Colostragem: a importância da primeira alimentação do bezerro
Postado em: 04/05/2023 | 5 min de leitura
Escrito por: Luma Maria Souza Machado
Pessoas que trabalham em bezerreiros, sabem que as primeiras horas de vida são decisivas para o desempenho e o futuro produtivo do animal e que vai determinar parâmetros como saúde e produtividade adiante.
Após enfrentarem todo o estresse do nascimento e primeiros manejos como ir para o bezerreiro, brincagem, cura de umbigo e entre outros, vem as adaptações às variações de temperatura e contato com um ambiente totalmente diferente do útero materno, que deixam o bezerro ou as bezerras vulneráveis, já que não possuem estoques de nutrientes e obviamente mecanismos de defesa necessários à sobrevivência. O primeiro passo para evitar problemas é fornecer um colostro de qualidade, que além de ser a primeira defesa, pode salvar vidas.
O intestino desse filhote nessas primeiras horas conta com pequenas aberturas para que esses valiosos anticorpos (IgG) passem através da parede intestinal e atinjam a corrente sanguínea, onde vão ficar de prontidão para quando bactérias, vírus ou qualquer outro antígeno “ataquem”.
Se passam algumas horas após o nascimento essas aberturas são fechadas e muito pouco do colostro é aproveitado, portanto a atenção nesses primeiros momentos de vida é crucial.
Este processo é chamado de colostragem e é essencial para que os recém-nascidos tenham as primeiras defesas do sistema imune.
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A alta concentração de imunoglobulinas presentes, é um dos parâmetros de qualidade e que pode variar entre as vacas. Mães que foram submetidas a dietas melhores e conforto no pré-parto, além daquelas que têm uma maior exposição a patógenos do ambiente, apresentam colostro com maior qualidade e portanto quantidade de anticorpos. Assim, nutrição e correta imunização (vacinação) no período pré-parto, ajuda a garantir uma produção de colostro de melhor qualidade.
As pesquisas mais recentes sobre o tema abordam colostragem da seguinte maneira:
Fonte: MilkPoint
No processo de fornecimento, é preciso observar as condições físicas da bezerra, de acordo com reflexo de sucção e assim poder administrar seja por mamadeira, balde ou pela sonda oroesofágica.
O mais indicado é o fornecimento através da mamadeira pela sua similaridade com o aleitamento natural. O balde quando conta com bico pode ser uma excelente alternativa (pois é de fácil limpeza e por ter bico facilita o processo.
A sonda como última opção caso o animal não consiga sugar ou esteja muito debilitado, porém exige treinamento por parte do responsável pelo bezerreiro pois além do risco de machucar a bezerra pode infiltrar leite no pulmão e causar problemas mais graves.
Lembra-se que independente da técnica, a higiene é primordial tanto na armazenagem no colostro, quanto na utilização de equipamentos e obviamente das mãos do operador.
Qualidade do colostro
Alguns fatores podem influenciar a sua qualidade como o manejo dos animais, condição da mãe, armazenamento do colostro, idade da vaca e sua memória imunológica.
Uma forma de avaliar a qualidade é pelo colostrômetro. Por ser rápida e fácil esta avaliação é ainda o teste mais utilizado em fazendas comerciais.
No entanto, existe uma faixa de temperatura adequada para o teste ser realizado, (20 a 25ºC), que nem sempre é seguida, atenção a esse ponto pois o equipamento possui em seu visor três diferentes cores para três faixas de valores de concentração de imunoglobulinas: alta concentração (verde), média (amarela), baixa (vermelha).
Para que a qualidade do colostro seja considerada alta, os valores de imunoglobulinas presentes devem ser maiores do que 50 mg de IgG/ mL, na faixa de 20 a 50 mg de IgG/ mL são considerados de qualidade média e abaixo de 20 mg de IgG/mL de baixa qualidade.
Outro método na mensuração da qualidade é utilizar o refratômetro de brix. A porcentagem de brix pode ser correlacionada com a concentração de IgG do colostro e o valor limite indicativo de colostro de alta qualidade é > 50 mg de Ig/mL ou 21% de brix. Sendo assim, o colostro que apresentar leitura inferior a esse valor não deve ser fornecido aos bezerros com menos de 12h de vida, se possível.
A utilização de ferramentas que possibilitem a avaliação do colostro e da colostragem do animal, podem auxiliar na gestão da criação dos bezerros, bem como refletir na melhor produtividade futura do rebanho.
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Em qualquer propriedade leiteira, processos como a colostragem correta vão contribuir como um tijolo para uma parede bem construída. Não é o único processo mas é de grande importância que aconteça da melhor forma possível, lembrando que é a primeira fileira de tijolos da vida é um animal que vai viver por muitos anos.
Após enfrentarem todo o estresse do nascimento e primeiros manejos como ir para o bezerreiro, brincagem, cura de umbigo e entre outros, vem as adaptações às variações de temperatura e contato com um ambiente totalmente diferente do útero materno, que deixam o bezerro ou as bezerras vulneráveis, já que não possuem estoques de nutrientes e obviamente mecanismos de defesa necessários à sobrevivência. O primeiro passo para evitar problemas é fornecer um colostro de qualidade, que além de ser a primeira defesa, pode salvar vidas.
