NUL: entenda a importância deste indicador
Postado em: 15/07/2022 | 5 min de leitura
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O nitrogênio ureico no leite (NUL) é uma ferramenta que pode ser utilizada por nutricionistas e veterinários para monitorar o estado nutricional proteico de vacas leiteiras. O NUL reflete a quantidade de ureia encontrada no leite e esses valores estão intimamente correlacionados com a concentração de ureia encontrada no sangue.
Os valores de NUL não devem ser usados sozinhos na avaliação do programa de alimentação de um rebanho, mas podem ser usados em conjunto com a avaliação de registros de produção de leite, práticas de manejo alimentar e matéria seca, proteína degradável ruminal, proteína não degradável no rúmen, carboidratos não estruturais e ingestão de água.
Fontes de ureia encontradas no nitrogênio ureico no leite
Quando as vacas consomem uma dieta, os microrganismos no rúmen degradam a proteína em amônia. Os microrganismos, por sua vez, usam amônia e carboidratos fermentáveis para produzir aminoácidos e proteínas microbianas que são então degradados em aminoácidos e absorvidos pela vaca em seu intestino delgado. O excesso de amônia é absorvido através da parede do rúmen e passa para o fígado pela veia porta, onde é convertido em ureia. A ureia pode ser reciclada de volta ao rúmen através da saliva ou ser excretada na urina.
A quantidade e a taxa de digestão de carboidratos no rúmen são os principais reguladores da síntese de proteínas microbianas. Para capturar a amônia, as bactérias necessitam de uma fonte de energia, que são os carboidratos fermentáveis. As gorduras alimentares não são utilizadas como fonte de energia pelas bactérias. Assim, quantidades suficientes, mas não excessivas, de carboidratos fermentáveis (carboidratos não estruturais) devem ser fornecidas para a função ruminal ideal e a síntese de proteínas microbianas.
As vacas precisam gastar 2 Mcal ou mais de energia para excretar o excesso de ureia pela urina, ou seja, este processo exige um gasto energético. Acredita-se que o excesso de concentrações de ureia no sangue tenha efeitos prejudiciais na produção de leite, eficiência reprodutiva, capacidade de sobrevivência do embrião e função imunológica. Além disso, o excesso de ureia excretada na urina deve ser tratado do ponto de vista ambiental.
A ureia também é um produto final do metabolismo dos tecidos. Ou seja, quando o organismo da vaca está com deficiência energética, as proteínas são quebradas dentro do corpo do animal para fornecer uma fonte de energia. Aumentar a quantidade de energia fornecida pela digestão em relação às necessidades da vaca diminuirá a quebra de proteínas (catabolismo de proteínas) e resultará em menores concentrações de ureia no sangue.
A ureia difunde-se facilmente do sangue para o leite. Logo após a ordenha, a concentração de ureia no leite encontrada na glândula mamária é muito semelhante à concentração de uréia encontrada no sangue. À medida que o intervalo após a ordenha aumenta, pequenas diferenças serão observadas na concentração de ureia encontrada no leite e na concentração encontrada no sangue, uma vez que o leite é “acumulado” ao longo do tempo na glândula mamária. Como as amostras de leite podem ser coletadas facilmente, o leite tornou-se o meio de escolha para estimar a concentração de ureia encontrada no corpo.
Nutrição e manejo influenciam o NUL
A concentração de ureia no leite é influenciada pela concentração de nutrientes fornecidos em uma dieta balanceada e pela forma como esses nutrientes são apresentados aos microrganismos do rúmen. Para a utilização ideal da amônia pelos microrganismos do rúmen para a síntese de proteínas microbianas, as proporções corretas de ingestão de proteínas degradáveis no rúmen e carboidratos não estruturais devem estar presentes no momento correto. As dietas que são ricas em proteína degradável ruminal e não contêm quantidades adequadas de carboidratos não estruturais resultarão em concentrações mais altas de NUL.
Os carboidratos devem estar disponíveis para as bactérias no momento correto para a utilização ideal da amônia ruminal. Assim, a sequência de alimentação é importante para a síntese de proteína microbiana ideal. Dietas contendo muita proteína não degradável no rúmen podem ser deficientes em proteína degradável no rúmen. Dessa forma, essas dietas não fornecem quantidades adequadas de amônia para a síntese de proteína microbiana ideal (NUL baixo). Além disso, dietas deficientes em proteína resultarão em baixos valores de NUL.
