Zootecnia de precisão: o que já podemos aplicar
Postado em: 28/06/2022 | 4 min de leitura
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Com o crescimento populacional e o aumento da demanda por alimentos, torna-se cada vez mais importante aumentar a eficiência da produção, bem como a qualidade e a sustentabilidade dos produtos de origem animal.
Uma das ferramentas que estão disponíveis para isso é a zootecnia de precisão. A zootecnia de precisão, do termo em inglês “Precision livestock farming”, é o manejo da produção animal utilizando princípios e tecnologia de engenharia de processos, com o objetivo de reduzir as perdas e aumentar o controle acerca do sistema produtivo. Isso torna a produção agropecuária mais profissionalizada.
Uma das ferramentas que estão disponíveis para isso é a zootecnia de precisão. A zootecnia de precisão, do termo em inglês “Precision livestock farming”, é o manejo da produção animal utilizando princípios e tecnologia de engenharia de processos, com o objetivo de reduzir as perdas e aumentar o controle acerca do sistema produtivo. Isso torna a produção agropecuária mais profissionalizada.
Assim, a partir das ferramentas tecnológicas aplicadas pela zootecnia de precisão pode-se criar um sistema de gerenciamento em tempo real e o controle de aspectos produtivos, reprodutivos, saúde e bem-estar animal e dos impactos ambientais se torna possível, contribuindo para a sustentabilidade dos sistemas de produção.
Leia mais: Quais são as vantagens e desvantagens da zootecnia de precisão na produção de leite?
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Aplicações da zootecnia de precisão
A zootecnia de precisão pode ser utilizada para o monitoramento de questões de saúde dos animais, no monitoramento em tempo real dos animais dentro das instalações, possibilitando a avaliação instantânea das condições de bem-estar, pelo controle de processos utilizando ferramentas tecnológicas, no monitoramento contínuo de variáveis fisiológicas dos animais e no desenvolvimento de modelos de predição.
Confira abaixo algumas das ferramentas que estão disponíveis e que podem ser utilizadas, de acordo com algumas áreas:
- Sistemas automatizados de alimentação: podem ser fixos ou móveis. Como exemplo dos fixos, podemos citar correia de alimentação, trilho de distribuição, carrinho misturador ou trilho de distribuição misto. Já nos sistemas móveis, podemos citar distribuição de alimentação autônomo e automotor e trilhos de distribuição automotora.
Confira abaixo alguns exemplos:
Com este sistema, a distribuição é feita nos cochos de forma automatizada. Esse sistema pode ter diferentes tamanhos e formatos. Eles têm fluxo e velocidade pré-determinada.
Alimentadores individuais
Fotos: Escola de Veterinária UFMG
Nesse caso, os animais são controlados por meio de colares e sensores. A quantidade de alimentos é estabelecida previamente e determinada para cada animal individual.
Colares utilizados nos animais
Misturador e distribuidor automático
- Sensores do comportamento ingestivo: existem no mercado vários data loggers que podem ser acoplados aos animais para medir mastigação, tempo de ruminação e o comportamento geral ingestivo do animal, todos fatores relacionados ao desenvolvimento do animal.
Um exemplo é este sistema abaixo, que é acoplado na forma de um cabresto:
Sensor medidor do comportamento ingestivo na forma de cabresto
Este é um sistema bastante utilizado por não ser invasivo.
Salas de ordenha
Os sistemas automáticos de ordenha foram desenvolvidos na década de 90. Porém, estão chegando cada vez mais ao país os sistemas mais modernos automatizados, que são os sistemas robotizados.
O sistema de ordenha automático (AMS) é composto por diferentes módulos: sistema de contenção, sistema de detecção de tetos, braço robótico para colocação dos insufladores, sistema de limpeza de tetos, sistema de sensores, software e o próprio equipamento de ordenha. A entrada e a saída da vaca dentro do sistema de contenção são controladas por portões automáticos. Uma vez contida no box de ordenha, o braço robótico encontra os tetos da vaca, lava-os, estimula-os, retira e examina os primeiros jatos para anormalidades, para posterior acoplamento individual dos insufladores. O fluxo de leite é monitorado e o desacoplamento é realizado individualmente por quarto. Após a retirada dos insufladores, o braço robótico aplica um spray de desinfetante em todos os tetos, para posterior liberação da vaca.
Os sistemas de ordenha automáticos apresentam várias configurações e composições, dependendo do fabricante. A adoção dos sistemas robotizados de ordenha deve continuar crescendo ao redor do mundo, impulsionada pela escassez e encarecimento da mão de obra, associada à preferência por não empregar mão de obra não familiar e à demanda por mais flexibilidade do trabalho e qualidade de vida.
Reprodução e sanidade
Existem hoje em dia uma série de sensores que podem ser utilizados nos animais. O mais importante é ter a informação precisa vinda do animal e que esta seja utilizada para a tomada de decisão.
Alguns exemplos de sensores presentes no mercado:
- Coleiras: podem passar informações sobre hábitos alimentares, detectar problemas de saúde e detectar estro.
- Pedômetros: quantificam o quanto o animal caminhou, alertando sobre o estro (vacas caminham mais quando estão no estro), ajudando na decisão do momento ideal para a inseminação.
- Bolus ruminal: sensor inserido no rúmen que monitora níveis de acidez e ajuda a detectar problemas digestivos.
- Sensor de cauda: mede os movimentos da cauda causados pelas contrações do parto e envia ao pecuarista um SMS que alerta cerca de uma hora antes de a vaca parir.
- Sensor no úbere: sistemas automatizados de ordenha podem ser equipados com sensores para monitorar a qualidade do leite e buscar sinais de mastite.
Esses são alguns exemplos do que já vem sendo feito na zootecnia de precisão, mas cada um dos elementos abordados possui uma grande quantidade de variáveis e informações a serem agregadas. Porém, a velocidade com que novos equipamentos estão surgindo, bem como novos sensores, além da progressiva redução nos custos dessas ferramentas, mostra que esta é uma tendência que veio para ficar.
No entanto, sabemos que a realidade no campo brasileiro não é essa. Assim, a sugestão é que essas tecnologias sejam aplicadas como um processo, que, com o tempo, passarão a ser acessíveis a mais produtores. Cada caso deve ser avaliado individualmente para se decidir quais tecnologias podem e devem ser aplicadas em cada propriedade, de acordo com a sua realidade particular.
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