Quais as mudanças que ocorreram com a vacinação de febre aftosa?

Postado em: 03/06/2022 | 4 min de leitura Escrito por:
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decidiu no início de abril inverter a estratégia de vacinação em 2022 para dez unidades da Federação, de forma que, nesses locais, a 1ª etapa a ser realizada em maio será destinada aos bovinos e bubalinos até 24 meses, enquanto a 2ª etapa, em novembro, para todo o rebanho.
 
A inversão na estratégia de vacinação será válida aos estados da Bahia, do Espírito Santo (já utiliza essa estratégia), de Goiás, de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso, do Rio de Janeiro, de Sergipe, de São Paulo, de Tocantins e Distrito Federal, que compõem o Bloco IV. Esses estados totalizam aproximadamente 61,3 milhões de bovinos e bubalinos de zero a 24 meses que deverão ser imunizados no mês de maio de 2022.
 
O objetivo é garantir a oferta oportuna de vacinas nas etapas de 2022 para manter os índices vacinais satisfatórios e manter a imunidade do rebanho brasileiro, evitando prejuízos à certificação de país livre de febre aftosa com vacinação do Brasil.

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De acordo com o Mapa, demanda de vacina contra a febre aftosa para este ano já está acordada e programada com a indústria produtora, viabilizando a oferta oportuna para os estados envolvidos dentro dos meses previstos para vacinação, sem necessidade, a princípio, de prorrogação das etapas, como ocorreu em 2021.
 
Diante da preocupação dos produtores rurais com possível redução dos índices de prenhez no rebanho, devido ao manejo dos animais durante a vacinação, o Mapa informa que para a segunda etapa de vacinação em específico, que será realizada em novembro e envolvendo todo o rebanho bovino e bubalino, os produtores poderão solicitar autorização aos serviços veterinários estaduais para realizar a vacinação de seus animais a partir de primeiro de outubro, ou postergar para dezembro, dependendo do planejamento reprodutivo utilizado no rebanho.
 
A vacinação em áreas especiais, como a região do Pantanal e a Ilha do Bananal, permanecem inalteradas, seguindo o calendário previsto inicialmente.
 
 
Suspensão da vacinação
 
O Mapa também informou que suspenderá a vacinação contra a febre aftosa em seis estados e no Distrito Federal, após a última etapa de vacinação a ser realizada em novembro. As unidades da Federação integram o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA). São elas:  Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins e Distrito Federal.
 
Ao todo, aproximadamente 113 milhões de bovinos e bubalinos deixarão de ser vacinados, o que corresponde a quase 50% do rebanho total do país.
 
O anúncio foi feito pelo ministro Marcos Montes e o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal, durante a abertura da 87ª edição da ExpoZebu, em Uberaba (MG), no final de abril.
A suspensão faz parte do projeto de ampliação de zonas livres de febre aftosa sem vacinação no país, previstas no PE-PNEFA. Para realizar a transição de status sanitário, os estados e o Distrito Federal atenderam aos critérios definidos no Plano Estratégico, que está alinhado com as diretrizes do Código Terrestre da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).
 
O PE-PNEFA está fundamentado na avaliação contínua de indicadores que são monitorados regularmente de forma conjunta pelas equipes gestoras do plano estratégico, que reúnem os setores público e privado, em âmbito estadual e nacional. A meta é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação até 2026.
 
Nesse momento, não haverá restrição na movimentação de animais e de produtos entre os estados do Bloco IV, que terão a vacinação suspensa em 2022, e os demais estados que ainda vacinam no país. Isso porque o pleito brasileiro para o reconhecimento internacional das unidades da Federação como zonas livres da doença sem vacinação não será encaminhado para a OIE no próximo ano.
 
Para o reconhecimento como zonas livres de febre aftosa sem vacinação, a OIE exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses.
 
Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
 
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