7 índices que você precisa conhecer para avaliar a eficiência reprodutiva do rebanho
Postado em: 01/11/2017 | 5 min de leitura
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A eficiência reprodutiva dos rebanhos leiteiros está em queda. Nas décadas de 50 e 60, taxas de concepção estavam em torno de 60 a 65%. Hoje, 50 anos mais tarde, muitos rebanhos se dão por satisfeitos se alcançam taxas de concepção de 30-35%. Em grande parte, esta queda do desempenho reprodutivo pode ser atribuída às maiores produções de leite, que podem afetar os parâmetros reprodutivos do rebanho.
Há, no mínimo, sete parâmetros reprodutivos críticos, que podem nos auxiliar a identificar problemas e melhorar o manejo reprodutivo do rebanho: taxa de detecção de cio, número de dias para o primeiro serviço, taxa de concepção, taxa de prenhez, dias abertos (ou período de serviço), dias secos e número de vacas descartadas por falhas reprodutivas. Conheça-os:
1-) Taxa de detecção de cio:
Se você adota o procedimento de detecção de cio, deve ter o compromisso de fazer bem feito. A meta para esse índice é de 60-70% de detecção de cio, e se sua taxa cair para menos de 40%, há aqui um grande motivo de preocupação. Nesse contexto, é importante conferir se há algum funcionário passando de 20 a 30 minutos, 3 vezes ao dia, para checar a presença de vacas no cio e avaliar a possibilidade de novo treinamento para essa tarefa.
2-) Número de dias para o primeiro serviço:
Esse parâmetro indica quanto tempo você leva para identificar o primeiro cio pós-parto. Para determinar o número de dias ideal para o primeiro serviço, recomenda-se adicionar 11 dias ao período voluntário de espera (PVE) de cada fazenda. A meta para o número de dias para o primeiro serviço é de 75 dias pós-parto; quando esse tempo é superior a 75 dias, é preciso fazer as seguintes checagens:
a) se a detecção do cio está sendo realizada adequadamente
b) se está havendo perdas muito pronunciadas no escore de condição corporal.
3-) Taxa de concepção:
Esse indicador mostra a acurácia na identificação de cios, a correta inseminação e a fertilidade das vacas. O principal objetivo é o alcance do maior número de vacas prenhas, tendo como meta obter 55% no primeiro serviço (apesar de ousada, é totalmente atingível). Para os demais serviços, a meta de taxa na concepção é de 50%. Na hipótese de ambas as taxas apresentarem índices menores que 30%, algumas das seguintes ações devem ser tomadas:
*Revisar seu programa de inseminação artificial: checar se os inseminadores foram bem treinados, se o sêmen foi descongelado e manipulado corretamente e se suas vacas estão sendo manejadas com calma antes e depois da inseminação.
*Checar os intervalos entre as coberturas ou inseminações, com o intuito de evitar mortalidade embrionária precoce.
*Testar os níveis de progesterona no leite: os níveis caem quando as vacas estão no cio. Vacas com alta concentração do hormônio - acima de 1-2 ng/ml - não estavam no cio e nem deveriam ter sido inseminadas.
*Examinar os níveis de nitrogênio ureico no leite (NUL): se os níveis estão acima de 18 mg/dl pode estar havendo proteína bruta demasiada na dieta ou uma falta de carboidrato fermentescível na dieta. E esse excesso de nitrogênio ureico pode tornar o ambiente uterino um pouco hostil ou não favorável para a fixação do embrião recém-formado.
*Avaliar a incidência de problemas reprodutivos no rebanho: checar a porcentagem de partos com distocia, partos com retenção de placenta e casos de metrite. E também, consultar um médico veterinário para avaliar a porcentagem de cistos ovarianos no rebanho.
*Revisar o programa de vacinação: é fundamental saber se algumas doenças infecciosas podem estar ocorrendo e comprometendo essa taxa de concepção.
4-) Taxa de prenhez:
Esse é uma das taxas mais importante para análise de índices zootécnicos pelos profissionais que se dedicam ao estudo de reprodução. O que a define é a quantidade de vacas elegíveis a ficarem prenhas de fato ficaram prenhas em determinado período de tempo. Vacas elegíveis são vacas vazias que superaram o período voluntário de espera. Essa taxa pode ser estimada ao multiplicar a taxa de detecção de cio x taxa de concepção. A meta são taxas superiores a 22-25%, sendo que índices menores que 12-15% merecem intervenção imediata.
