O que é o manejo biológico na cadeia agropecuária?
Postado em: 07/03/2024 | 4 min de leitura
Escrito por: Fernanda Antunes
O manejo biológico na cadeia agropecuária é a adoção de ferramentas, práticas e tecnologias disponíveis com o objetivo de diminuir o impacto negativo de pragas e patógenos (doenças) sobre as culturas agrícolas assim como na produção animal.
Embora o conceito de manejo biológico possa parecer recente, sua prática iniciou no século XIII, quando os chineses já empregavam formigas como predadores para controlar pragas em pomares de citrus. Ao longo do tempo, a humanidade observou e adaptou os predadores naturais presentes no ambiente, transformando esses recursos em ferramentas valiosas para a agricultura.
As ferramentas, tecnologias e práticas disponíveis no manejo biológico são bastante diversas, com opções para controle de insetos, nematóides do solo e até mesmo doenças de raízes e de parte aérea (folhas e colmo). São vários os tipos de agentes utilizados para o controle biológico, podendo ser desde insetos, fungos, vírus, bactérias, parasitóides e até mesmo extratos de plantas.
O manejo biológico é um grande aliado na implementação de práticas mais sustentáveis na produção de alimentos, principalmente quando pensamos na produção vegetal, seja para lavouras de milho e soja, assim como no setor de horticultura e fruticultura. Na produção animal também já é possível encontrar algumas tecnologias disponíveis para controle biológico de parasitas.
Dentro das principais vantagens, estão:
Manejo biológico na pecuária
Com a ocorrência das altas temperaturas durante a estação do verão, e em algumas regiões do país, durante o ano todo, uma grande problemática na pecuária, seja de corte ou de leite, é o carrapato.
O parasita é capaz de afetar negativamente a produtividade do rebanho, além de disseminar a tristeza parasitária bovina, causando prejuízos no ganho de peso e podendo levar até a morte.
O controle do carrapato nas fazendas normalmente é realizado por meio de aplicação direta de antiparasitários sobre os bovinos. No entanto, as aplicações podem ocorrer num intervalo muito curto, isso porque os carrapatos além de ficarem no pelo dos bovinos, ficam também alojados no solo e nas pastagens causando infestações constantes.
Em 2021 foi publicada uma pesquisa realizada pela Embrapa, Universidade Federal de Goiás (UFG) e pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), revelando a eficácia da aplicação de formulações granulares com o fungo Metarhizium robertsii, sobre as áreas de pastagens para controle do carrapato.
Os estudos tiveram ótimos resultados para o controle do parasita, considerando que aproximadamente 95% da população de carrapatos fica alojada nas pastagens e não nos bovinos. Isso porque, as fêmeas botam os ovos diretamente no solo, que vão eclodir e em poucos dias já parasitam nos animais. As aplicações do fungo no solo reduziram significativamente o número de larvas, atingindo pelo menos 64,8% de eficácia, número considerado promissor no contexto de controle biológico.
A utilização desse controle, em conjunto com outras técnicas pode colaborar muito com a redução das infestações nos rebanhos, além de reduzir os riscos de resistência do carrapato aos antiparasitários disponíveis no mercado.
Embora o conceito de manejo biológico possa parecer recente, sua prática iniciou no século XIII, quando os chineses já empregavam formigas como predadores para controlar pragas em pomares de citrus. Ao longo do tempo, a humanidade observou e adaptou os predadores naturais presentes no ambiente, transformando esses recursos em ferramentas valiosas para a agricultura.
As ferramentas, tecnologias e práticas disponíveis no manejo biológico são bastante diversas, com opções para controle de insetos, nematóides do solo e até mesmo doenças de raízes e de parte aérea (folhas e colmo). São vários os tipos de agentes utilizados para o controle biológico, podendo ser desde insetos, fungos, vírus, bactérias, parasitóides e até mesmo extratos de plantas.
Quais são as vantagens do manejo biológico na agropecuária?