A quantidade de água que uma vaca consome também influenciará a concentração de NUL. O aumento da ingestão de água, que pode aumentar a produção urinária, tenderá a diminuir as concentrações de ureia no sangue e no leite. Por outro lado, a ingestão de água abaixo do ideal (observada também durante a desidratação) pode aumentar a concentração de ureia no sangue e no leite.
As concentrações de ureia no sangue flutuam ao longo do dia e estão relacionadas diretamente aos horários de alimentação. As maiores concentrações de ureia acontecem de quatro a seis horas após a alimentação, e as menores, imediatamente antes da ingestão de alimentos. Se as vacas são alimentadas com forragens separadamente dos concentrados na sala de ordenha, os valores de NUL podem ser menores do que se forem alimentadas com rações mistas totais, onde as vacas comem continuamente ao longo do dia.
Fatores que influenciam o NUL
1. Ingestão de proteínas degradáveis no rúmen
2. Ingestão de proteínas não degradáveis no rúmen
3. Quantidade de carboidratos não estruturais
4. Ingestão de água
5. Ingestão de matéria seca
6. Tempo de alimentação em relação à ordenha
7. Método de alimentação TMR (dieta total fornecida de forma conjunta) vs. forragens/concentrado fornecido separadamente
Conclusões
O valor médio do nitrogênio ureico do leite pode ser usado efetivamente por nutricionistas, veterinários e produtores de leite para detectar quando grandes inadequações na nutrição proteica ou energética estão ocorrendo no nível ruminal. Ao avaliar o programa de alimentação, deve-se reavaliar primeiramente as frações protéicas e a quantidade de carboidratos não estruturais fornecidos na ração balanceada. Além disso, essa reavaliação precisa se concentrar em uma revisão de como a ração está sendo fornecida, bem como no reexame da matéria seca e da ingestão de água.
Mais informações:
contato@educapoint.com.br
Telefone: (19) 3432-2199
WhatsApp (19) 99817- 4082
Fonte:
Milk Urea Nitrogen - A Nutritional Evaluation Tool?, por Donna Amaral-Phillips, Ph.D., University of Kentucky.
Os valores de NUL não devem ser usados sozinhos na avaliação do programa de alimentação de um rebanho, mas podem ser usados em conjunto com a avaliação de registros de produção de leite, práticas de manejo alimentar e matéria seca, proteína degradável ruminal, proteína não degradável no rúmen, carboidratos não estruturais e ingestão de água.
Fontes de ureia encontradas no nitrogênio ureico no leite
Quando as vacas consomem uma dieta, os microrganismos no rúmen degradam a proteína em amônia. Os microrganismos, por sua vez, usam amônia e carboidratos fermentáveis para produzir aminoácidos e proteínas microbianas que são então degradados em aminoácidos e absorvidos pela vaca em seu intestino delgado. O excesso de amônia é absorvido através da parede do rúmen e passa para o fígado pela veia porta, onde é convertido em ureia. A ureia pode ser reciclada de volta ao rúmen através da saliva ou ser excretada na urina.
A quantidade e a taxa de digestão de carboidratos no rúmen são os principais reguladores da síntese de proteínas microbianas. Para capturar a amônia, as bactérias necessitam de uma fonte de energia, que são os carboidratos fermentáveis. As gorduras alimentares não são utilizadas como fonte de energia pelas bactérias. Assim, quantidades suficientes, mas não excessivas, de carboidratos fermentáveis (carboidratos não estruturais) devem ser fornecidas para a função ruminal ideal e a síntese de proteínas microbianas.
As vacas precisam gastar 2 Mcal ou mais de energia para excretar o excesso de ureia pela urina, ou seja, este processo exige um gasto energético. Acredita-se que o excesso de concentrações de ureia no sangue tenha efeitos prejudiciais na produção de leite, eficiência reprodutiva, capacidade de sobrevivência do embrião e função imunológica. Além disso, o excesso de ureia excretada na urina deve ser tratado do ponto de vista ambiental.