5-) Dias abertos (ou período de serviço) e intervalo de partos:
O período de serviço é definido como o número de dias entre o parto e a próxima cobertura de sucesso (momento de início de uma nova gestação. O período de serviço ideal pode variar de 50 a 150 dias. Para o intervalo entre partos, é esperado um espaço de 13 a 14 meses em rebanhos de alta produção. Muitos estudiosos consideram que este intervalo pode chegar até 18 meses. As vantagens desse longo período seriam: menor número de dias em período seco, menor número de dias sob risco de problemas em vacas recém-paridas e melhor fertilidade nos momentos de inseminação. Contudo, longos intervalos também apresentam desvantagens, como: o menor número de bezerras (o que, consequentemente, vai gerar dificuldade na reposição de fêmeas no plantel) e redução na quantidade de leite produzido por dia.
6-) Dias secos ou período seco:
É o número de dias entre a secagem e a próxima parição. A meta recomendada, tradicionalmente, é de 60 dias; contudo, 40 dias pode ser um bom prazo. Afinal, é sempre necessário lembrar que o custo de alimentação de uma vaca seca por dia é de R$4,00 a R$5,00. E quando uma vaca demora para ser reinseminada e sua produção de leite diminui muito, os produtores tendem a secá-la antes dos 60 dias recomendados por padrão.
7-) Descarte por falhas reprodutivas
No estado do Paraná, o maior fator de descarte de vacas é por falhas durante a reprodução. Contudo, a meta ideal de descarte por esse motivo não deveria exceder 1/3 do número total de descartes no rebanho. É preciso averiguar alguns pontos para entender a baixa fertilidade do rebanho, entre eles: alta consanguinidade, genética que está sendo utilizada (fertilidade do sêmen), técnica de inseminação artificial usada, estresse calórico, sanidade geral, limitações nutricionais, ambiente uterino e alta produção de leite.
Outros quesitos que interferem nos índices de reprodução e de melhoramento nas propriedades são abordados em detalhes no curso online “Índices zootécnicos: índices de reprodução e melhoramento”, apresentado pelo professor Rodrigo de Almeida, da Universidade Federal do Paraná. Participe e obtenha melhores resultados em seus índices.
Para ter o acesso completo a este conteúdo e a TODOS os outros cursos online disponíveis (já são mais de 150 temas) basta assinar o educapoint.com.br.
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Há, no mínimo, sete parâmetros reprodutivos críticos, que podem nos auxiliar a identificar problemas e melhorar o manejo reprodutivo do rebanho: taxa de detecção de cio, número de dias para o primeiro serviço, taxa de concepção, taxa de prenhez, dias abertos (ou período de serviço), dias secos e número de vacas descartadas por falhas reprodutivas. Conheça-os:
1-) Taxa de detecção de cio:
Se você adota o procedimento de detecção de cio, deve ter o compromisso de fazer bem feito. A meta para esse índice é de 60-70% de detecção de cio, e se sua taxa cair para menos de 40%, há aqui um grande motivo de preocupação. Nesse contexto, é importante conferir se há algum funcionário passando de 20 a 30 minutos, 3 vezes ao dia, para checar a presença de vacas no cio e avaliar a possibilidade de novo treinamento para essa tarefa.
2-) Número de dias para o primeiro serviço:
Esse parâmetro indica quanto tempo você leva para identificar o primeiro cio pós-parto. Para determinar o número de dias ideal para o primeiro serviço, recomenda-se adicionar 11 dias ao período voluntário de espera (PVE) de cada fazenda. A meta para o número de dias para o primeiro serviço é de 75 dias pós-parto; quando esse tempo é superior a 75 dias, é preciso fazer as seguintes checagens:
a) se a detecção do cio está sendo realizada adequadamente
b) se está havendo perdas muito pronunciadas no escore de condição corporal.
