Boas práticas de vacinação em bovinos: o que você precisa saber

Postado em: 24/10/2022 | 2 min de leitura Escrito por:
No mês de novembro ocorre a segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa no Brasil. Apesar do ato de vacinação ser uma prática simples, ela exige alguns cuidados especiais para garantir os resultados esperados e evitar prejuízos aos produtores e danos aos animais. 
 
O primeiro passo de um processo de vacinação bem-sucedido é o planejamento. Nele, a propriedade deve ter um calendário de vacinação  para definir as vacinas a serem dadas naquele ano, considerando as obrigatórias e aquelas que precisam ser incluídas de acordo com a incidência de doenças na região e na propriedade.
 
Após esta etapa, consideram-se comprar as vacinas aprovadas pelo MAPA e adquiridas em lojas registradas, levando em consideração a disponibilidade no mercado, a origem do produto e a quantidade necessária.
 
De modo geral, as vacinas precisam ser conservadas adequadamente, acondicionadas em uma caixa térmica em temperaturas entre 2°C e 8°C. Durante o transporte, tal qual no dia do manejo e até no armazenamento nas geladeiras, deverão haver sempre três partes de gelo para cada parte de vacina.
 
Esta etapa é fundamental, pois a vacina não pode aquecer demais e nem congelar, pois, em ambas as situações, perde-se a eficácia. É preciso também ficar atento ao prazo de validade do produto adquirido.
 
Para evitar o estresse, responsável pela redução da resposta imunológica dos animais, é importante atentar-se aos cuidados que preservam o bem estar durante a vacinação. O processo não pode ser demasiadamente lento ou acelerado, a propriedade deve ter condições adequadas de contenção e os ruídos devem ser os menores possíveis.
 
Selecionar a melhor agulha para aplicação da vacina também faz parte do processo. Quanto maior a viscosidade da vacina maior a espessura da agulhas. No contexto da febre aftosa, a vacina é mais oleosa e deve ser aplicada de forma subcutânea nos animais. 

As vacinas subcutâneas devem ser aplicadas na tábua do pescoço ou atrás da paleta  Já a intramuscular deve ser aplicada preferencialmente  no músculo da tábua do pescoço, a fim de evitar danos na musculatura da garupa. Deve-se tomar cuidado, pois vacinas aplicadas de forma errada podem levar a perdas de carcaça por hematomas ou abscessos. 
 
Diferentes vacinas podem ser aplicadas no mesmo dia para facilitar o manejo, mas nunca se deve combinar diferentes vacinas na mesma injeção, exceto se tiver indicação do fabricante
 
Todo o material utilizado no processo de vacinação deve ser esterilizado, higienizado, secado e armazenado para a próxima utilização. As seringas reutilizáveis e pistolas precisam ser desmontadas e lavadas com água e detergente neutro. As peças de metal e agulhas devem ser fervidas em água limpa por 15 minutos.
 
Todo o material biológico como sobras de vacina em frascos abertos ou ampolas não utilizadas totalmente precisa ser descartado e incinerado juntamente com frascos  vazios, visando evitar a contaminação do ambiente e o risco biológico de contato com animais ou pessoas. 
 
Após a vacinação,  os animais devem ser conduzidos ao seu local de permanência, visando causar o menor estresse possível. O ideal é que o animal tenha um local com conforto térmico com acesso à sombra, e oferta de água e alimentação adequada. 
 
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