Compost barn: o que é e quais suas vantagens
Postado em: 29/10/2019 | 9 min de leitura
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O compost barn é um sistema de instalação que consiste em um grande espaço físico coberto para descanso das vacas, revestido com serragem, sobras de corte de madeira e esterco compostado. O principal objetivo é garantir aos animais conforto e um local seco para ficarem e a compostagem do material da cama.
O sistema de compost barn teve início em meados dos anos 80 nos EUA, mais especificamente na Virgínia. O sistema foi desenvolvido por produtores e derivou do bedded pack ou sistema de cama sobreposta onde a mesma serve como uma barreira física entre o esterco e a vaca.
O método concilia a produção e o meio ambiente, visto que se baseia na ação de microrganismos que utilizam a matéria orgânica como substrato e visa reduzir custos de implantação e manutenção, melhorar índices produtivos e sanitários dos rebanhos e possibilitar o uso correto de dejetos orgânicos (fezes e urina) provenientes da atividade leiteira.
Compost barn no Sítio Tapir (Fonte: MilkPoint)
O processo de compostagem consiste em produzir dióxido de carbono (CO2), água e calor a partir da fermentação aeróbia da matéria orgânica. No compost barn, as fezes e urina das vacas fornecem os nutrientes essenciais (carbono, nitrogênio, água e microrganismos) necessários para que ocorra o processo de compostagem. O oxigênio usado na compostagem é proveniente da aeração diária que deve ser realizada na cama.
O sucesso do processo de compostagem depende da manutenção de níveis adequados de oxigênio, água, temperatura, quantidade de matéria orgânica e atividade dos microrganismos, que produzem calor suficiente para secar o material e reduzir a população de microrganismos patogênicos. Para que esse processo ocorra, a temperatura deve variar de 54 a 65oC, a 30 cm da superfície da cama.
Manejo da cama
Para que a compostagem funcione de maneira adequada, deve-se introduzir oxigênio na cama. Isso é feito realizando o revolvimento da cama, seja com o uso de um escarificador ou com uma enxada rotativa acoplados a um trator. Hoje, no mercado nacional, existem também escarificadores acoplados a enxadas rotativas.
É muito importante que durante a escarificação consiga-se atingir uma profundidade de 25 a 30 centímetros, podendo chegar até 40 centímetros. Vale ressaltar que a terra abaixo da cama não deve ser tocada pelo escarificador, porque qualquer mistura de terra com cama pode criar um adobe e, com isso, vai ocorrer uma compactação da cama.
É necessário, também, que o escarificador seja largo o suficiente para cobrir o rodado do trator. Dessa maneira, garante-se que sempre vai estar mexendo a cama atrás da roda e não vai estar compactando a área coberta pela roda do trator.
Também é interessante que se use tratores pequenos e, preferencialmente, traçados.
Cama no compost barn (Fonte: NRCS)
Vantagens
Esse sistema vem ganhando cada vez mais espaço nos EUA e também no Brasil, exatamente porque ele traz uma série de vantagens. Na última pesquisa Top 100 realizada pelo MilkPoint, quando questionados sobre o alojamento utilizado para as vacas em lactação, as propriedades participantes desta edição são adeptas - em sua maioria - ao sistema confinado, predominantemente o free stall, em 46% das propriedades. Na sequência, aparece o compost barn, representando 22%.
Um estudo realizado nos Estados Unidos avaliou este sistema de instalações quanto ao conforto e longevidade dos animais. Foram estudadas doze fazendas leiteiras que adotaram o sistema de compost barn com o objetivo principal de proporcionar conforto ao animal, aumentar a longevidade das vacas, e melhorar a facilidade de manejo que está associada a este sistema. Os resultados deste estudo desenvolvido pela Universidade de Minnesota indicaram algumas mudanças notadas em relação ao conforto e o impacto em produtividade e longevidade:
• Redução de problemas de casco, pois comparado aos sistemas tipo free-stalls, no compost barn as vacas têm mais espaço, o que permite maior liberdade de movimento tanto para se locomoverem quanto para deitar. Além disso, mesmo quando em pé, as vacas permanecem sobre uma superfície mais macia que no concreto. Um estudo realizado no estado de Minnesota demonstrou uma porcentagem de 7,8% de vacas com problemas de casco em propriedades com compost barn, contra 19,6 a 27,8% em propriedades do tipo free-stalls.
• Com a melhoria na sanidade do casco, as vacas apresentaram maior facilidade de manifestação de cios, melhorando a taxa de detecção de cio pelos tratadores. No mesmo estudo em Minnesota, as taxas de detecção de cio aumentaram de 36,9% para 41,4% e as taxas de concepção aumentaram de 13,2% para 16,5%, quando vacas foram deslocadas do free-stall para o compost barn.
• Melhoria da qualidade do leite, com redução da CCS e menor incidência de mastite. Esse fato pode ser explicado tanto pela redução de mastite ambiental pela redução da carga microbiana na cama, melhoria da condição de higiene das vacas antes da ordenha, quanto pela melhoria no sistema imune das vacas promovida pelo ambiente mais confortável.
Alguns produtores também observaram como grande incentivo o baixo custo inicial de investimento para a construção de um compost barn, quando comparado aos custos de construção de um galpão tipo free-stall. Outro fato interessante proporcionado pelo compost barn é a redução do acúmulo e descarte de dejetos, o que inclui custos para armazenamento, espaço necessário e mão-de-obra, em comparação com sistemas de free-stall.
É possível garantir a boa saúde da glândula mamária nesse sistema?