3-) Taxa de concepção:
Esse indicador mostra a acurácia na identificação de cios, a correta inseminação e a fertilidade das vacas. O principal objetivo é o alcance do maior número de vacas prenhas, tendo como meta obter 55% no primeiro serviço (apesar de ousada, é totalmente atingível). Para os demais serviços, a meta de taxa na concepção é de 50%. Na hipótese de ambas as taxas apresentarem índices menores que 30%, algumas das seguintes ações devem ser tomadas:
*Revisar seu programa de inseminação artificial: checar se os inseminadores foram bem treinados, se o sêmen foi descongelado e manipulado corretamente e se suas vacas estão sendo manejadas com calma antes e depois da inseminação.
*Checar os intervalos entre as coberturas ou inseminações, com o intuito de evitar mortalidade embrionária precoce.
*Testar os níveis de progesterona no leite: os níveis caem quando as vacas estão no cio. Vacas com alta concentração do hormônio - acima de 1-2 ng/ml - não estavam no cio e nem deveriam ter sido inseminadas.
*Examinar os níveis de nitrogênio ureico no leite (NUL): se os níveis estão acima de 18 mg/dl pode estar havendo proteína bruta demasiada na dieta ou uma falta de carboidrato fermentescível na dieta. E esse excesso de nitrogênio ureico pode tornar o ambiente uterino um pouco hostil ou não favorável para a fixação do embrião recém-formado.
*Avaliar a incidência de problemas reprodutivos no rebanho: checar a porcentagem de partos com distocia, partos com retenção de placenta e casos de metrite. E também, consultar um médico veterinário para avaliar a porcentagem de cistos ovarianos no rebanho.
*Revisar o programa de vacinação: é fundamental saber se algumas doenças infecciosas podem estar ocorrendo e comprometendo essa taxa de concepção.
4-) Taxa de prenhez:
Esse é uma das taxas mais importante para análise de índices zootécnicos pelos profissionais que se dedicam ao estudo de reprodução. O que a define é a quantidade de vacas elegíveis a ficarem prenhas de fato ficaram prenhas em determinado período de tempo. Vacas elegíveis são vacas vazias que superaram o período voluntário de espera. Essa taxa pode ser estimada ao multiplicar a taxa de detecção de cio x taxa de concepção. A meta são taxas superiores a 22-25%, sendo que índices menores que 12-15% merecem intervenção imediata.
5-) Dias abertos (ou período de serviço) e intervalo de partos:
O período de serviço é definido como o número de dias entre o parto e a próxima cobertura de sucesso (momento de início de uma nova gestação. O período de serviço ideal pode variar de 50 a 150 dias. Para o intervalo entre partos, é esperado um espaço de 13 a 14 meses em rebanhos de alta produção. Muitos estudiosos consideram que este intervalo pode chegar até 18 meses. As vantagens desse longo período seriam: menor número de dias em período seco, menor número de dias sob risco de problemas em vacas recém-paridas e melhor fertilidade nos momentos de inseminação. Contudo, longos intervalos também apresentam desvantagens, como: o menor número de bezerras (o que, consequentemente, vai gerar dificuldade na reposição de fêmeas no plantel) e redução na quantidade de leite produzido por dia.
6-) Dias secos ou período seco:
É o número de dias entre a secagem e a próxima parição. A meta recomendada, tradicionalmente, é de 60 dias; contudo, 40 dias pode ser um bom prazo. Afinal, é sempre necessário lembrar que o custo de alimentação de uma vaca seca por dia é de R$4,00 a R$5,00. E quando uma vaca demora para ser reinseminada e sua produção de leite diminui muito, os produtores tendem a secá-la antes dos 60 dias recomendados por padrão.
7-) Descarte por falhas reprodutivas
No estado do Paraná, o maior fator de descarte de vacas é por falhas durante a reprodução. Contudo, a meta ideal de descarte por esse motivo não deveria exceder 1/3 do número total de descartes no rebanho. É preciso averiguar alguns pontos para entender a baixa fertilidade do rebanho, entre eles: alta consanguinidade, genética que está sendo utilizada (fertilidade do sêmen), técnica de inseminação artificial usada, estresse calórico, sanidade geral, limitações nutricionais, ambiente uterino e alta produção de leite.
Outros quesitos que interferem nos índices de reprodução e de melhoramento nas propriedades são abordados em detalhes no curso online “Índices zootécnicos: índices de reprodução e melhoramento”, apresentado pelo professor Rodrigo de Almeida, da Universidade Federal do Paraná. Participe e obtenha melhores resultados em seus índices.
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