais pontos de atenção ao longo do ano, implementar ferramentas e tecnologias que amenizem o estresse térmico dos bovinos. É importante que os colaboradores da fazenda sejam treinados para estarem atentos a qualquer comportamento anormal do rebanho.
Todavia, o grande objetivo é evitar que os animais sofram pelas altas ou baixas temperaturas e para isso, é necessário o planejamento prévio das instalações e de toda a infraestrutura envolvida na atividade, minimizando todos os fatores climáticos que influenciam negativamente no conforto térmico dos bovinos.
Ademais, eventos climáticos extremos tem se tornado mais recorrentes, sendo necessário estar cada vez mais atento à essas mudanças para que as fazendas caminhem sempre em busca de práticas, manejos e tecnologias que propiciem o bem estar dos bovinos, para uma produção mais sustentável, eficiente e rentável.
Fonte da imagem: Freepik
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