Quando devo usar adsorventes na dieta?

Com a crescente demanda mundial de alimentos, houve a necessidade de aumento na produção animal. Sendo assim, aumentou também a demanda por insumos e devido a isto mais produtores buscam subprodutos para substituir os produtos tradicionais e, dessa forma, baixar seus custos.

 

De qualquer forma, sejam os grãos mais comumente utilizados na alimentação animal, seja, subprodutos, é importante ressaltar a importância da conservação desses alimentos e os riscos envolvidos nesse processo. Um importante risco - ainda que invisível - são as micotoxinas.

 

As micotoxinas são metabólitos secundários altamente tóxicos produzidos por fungos. São conhecidas mais de 400 micotoxinas. Os principais fungos produtores de micotoxinas são: Aspergillus spp., Penicillium spp. e Fusarium spp. Estudos mostram que aproximadamente 90% dos alimentos para ruminantes estão contaminados por pelo menos uma micotoxina.

 

 

São vários os alimentos utilizados na alimentação de ruminantes que podem se contaminar com micotoxinas, como milho, soja, trigo, cevada, fenos e pré secados, silagens, capins, leguminosas, polpa cítrica, aveia, centeio, frutas em geral, maçãs, laranjas, silagens fermentadas.

 

Várias micotoxinas são inativadas pela microbiota ruminal, porém ainda ocorre passagem de micotoxinas intactas, ou convertidas em metabólitos com alguma atividade biológica. Consequentemente, ocorre alteração da diversidade da flora ruminal, uma vez que essas micotoxinas podem ter atividade antimicrobiana e modulação do sistema imune do animal, mesmo em pequenas quantidades.

 

Nesse contexto, após a ingestão da micotoxina, o animal pode apresentar uma série de sintomas, que variam dependendo do tipo de micotoxina ingerida, mas podem incluir: problemas gastrointestinais, imunossupressão e queda geral do desempenho, advindo da diminuição da ingestão de matéria seca.

 

 

A principal forma de controlar uma contaminação é por meio de aditivos adsorventes de micotoxinas. Os adsorventes são substâncias adicionadas à ração em quantidades mínimas, capaz de neutralizar ou imobilizar micotoxinas presentes no trato gastrointestinal dos animais, evitando assim seus efeitos negativos.

 

Um estudo conduzido na Itália com 12 animais da raça Holandesa avaliou os efeitos da contaminação da dieta por micotoxinas - em concentrações abaixo do que é considerado máximo pela recomendação Americana e Europeia- produzidas pelo gênero Fusarium no comportamento alimentar, atividade ruminal, produção, composição e coagulação do leite, sistema imune e como o uso de adsorventes podem prevenir seus efeitos negativos.

 

Foi concluído que mesmo em baixas concentrações, a contaminação por micotoxinas afeta aspectos nutricionais, clínicos e produtivos dos animais; com o uso de aditivos adsorventes na dieta, alguns dos efeitos negativos foram suprimidos. 

 

Os resultados mostram que o uso do aditivo inativador de micotoxinas conteve os efeitos negativos na digestibilidade, qualidade do leite e resposta imune.

 

Assim, você deve usar os aditivos adsorventes sempre que o problema das micotoxinas for diagnosticado em sua propriedade, visando reduzir os efeitos deletérios dessas toxinas nos animais e nos resultados da fazenda e sempre acompanhado de medidas de manejo que visem controlar e reduzir a ocorrência das micotoxinas nos alimentos armazenados antes do fornecimento aos animais.

 

Para saber quando você deve usar adsorventes de micotoxinas e qual protocolo utilizar, é preciso conhecer a contaminação na sua fazenda. Lembrando que somente por análises é possível conhecer a contaminação exata. 

 

Conhecendo o desafio da contaminação, deve-se escolher o adsorvente mais adequado para as micotoxinas presentes no alimento. Comercialmente, se trabalha com 15 a 20 gramas por animal por dia, via dieta total. Recomenda-se 1g por kg de matéria seca de consumo de alimento total por dia.

 

Tenha em mente que o controle de micotoxinas em sua propriedade precisa ser feito de forma ampla e completa e que os aditivos adsorventes podem fazer parte de uma estratégia bem-sucedida.

 

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Micotoxinas em vacas leiteiras: seus efeitos e aditivos inativadores (https://www.milkpoint.com.br/colunas/familia-do-leite/micotoxinas-efeitos-e-aditivos-inativadores-em-vacas-leiteiras-223859/)

 

Curso: Introdução a micotoxinas em ruminantes (https://www.educapoint.com.br/v2/curso/pecuaria-geral/introducao-a-micotoxinas-em-ruminantes/)