As vantagens do manejo biológico são principalmente nos aspectos econômico, sustentável e social. Com o mercado agrícola brasileiro altamente competitivo, a crescente demanda por práticas que englobem a sustentabilidade, rentabilidade e tenha impacto positivo para as pessoas envolvidas na cadeia, direta ou indiretamente, ganham cada vez mais o reconhecimento nacional e mundial.O manejo biológico é um grande aliado na implementação de práticas mais sustentáveis na produção de alimentos, principalmente quando pensamos na produção vegetal, seja para lavouras de milho e soja, assim como no setor de horticultura e fruticultura. Na produção animal também já é possível encontrar algumas tecnologias disponíveis para controle biológico de parasitas.
Dentro das principais vantagens, estão:
- Redução no uso e de custos na utilização de insumos como defensivos agrícolas nas culturas e de medicamentos na produção animal;
- Redução de resíduos com impacto ambiental;
- Preservação do solo e de sua biodiversidade;
- Maior diversidade biológica nos agroecossistemas; e
- Maior segurança para as pessoas envolvidas na atividade.
Manejo biológico na pecuária
Com a ocorrência das altas temperaturas durante a estação do verão, e em algumas regiões do país, durante o ano todo, uma grande problemática na pecuária, seja de corte ou de leite, é o carrapato.
O parasita é capaz de afetar negativamente a produtividade do rebanho, além de disseminar a tristeza parasitária bovina, causando prejuízos no ganho de peso e podendo levar até a morte.
O controle do carrapato nas fazendas normalmente é realizado por meio de aplicação direta de antiparasitários sobre os bovinos. No entanto, as aplicações podem ocorrer num intervalo muito curto, isso porque os carrapatos além de ficarem no pelo dos bovinos, ficam também alojados no solo e nas pastagens causando infestações constantes.
Em 2021 foi publicada uma pesquisa realizada pela Embrapa, Universidade Federal de Goiás (UFG) e pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), revelando a eficácia da aplicação de formulações granulares com o fungo Metarhizium robertsii, sobre as áreas de pastagens para controle do carrapato.
Os estudos tiveram ótimos resultados para o controle do parasita, considerando que aproximadamente 95% da população de carrapatos fica alojada nas pastagens e não nos bovinos. Isso porque, as fêmeas botam os ovos diretamente no solo, que vão eclodir e em poucos dias já parasitam nos animais. As aplicações do fungo no solo reduziram significativamente o número de larvas, atingindo pelo menos 64,8% de eficácia, número considerado promissor no contexto de controle biológico.
A utilização desse controle, em conjunto com outras técnicas pode colaborar muito com a redução das infestações nos rebanhos, além de reduzir os riscos de resistência do carrapato aos antiparasitários disponíveis no mercado.
Imagem 1. Fêmea do carrapato Rhipicephalus microplus na fase de oviposição.
Foto: Allan Felipe Marciano, Embrapa.
Manejo biológico nas lavouras
Para a produção de cultura agrícolas, como milho, soja e outras, as opções para aplicação de manejos biológicos são ainda maiores.
Fungos do gênero Trichoderma estão dentro do grupo de agentes de controle biológicos mais estudado e utilizado na produção agrícola, melhorando a sanidade e o desenvolvimento das plantas. Atualmente, diversos produtos com princípio ativo a base de Trichoderma estão disponíveis no mercado.
Encontrado em praticamente todos os tipos de solo, o fungo tem grande facilidade de colonização no solo e nas raízes, competindo com patógenos que estão ali presentes. O Trichoderma tem a capacidade de realizar o controle principalmente de doenças causadas por fungos de solo, ou seja, de patógenos que passam a maior parte do seu ciclo de vida infectando raízes, base de caule e sistema vascular das plantas, que apresentam sintomas de podridões e murchas. O uso de Trichoderma é empregado em diversas culturas agrícolas, como milho, soja, algodão e arroz.
Essas são algumas das possibilidades para implementação do manejo biológico na fazenda, seja nas lavouras ou nos rebanhos. Essas ferramentas podem ser trabalhadas de maneira individual no controle de pragas e patógenos, quando possuem alto nível de eficácia.
Ao mesmo tempo, podem ser inseridas nos sistemas de produção em conjunto com outras estratégias já empregadas na atividade, com objetivo de escalonar o uso de alternativas que sejam mais nocivas com alternativas de manejos biológicos, sendo um caminho muito promissor para impulsionar a fazenda em direção a uma produção mais sustentável.
Fonte consultada: Fungo aplicado na pastagem é capaz de contorlar carrapato bovino. Embrapa, 25/05/21.
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