Poliartrite em bezerros: como evitar
Postado em: 22/01/2020 | 3 min de leitura
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A poliartrite é a patologia mais frequente nos neonatos, sendo provocado por vários agentes como o Actynomices I, Escherichia colli, Streptococcus, Salmolella, Mycoplasma, Staphylococcus. A causa primária é a falta de higiene na região umbilical dos recém-nascidos ou uma ineficiente imunidade passiva produzida por ingestão insuficiente ou tardia do colostro. (Saiba mais: Onfaloflebite e onfaloarterite em bezerros: o que você precisa saber)
A principal via de entrada da infecção é a umbilical, e em alguns casos pode ser a digestiva, produzindo nos dois casos uma septicemia. Os microrganismos chegam através da circulação sanguínea à articulação, causando artrite.
No início ocorre uma sinovite seguida por mudanças na cartilagem articular e algumas vezes no osso. A membrana sinovial fica inflamada, edematosa ocorrendo distensão da cápsula articular provocando danos e destruição da cartilagem. Isso pode levar a artrose e redução dos movimentos no membro atingido.
Os sinais clínicos são inflamação da articulação, em casos avançados crepitação audível e mobilidade reduzida, evoluindo, quando a infecção é por microrganismos piogênicos, na formação de abscesso que terminará drenando para o exterior. Outro sinal que ocorre é a claudicação de um ou mais membro.
Nas poliartrites há marcada depressão e o animal apresenta claudicação de um ou mais membros. Em algumas ocasiões não apoia o membro afetado. Há calor e aumento de volume da articulação comprometida. As articulações mais frequentemente afetadas são: carpiana, tarsiana, fêmur-tíbio-rotuliana, úmero-radio-cubital e metacarpo-falangiana. Os animais que sobrevivem podem apresentar diversos graus de claudicação, deformação articular e atrofia muscular.
Alguns bezerros, com ou sem sinais de artrite, podem ter abscessos em outros órgãos, principalmente no fígado, apresentando depressão, perda de peso e febre, podendo morrer em alguns dias ou semanas.
Em termos de achados patológicos, podem encontrar-se abscessos do umbigo nos trajetos da veia e artéria umbilical, no uraco, ou no fígado. Ocasionalmente, alguns bezerros apresentam meningite ou endocardite. Nas articulações o líquido sinovial está aumentado podendo apresentar-se serohemorrágico, fibrinoso ou purulento. Há erosão da cartilagem articular, proliferação da membrana sinovial e inflamação dos tecidos periarticulares, com distensão e engrossamento da cápsula.
Diagnóstico
Realiza-se pelos dados epidemiológicos, sinais clínicos e lesões de necropsia. O diagnóstico diferencial não oferece dificuldades.
Controle e prevenção
É fundamental evitar as infecções e as miíases umbilicais. Para isso recomenda-se o tratamento do umbigo dos recém nascidos com solução de iodo a 3% ou álcool iodado a 10%. A aplicação de 0,2mg/kg de ivermectina ao nascimento protege o bezerro das miíases por um período de 16-20 dias e mata as larvas com menos de 2 dias.
Considerando que o tratamento da miíase não protege da ocorrência de infecções sistêmicas, pode ser recomendado a administração simultânea de antibióticos como forma de evitar as artrites.
O fornecimento adequado de colostro aos animais para garantir o fortalecimento do sistema imunológico também é uma medida que ajuda na prevenção de diversas doenças, incluindo a poliartrite.
O tratamento das artrites deve ser iniciado o mais cedo possível para evitar lesões crônicas. Para isso devem ser administrados, parenteralmente, agentes antimicrobianos, incluindo sulfas, tetraciclinas ou penicilina-estreptomicina.
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Fontes consultadas:
RIET-CORREA, F.; SCHILD, A.L.; LEMOS, R.A.A.; MENDEZ, M.D. C.Doenças de ruminantes e eqüídeos, 2006, p.327-329.
ONFALOFLEBITE E POLIARTRITE EM BEZERRO DA RAÇA NELORE – RELATO DE CASO (http://www.cic.fio.edu.br/anaisCIC/anais2010/pdf/09VET/36VET.pdf)