Modelos de biodigestores e viabilidade econômica
Postado em: 28/12/2018 | 4 min de leitura
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O processo de biodigestão existe há mais de dois mil anos. Tecnicamente, a biodigestão consiste na fermentação anaeróbica da biomassa. Isso porque a matéria orgânica pode ser biodegradada em anaerobiose. As bactérias, na falta de oxigênio, vão fermentar e produzir biogás (confira esse artigo: Você sabe qual biomassa de sua fazenda pode ser transformada em biogás?)
No Brasil, as dificuldades no manejo dos biodigestores foi durante vários anos um entrave à difusão do uso dessa tecnologia na pecuária. Na década de oitenta, o Governo brasileiro lançou um programa de energia rural onde foi difundido os biodigestores de modelo indiano. A adesão não foi boa na ocasião justamente devido às dificuldades de manejo.
A solução para esse problema surgiu com a chegada no Brasil dos biodigestores modelo canadense, de lona, que possuem um manejo bastante viável e garante excelentes resultados.
Modelos de biodigestor
Existem modelos de biodigestor contínuos e descontínuos.
Biodigestor descontínuo
O biodigestor descontínuo se assemelha a um tambor que é alimentado com a biomassa (esterco). O biogás é produzido dentro desse tambor. Quando a produção cessa, o biodigestor é esgotado.
Esse é um modelo de difícil utilização, pois recebe a carga total e depois precisa ser completamente esgotado.
Biodigestor contínuo
Os modelos de biodigestor mais difundidos no mundo são:
- Modelo indiano;
- Modelo chinês.
Ambos são modelos de biodigestor contínuo. Entretanto, o modelo indiano possui uma campânula de ferro. Por esse motivo, esse é um modelo de biodigestor de pouco tempo de utilização, pois a campânula de ferro acaba corroendo, sendo, dessa forma, utilizado por pequenos produtores.
Já os biodigestores de modelo chinês possuem uma campânula fixa, construída em alvenaria. Entretanto, um fator que dificulta o uso desses biodigestores é que eles aceitam o esterco sólido, que precisa ser diluído com água em seu interior. Esse tipo de biodigestor tem uma caixa de alimentação e uma caixa de saída. Isso é feito de um modo quase manual o que, no Brasil, inviabilizou a difusão dessa tecnologia.
Biodigestor modelo canadense
Assim, um modelo que veio substituir esse tipo de biodigestor contínuo foi o biodigestor modelo canadense, de lona. Atualmente, é o biodigestor mais utilizado no Brasil.
Existem pesquisas sobre biodigestor de mistura completa e os de mistura completa termófilos (com aquecimento), que são utilizados nos Estados Unidos e na Europa. No entanto, esses biodigestores têm uma tecnologia muito maior, com controle de agitação e de temperatura, tornando-se, dessa forma, sistemas mais exigentes.
No Brasil, o modelo vigente é o canadense, que só opera com os dejetos na forma líquida. Após a entrada dos dejetos no biodigestor, há o chamado tempo de retenção hidráulico (TRH), que pode durar de 40 a 60 dias, dependendo do tamanho, da carga orgânica e teor de sólidos. O biodigestor canadense opera com um teor de sólidos da ordem de 2% a 4% de matéria seca.
Taxa de retorno
Mas, afinal, vale mesmo a pena instalar biodigestores na fazenda?
Para avaliar a viabilidade econômica da aplicação de uma tecnologia, deve-se conhecer a taxa de retorno. Tomemos como exemplo a Fazenda Bom Retiro, em Pouso Alto, MG, que possui 800 bovinos confinados e 220 matrizes de suínos.
Há seis anos, a fazenda instalou dois biodigestores de 1.500 m3 cada um (foto acima). Além disso, a fazenda instalou um moto-gerador de 120 kva. Depois disso, a fazenda instalou um terceiro biodigestor com 2000 m3 de capacidade. Com isso, quase se triplicou a capacidade de geração de energia, com geração de 330 kva.
Assim, a taxa de retorno foi de 3 anos, com o produtor recuperando o investimento e conseguindo pagar tudo o que foi investido dentro do prazo do financiamento captado.
Existem diversas opções de financiamento. A Fazenda Bom Retiro buscou financiamento dentro do Programa ABC, de Agricultura de Baixo Carbono, que tem uma linha específica dentro do Banco do Brasil com período de carência de 3 anos.
Isso é viável e torna o produtor não somente autossuficiente em energia, mas também, produzindo energia de forma distribuída e vendendo energia para a concessionária.
Saiba mais: Quando é viável optar pelo biodigestor?