Colostragem
A placenta dos bovinos é do tipo sindesmocorial, ou seja, não permite a transferência de anticorpos (IgG especialmente) da vaca para o bezerro. Dessa forma, os animais nascem com o sistema imune imaturo e sem anticorpos e necessitam portanto, ingerir colostro de qualidade nas primeiras horas de vida.O intestino desse filhote nessas primeiras horas conta com pequenas aberturas para que esses valiosos anticorpos (IgG) passem através da parede intestinal e atinjam a corrente sanguínea, onde vão ficar de prontidão para quando bactérias, vírus ou qualquer outro antígeno “ataquem”.
Se passam algumas horas após o nascimento essas aberturas são fechadas e muito pouco do colostro é aproveitado, portanto a atenção nesses primeiros momentos de vida é crucial.
Este processo é chamado de colostragem e é essencial para que os recém-nascidos tenham as primeiras defesas do sistema imune.
Colostro
O colostro é produzido dias antes do parto e demanda alta quantidade de proteínas e cálcio. Ele é riquíssimo em anticorpos (imunoglobulinas do tipo IgG) e contém altos teores de vitaminas, gorduras e minerais. Além da função imunológica, o colostro também é importante na nutrição e maturação do trato gastrointestinal do animal.Clique aqui e conheça as melhores opções para aprofundar seus conhecimentos no mundo do agro!
A alta concentração de imunoglobulinas presentes, é um dos parâmetros de qualidade e que pode variar entre as vacas. Mães que foram submetidas a dietas melhores e conforto no pré-parto, além daquelas que têm uma maior exposição a patógenos do ambiente, apresentam colostro com maior qualidade e portanto quantidade de anticorpos. Assim, nutrição e correta imunização (vacinação) no período pré-parto, ajuda a garantir uma produção de colostro de melhor qualidade.
Fatores necessários para o sucesso da colostragem
Para que no futuro, a bezerra passe bem por esse período desafiador e se torne uma vaca saudável, fértil e portanto produtiva, é importante que o produtor atente-se aos dois pontos básicos da colostragem, que incluem:- Tempo e volume de fornecimento;
- Qualidade do colostro.
As pesquisas mais recentes sobre o tema abordam colostragem da seguinte maneira:
- O fornecimento de 10% do peso vivo do animal é a quantidade de colostro a ser fornecida nas duas primeiras horas após o nascimento. Lembrando que filhotes tem uma limitação física na ingestão, além de dificuldade para usar a mamadeira, portanto deve-se ter calma e talvez dividir esse montante de 10% em duas mamadas.
- Em até seis a oito horas, recomenda-se fornecer mais 5% do peso corporal.
- O ideal é que o colostro tenha a temperatura semelhante à do leite contido no úbere da vaca em aproximadamente 38ºC.
Fonte: MilkPoint
No processo de fornecimento, é preciso observar as condições físicas da bezerra, de acordo com reflexo de sucção e assim poder administrar seja por mamadeira, balde ou pela sonda oroesofágica.
O mais indicado é o fornecimento através da mamadeira pela sua similaridade com o aleitamento natural. O balde quando conta com bico pode ser uma excelente alternativa (pois é de fácil limpeza e por ter bico facilita o processo.
A sonda como última opção caso o animal não consiga sugar ou esteja muito debilitado, porém exige treinamento por parte do responsável pelo bezerreiro pois além do risco de machucar a bezerra pode infiltrar leite no pulmão e causar problemas mais graves.
Lembra-se que independente da técnica, a higiene é primordial tanto na armazenagem no colostro, quanto na utilização de equipamentos e obviamente das mãos do operador.
Qualidade do colostro
Alguns fatores podem influenciar a sua qualidade como o manejo dos animais, condição da mãe, armazenamento do colostro, idade da vaca e sua memória imunológica.
Uma forma de avaliar a qualidade é pelo colostrômetro. Por ser rápida e fácil esta avaliação é ainda o teste mais utilizado em fazendas comerciais.
No entanto, existe uma faixa de temperatura adequada para o teste ser realizado, (20 a 25ºC), que nem sempre é seguida, atenção a esse ponto pois o equipamento possui em seu visor três diferentes cores para três faixas de valores de concentração de imunoglobulinas: alta concentração (verde), média (amarela), baixa (vermelha).
Para que a qualidade do colostro seja considerada alta, os valores de imunoglobulinas presentes devem ser maiores do que 50 mg de IgG/ mL, na faixa de 20 a 50 mg de IgG/ mL são considerados de qualidade média e abaixo de 20 mg de IgG/mL de baixa qualidade.
Outro método na mensuração da qualidade é utilizar o refratômetro de brix. A porcentagem de brix pode ser correlacionada com a concentração de IgG do colostro e o valor limite indicativo de colostro de alta qualidade é > 50 mg de Ig/mL ou 21% de brix. Sendo assim, o colostro que apresentar leitura inferior a esse valor não deve ser fornecido aos bezerros com menos de 12h de vida, se possível.
A utilização de ferramentas que possibilitem a avaliação do colostro e da colostragem do animal, podem auxiliar na gestão da criação dos bezerros, bem como refletir na melhor produtividade futura do rebanho.
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Em qualquer propriedade leiteira, processos como a colostragem correta vão contribuir como um tijolo para uma parede bem construída. Não é o único processo mas é de grande importância que aconteça da melhor forma possível, lembrando que é a primeira fileira de tijolos da vida é um animal que vai viver por muitos anos.