5 erros comuns na sala de ordenha que você deve evitar para ter baixa CCS
Postado em: 25/05/2020 | 5 min de leitura
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Manter um número baixo de células somáticas nos tanques é uma boa estratégia de gestão de fazendas leiteiras. A baixa contagem de células somáticas está associada à melhoria da qualidade do leite, maior prazo de validade e produção de queijo após o leite sair da fazenda, aumento da produção de leite e custos veterinários e medicamentos reduzidos.
Mudanças recentes no mercado levaram a uma ênfase crescente dos compradores de leite na redução da contagem de células somáticas. Frequentemente, as razões para uma alta contagem de células somáticas em tanques podem ser encontradas na sala de ordenha. A seguir, são apresentados cinco erros comuns que devem ser evitados para manter baixa a contagem de células somáticas:
1. Ordenha de tetos sujos ou molhados
Ordenhar vacas com os tetos mal higienizados ou molhados resulta em maior incidência de mastite e maior contagem de células somáticas. O mantra para ordenhadores eficazes deve ser "ordenhe tetos limpos e secos".
O primeiro passo para ordenhar tetos limpos e secos é manter as vacas o mais limpas possível antes que elas entrem na sala de ordenha. Vacas limpas são expostas a menos bactérias causadoras de mastite ambiental e são mais fáceis de limpar antes da ordenha. Se você sentir a necessidade de lavar uma alta porcentagem de suas vacas, convém reconsiderar como suas pastagens ou galpões são manejados para melhorar a limpeza das vacas.
Sujeira, esterco ou detritos geralmente podem ser removidos à mão ou com uma toalha sem o uso de água. Quando as vacas estão excessivamente sujas, pode ser necessário algum uso de água para limpar os tetos. No entanto, essa prática deve ser a exceção e não a regra. O uso da água no processo de ordenha deve ser reduzido ao mínimo. Se a água for utilizada, certifique-se de molhar apenas os tetos e não o úbere inteiro. É quase impossível secar o úbere e essa água acaba sendo levada para o interior dos tetos durante o processo de ordenha. Geralmente, o uso de água na sala resulta em aumento de mastite e níveis mais altos de bactérias no leite.
Todas os tetos devem ser bem secos com um único pano absorvente ou toalha de papel. Nunca use a mesma toalha em duas vacas. Todos os detritos, estrume e resíduos nos tetos devem ser removidos durante a secagem, usando um movimento suave. Durante o processo de secagem, preste atenção especial à limpeza e secagem das pontas do teto. Se os tetos não forem adequadamente secos, a água, contendo bactérias causadoras de mastite, pode acabar na abertura do teto durante o processo de ordenha e expor as extremidades do teto aberto a essas bactérias.
2. Má cobertura pré ou pós-dipping
Pré-dipping e pós-dipping são estratégias de manejo de mastite muito testadas e com resultados comprovados. Infelizmente, o descuido na sala de ordenha muitas vezes leva a uma cobertura inadequada dessa prática. A aplicação de uma solução desinfetante elimina bactérias nas extremidades dos tetos antes da ordenha e ajuda a controlar a mastite causada por patógenos ambientais da mastite.
O pré-dipping deve permanecer nos tetos por pelo menos 30 segundos antes da secagem. Assim que possível após a remoção do equipamento de ordenha, os tetos devem ser tratados com o pós-dipping, que é um germicida eficaz, segundo inúmeras pesquisas. Um pós-dipping eficaz mata bactérias nos tetos, impede que os organismos se colonizem no canal do teto e reduz a taxa de novas infecções por bactérias da mastite contagiosa.
É essencial que o pré e o pós dipping cubram, pelo menos, três quartos do teto, objetivando cobrir todo o teto. Os copos de imersão do teto devem ser mantidos limpos. Alguns produtores optam por pulverizar os tetos em vez de mergulhá-los na solução desinfetante, mas essa prática não garante a cobertura total necessária.
Uma boa maneira de testar a eficácia da imersão é enrolar uma toalha de papel ao redor do teto logo após a imersão. O objetivo é ver uma faixa contínua que abrange todo o teto na toalha de papel, indicando que toda ele estava coberto. Com a pulverização, é comum encontrar faixas quebradas no papel, porque o lado oposto do teto geralmente não é totalmente coberto.
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3. Pouco ou muito tempo entre a estimulação do teto e a colocação da ordenhadeira na vaca
A colocação de ordenhadeira muito cedo ou muito tarde pode resultar em tempo excessivo de ordenha ou produção de leite reduzida. O momento da fixação da unidade de ordenha é uma etapa crítica em um bom procedimento de ordenha. A ocitocina, que causa a descida do leite, atinge níveis máximos 60 segundos após a estimulação. Portanto, a ordenhadeira devem ser fixada dentro de 1 a 1,5 minutos após a estimulação do teto. Coordenar a colocação da ordenhadeira com a descida do leite ajuda a garantir que o equipamento esteja conectado durante o período em que o fluxo de leite é mais alto.
4. Disseminar a mastite com mãos contaminadas
Bactérias causadoras de mastite contagiosa, como Staphylococcus. aureus, podem viver em suas mãos e serem transmitidas entre vacas durante a ordenha. No mínimo, as mãos devem ser cuidadosamente lavadas com água e sabão antes da ordenha. Idealmente, porque as bactérias têm menos probabilidade de aderir às luvas do que à pele da mão, luvas de nitrilo ou látex devem ser usadas durante a ordenha. As luvas minimizam a propagação da mastite contagiosa entre as vacas durante a ordenha e ajudam a proteger a pele do ordenhador. As luvas também são mais fáceis de desinfectar do que as mãos. Quer as luvas estejam ou não sendo usadas, as mãos devem ser lavadas periodicamente durante todo o processo de ordenha.
5. Excesso de ordenha
Deve-se tomar cuidado para evitar excesso de ordenha, o que pode levar a danos na extremidade do teto. Pontas lesionadas dos tetos são mais suscetíveis à mastite. Quando equipamentos com desligamento automático são usados, as configurações da unidade devem ser ajustadas para garantir que não fiquem muito tempo. Além disso, é importante resistir à tentação de desconsiderar o desligamento automático, colocando a ordenhadeira de volta na vaca.
Vacas adequadamente estimuladas, ordenhadas com unidades de ordenha funcionando corretamente não devem ter excesso de leite residual no úbere. As perdas em potencial resultantes de práticas de manejo inadequadas que levam ao excesso de ordenha superam em muito os possíveis benefícios.
* Baseado no artigo 5 Common Parlor Mistakes You Should Avoid to Keep Somatic Cell Counts Low, de Jeffrey Bewley, Ph.D., da Universidade de Kentucky.
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