Você está querendo instalar um biodigestor em sua fazenda, passando a ser autossuficiente em energia e, além disso, lucrar com a geração da mesma? Não deixe de conferir o conteúdo completo do curso on-line Biodigestor como oportunidade para sistemas pecuários, do EducaPoint, onde o pesquisador da Embrapa, Marcelo Otenio, explica tudo o que é preciso para montar um biodigestor.
Para ter acesso ao curso completo, você precisa ser assinante da plataforma EducaPoint. O acesso à plataforma garante a você a possibilidade de fazer mais de 130 cursos on-line por um preço único!
No Brasil, as dificuldades no manejo dos biodigestores foi durante vários anos um entrave à difusão do uso dessa tecnologia na pecuária. Na década de oitenta, o Governo brasileiro lançou um programa de energia rural onde foi difundido os biodigestores de modelo indiano. A adesão não foi boa na ocasião justamente devido às dificuldades de manejo.
A solução para esse problema surgiu com a chegada no Brasil dos biodigestores modelo canadense, de lona, que possuem um manejo bastante viável e garante excelentes resultados.
Modelos de biodigestor
Existem modelos de biodigestor contínuos e descontínuos.
Biodigestor descontínuo
O biodigestor descontínuo se assemelha a um tambor que é alimentado com a biomassa (esterco). O biogás é produzido dentro desse tambor. Quando a produção cessa, o biodigestor é esgotado.
Esse é um modelo de difícil utilização, pois recebe a carga total e depois precisa ser completamente esgotado.
Biodigestor contínuo
Os modelos de biodigestor mais difundidos no mundo são:
- Modelo indiano;
- Modelo chinês.
Ambos são modelos de biodigestor contínuo. Entretanto, o modelo indiano possui uma campânula de ferro. Por esse motivo, esse é um modelo de biodigestor de pouco tempo de utilização, pois a campânula de ferro acaba corroendo, sendo, dessa forma, utilizado por pequenos produtores.
Já os biodigestores de modelo chinês possuem uma campânula fixa, construída em alvenaria. Entretanto, um fator que dificulta o uso desses biodigestores é que eles aceitam o esterco sólido, que precisa ser diluído com água em seu interior. Esse tipo de biodigestor tem uma caixa de alimentação e uma caixa de saída. Isso é feito de um modo quase manual o que, no Brasil, inviabilizou a difusão dessa tecnologia.
Biodigestor modelo canadense
Assim, um modelo que veio substituir esse tipo de biodigestor contínuo foi o biodigestor modelo canadense, de lona. Atualmente, é o biodigestor mais utilizado no Brasil.
Existem pesquisas sobre biodigestor de mistura completa e os de mistura completa termófilos (com aquecimento), que são utilizados nos Estados Unidos e na Europa. No entanto, esses biodigestores têm uma tecnologia muito maior, com controle de agitação e de temperatura, tornando-se, dessa forma, sistemas mais exigentes.
No Brasil, o modelo vigente é o canadense, que só opera com os dejetos na forma líquida. Após a entrada dos dejetos no biodigestor, há o chamado tempo de retenção hidráulico (TRH), que pode durar de 40 a 60 dias, dependendo do tamanho, da carga orgânica e teor de sólidos. O biodigestor canadense opera com um teor de sólidos da ordem de 2% a 4% de matéria seca.
Taxa de retorno
Mas, afinal, vale mesmo a pena instalar biodigestores na fazenda?
Para avaliar a viabilidade econômica da aplicação de uma tecnologia, deve-se conhecer a taxa de retorno. Tomemos como exemplo a Fazenda Bom Retiro, em Pouso Alto, MG, que possui 800 bovinos confinados e 220 matrizes de suínos.
Há seis anos, a fazenda instalou dois biodigestores de 1.500 m3 cada um (foto acima). Além disso, a fazenda instalou um moto-gerador de 120 kva. Depois disso, a fazenda instalou um terceiro biodigestor com 2000 m3 de capacidade. Com isso, quase se triplicou a capacidade de geração de energia, com geração de 330 kva.
Assim, a taxa de retorno foi de 3 anos, com o produtor recuperando o investimento e conseguindo pagar tudo o que foi investido dentro do prazo do financiamento captado.
Existem diversas opções de financiamento. A Fazenda Bom Retiro buscou financiamento dentro do Programa ABC, de Agricultura de Baixo Carbono, que tem uma linha específica dentro do Banco do Brasil com período de carência de 3 anos.
Isso é viável e torna o produtor não somente autossuficiente em energia, mas também, produzindo energia de forma distribuída e vendendo energia para a concessionária.
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Fontes consultadas:
Curso on-line Biodigestor como oportunidade para sistemas pecuários, do EducaPoint.
Curso biodigestor OTENIO, M.H. 16 09 2014