A ureia também é um produto final do metabolismo dos tecidos. Ou seja, quando o organismo da vaca está com deficiência energética, as proteínas são quebradas dentro do corpo do animal para fornecer uma fonte de energia. Aumentar a quantidade de energia fornecida pela digestão em relação às necessidades da vaca diminuirá a quebra de proteínas (catabolismo de proteínas) e resultará em menores concentrações de ureia no sangue.
A ureia difunde-se facilmente do sangue para o leite. Logo após a ordenha, a concentração de ureia no leite encontrada na glândula mamária é muito semelhante à concentração de uréia encontrada no sangue. À medida que o intervalo após a ordenha aumenta, pequenas diferenças serão observadas na concentração de ureia encontrada no leite e na concentração encontrada no sangue, uma vez que o leite é “acumulado” ao longo do tempo na glândula mamária. Como as amostras de leite podem ser coletadas facilmente, o leite tornou-se o meio de escolha para estimar a concentração de ureia encontrada no corpo.
Nutrição e manejo influenciam o NUL
A concentração de ureia no leite é influenciada pela concentração de nutrientes fornecidos em uma dieta balanceada e pela forma como esses nutrientes são apresentados aos microrganismos do rúmen. Para a utilização ideal da amônia pelos microrganismos do rúmen para a síntese de proteínas microbianas, as proporções corretas de ingestão de proteínas degradáveis no rúmen e carboidratos não estruturais devem estar presentes no momento correto. As dietas que são ricas em proteína degradável ruminal e não contêm quantidades adequadas de carboidratos não estruturais resultarão em concentrações mais altas de NUL.
Os carboidratos devem estar disponíveis para as bactérias no momento correto para a utilização ideal da amônia ruminal. Assim, a sequência de alimentação é importante para a síntese de proteína microbiana ideal. Dietas contendo muita proteína não degradável no rúmen podem ser deficientes em proteína degradável no rúmen. Dessa forma, essas dietas não fornecem quantidades adequadas de amônia para a síntese de proteína microbiana ideal (NUL baixo). Além disso, dietas deficientes em proteína resultarão em baixos valores de NUL.
A quantidade de água que uma vaca consome também influenciará a concentração de NUL. O aumento da ingestão de água, que pode aumentar a produção urinária, tenderá a diminuir as concentrações de ureia no sangue e no leite. Por outro lado, a ingestão de água abaixo do ideal (observada também durante a desidratação) pode aumentar a concentração de ureia no sangue e no leite.
As concentrações de ureia no sangue flutuam ao longo do dia e estão relacionadas diretamente aos horários de alimentação. As maiores concentrações de ureia acontecem de quatro a seis horas após a alimentação, e as menores, imediatamente antes da ingestão de alimentos. Se as vacas são alimentadas com forragens separadamente dos concentrados na sala de ordenha, os valores de NUL podem ser menores do que se forem alimentadas com rações mistas totais, onde as vacas comem continuamente ao longo do dia.
Fatores que influenciam o NUL
1. Ingestão de proteínas degradáveis no rúmen
2. Ingestão de proteínas não degradáveis no rúmen
3. Quantidade de carboidratos não estruturais
4. Ingestão de água
5. Ingestão de matéria seca
6. Tempo de alimentação em relação à ordenha
7. Método de alimentação TMR (dieta total fornecida de forma conjunta) vs. forragens/concentrado fornecido separadamente
Conclusões
O valor médio do nitrogênio ureico do leite pode ser usado efetivamente por nutricionistas, veterinários e produtores de leite para detectar quando grandes inadequações na nutrição proteica ou energética estão ocorrendo no nível ruminal. Ao avaliar o programa de alimentação, deve-se reavaliar primeiramente as frações protéicas e a quantidade de carboidratos não estruturais fornecidos na ração balanceada. Além disso, essa reavaliação precisa se concentrar em uma revisão de como a ração está sendo fornecida, bem como no reexame da matéria seca e da ingestão de água.
Mais informações:
contato@educapoint.com.br
Telefone: (19) 3432-2199
WhatsApp (19) 99817- 4082
Fonte:
Milk Urea Nitrogen - A Nutritional Evaluation Tool?, por Donna Amaral-Phillips, Ph.D., University of Kentucky.