Parasita pulmonar em bovinos: sinais clínicos e controle
Postado em: 10/02/2021 | 3 min de leitura
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O Dictyocaulus viviparus é o parasito causador da dictiocaulose, doença que acomete a traqueia, os brônquios e os bronquíolos de bezerros e também de bovinos adultos. A dictiocaulose dos bovinos é uma doença essencialmente respiratória e as manifestações clínicas relacionam-se com a penetração dos parasitas no hospedeiro.
Ciclo evolutivo
As fêmeas de Dictyocaulus são ovovivíparas, produzindo ovos que contém larvas (L1) totalmente desenvolvidas que eclodem quase que imediatamente na mucosidade das vias respiratórias. As L1 migram até a traqueia, onde são deglutidas e eliminadas nas fezes ou expelidas pela tosse.
As larvas de primeiro estádio, presentes nas fezes, são caracteristicamente lentas e não se alimentam, apenas absorvendo energia de suas células intestinais que estão cheia de grânulos alimentares castanho-escuros. Em condições ideais, as larvas de terceiro estádio (L3) infectante são atingidas dentro de cinco dias, e retêm as cutículas dos estádios anteriores (L1 e L2). As L3 infectantes deixam o bolo fecal e alcançam a forragem ou por sua própria motilidade ou através de intervenção do fungo Pilobolus que se desenvolve em fezes de herbívoros.
Os hospedeiros ingerem as L3 junto com o pasto e penetram na mucosa intestinal, atingindo a circulação sanguínea via gânglios linfáticos do mesentério. Pela circulação chegam aos alvéolos, bronquíolos e brônquios. Algumas larvas, em fêmeas prenhes, podem chegar ao feto através da circulação placentária, ocasionando infecção pré-natal.
As larvas de terceiro estádios sofrem muda para L4 após cinco dias da infecção e no 15o dia são observados adultos jovens nos brônquios.
O principal meio de disseminação das formas infectantes do Dictyocaulus viviparus são através dos pastos com alta lotação de animais.
Sinais clínicos
As perdas econômicas envolvidas com este parasita englobam perda de peso, atraso no desenvolvimento do bezerro, venda involuntária de animais comprometidos e os custos envolvidos com o tratamento de broncopneumonias secundárias.
Nos casos crônicos, os animais acometidos apresentam tosse frequente e emagrecimento lento, sem causas evidentes. Nos casos agudos, ocorre edema e enfisema pulmonar, com secreção nasal, tosse úmida e dificuldade para respirar.
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Diagnóstico
Para realizar o diagnóstico deve-se cruzar as informações clínicas do animal com o exame laboratorial. Pode-se fazer um exame com microscópio do exsudato coletado na traqueia à procura de larvas. Pode-se também, através do método de Baermann, buscar larvas infectantes nas fezes. As larvas do Dictyocaulus viviparus se distinguem de outras larvas pela presença de um botão esférico, situado na sua extremidade anterior.
Nos casos necropsiados os vermes adultos são facilmente detectados nos brônquios e nos bronquíolos. Além dos vermes, deve-se notar a presença de alterações pulmonares, tais como: edema, enfisema, áreas colabadas, áreas com muito líquido e espuma.
Nos casos necropsiados os vermes adultos são facilmente detectados nos brônquios e nos bronquíolos. Além dos vermes, deve-se notar a presença de alterações pulmonares, tais como: edema, enfisema, áreas colabadas, áreas com muito líquido e espuma.
Tratamento e controle
Os anti-helmintos viáveis para o tratamento da bronquite parasitária são os modernos benzimidazóis, levamisol ou as ivermectinas. Essas drogas demonstram eficácia contra todos os estágios de parasitas pulmonares, com consequente melhora da sintomatologia clínica.
Para máxima eficiência, todas essas drogas devem ser usadas o mais cedo possível, visto que os sintomas clínicos associados à patologia pulmonar não desaparecem rapidamente por simples remoção de parasitas pulmonares adultos.
Qualquer que seja o tratamento escolhido é aconselhável dividir os animais acometidos em dois grupos, pois o prognóstico varia de acordo com a gravidade da doença.
O controle desta parasitose envolve um manejo racional dos pastos da propriedade, onde os bezerros devem ser alojados nas áreas mais altas da propriedade (evitando áreas de umidade e baixadas). Deve-se também evitar que animais de outras faixas etárias utilizem os pastos designados para a criação de animais jovens. Assim como para todos os problemas sanitários de um rebanho, as medidas de biossegurança são uma importante ferramenta para a redução dos custos com doenças e perda de animais. Por isso, atenção com o manejo de esterco, com o uso de equipamentos que têm contado com o esterco e para a higiene em todas as atividades rotineiras do rebanho.
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Fontes consultadas:
Parasita Pulmonar em Bovinos (https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao-de-leite/parasita-pulmonar-em-bovinos-23169n.aspx#:~:text=O%20Dictyocaulus%20viviparus%20é%20o,e%20também%20de%20bovinos%20adultos.)
DICTIOCAULOSE, de LOPES, Rômulo M. Gomes; AZEVEDO, Fernando Felipe; MARQUES, Manuel Eduardo O.; CRUZ, Guilherme Gamba C.; NEVES, Maria Francisca (http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/d5sTT7S1Flq7Rrb_2013-6-14-10-15-54.pdf).
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