Quando o compost barn foi introduzido no Brasil, muitas pessoas duvidavam de que seria possível ter uma saúde de glândula mamária tão boa nesse sistema quanto se tem no free stall. Entretanto, diversos trabalhos americanos têm mostrado que os dois sistemas são parecidos quanto ao número de células somáticas e incidência de mastite dentro do rebanho.
Confira na tabela abaixo a comparação do score de limpeza entre quatro trabalhos:
No primeiro trabalho, nota-se que o compost barn teve vacas um pouco mais sujas do que no free stall de areia e no free stall de areia com ventilação cruzada. No segundo trabalho, não houve diferença estatística. Nos outros dois trabalhos, o score de limpeza foi muito próximo ao relatado em free stalls de areia.
Dessa maneira, pode-se afirmar que as vacas em um compost barn bem manejado são tão limpas quanto em um bom free stall.
O trabalho abaixo comparou vacas alojadas em compost barn com vacas alojadas em free stall com camas de areia:
O trabalho evidenciou que qualquer um dos rebanhos pode ter células somáticas em níveis extremamente baixos. Além disso, a incidência de mastite foi a mesma nos dois sistemas, demonstrando que o compost barn pode ser tão bom para a saúde da glândula mamária quanto um free stall bem manejado.
Já o trabalho abaixo comparou fazendas de free stall e tie stall que fizeram a transição para compost barn:
O gráfico mostra que diversas fazendas tiveram uma melhora expressiva nas células somáticas e houve apenas uma fazenda onde a contagem de células somáticas do rebanho aumentou.
Ainda no mesmo trabalho, temos o gráfico abaixo:
O gráfico mostra a prevalência de mastite, isto é, vacas com mais de 200.000 células somáticas por ml. Na grande maioria das fazendas, houve uma diminuição na prevalência de mastite.
As fazendas no Brasil que introduziram o sistema de compost barn tiveram um decréscimo na incidência de mastite e na CCS do rebanho. Isso acontece principalmente porque, a principal vantagem do compost barn é o calor, que é o que faz a cama secar. A cama seca garante vacas limpas e, por sua vez, o começo de uma boa ordenha.
Apesar disso, todo o manejo preparatório de ordenha e todos os cuidados de secagem de vaca ainda são necessários no compost barn.
Erros frequentes no manejo do compost barn
1- Tentativa de economia de energia
Privar-se de ligar os ventiladores durante o dia devido ao custo, vai causar danos. Optar por não deixar os ventiladores ligados durante todo o dia, ligando-os apenas nos períodos mais quentes, deixará a cama mais úmida, aumentando a ocorrência de mastite. Isso acontece pois quando a umidade da cama aumenta, o material da cama adere-se à pele e ao orifício do teto, facilitando a entrada de bactérias pelo canal do teto.
As principais bactérias que têm sido observadas causando mastites em sistemas de compost barn são: os estreptococos ambientais, os coliformes - dentre eles a Klebsiella, entre outras bactérias. Geralmente, as mastites clínicas ocorridas neste cenário são de grau 2 ou 3, que causam o inchaço do úbere, muitas vezes acompanhado de sintomas sistêmicos, podendo, inclusive, levar o animal a óbito.
Portanto, nesse contexto, o ventilador deixa de ser um custo e passa a ser investimento, pois vai manter a cama seca, prevenindo doenças e melhorando o ambiente das vacas (aumentando a produção leiteira).
2- Alimentação das vacas dentro do composto
Quando as vacas se alimentam dentro da cama é muito difícil manter esse espaço seco. Muitas vezes, as vacas acabam deitando próximo ao cocho e tendo contato novamente com a umidade, aumentando a probabilidade de infecções intramamárias.
3- Frequência de reviragem da cama
Alguns produtores, por falta de trator ou algum manejo dentro da fazenda, reviram a cama 1x por dia ou 1x a cada dois dias. Por consequência, o processo de compostagem fica comprometido, e o teor de umidade da cama aumenta – mesmo com uso de ventiladores. Por isso, é aconselhável revirar a cama pelo menos 2x ao dia, garantindo assim um processo de compostagem homogêneo, facilitando a perda de umidade para o ambiente e fazendo com que a cama fique mais seca. Lembrando que, ao revirar a cama, é importante atingir as camadas mais profundas do composto, por exemplo: se a cama tem 50cm de altura, deve-se revirar de 35 a 40cm de profundidade.
4- Falhas na instalação
Por exemplo: pé direito baixo, poucos ventiladores (não abrangendo toda a área de cama), inclinação incorreta dos ventiladores (perdendo a eficiência de ventos), entre outros. Em ambientes que acontecem essas falhas, o rendimento do sistema será prejudicado.
Fontes consultadas:
Compost barn: é possível garantir a boa saúde da glândula mamária? (https://www.educapoint.com.br/v2/blog/pecuaria-leite/compost-saude-glandula-mamaria/)
Manejo da cama no Compost Barn determina a limpeza das vacas (https://www.educapoint.com.br/v2/blog/pecuaria-leite/manejo-compost/)
4 erros frequentes no manejo do compost barn (https://www.educapoint.com.br/v2/blog/pecuaria-leite/erros-frequentes-manejo-compost-barn/)
Compost Barn: Uma alternativa para o confinamento de vacas leiteiras (https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/compost-barn-uma-alternativa-para-o-confinamento-de-vacas-leiteiras-204771n.aspx)
Sistema Compost Barn: caracterização dos parâmetros de qualidade do leite e mastite, reprodutivos, bem estar animal, do composto e econômicos em condições tropicais (https://www.embrapa.br/busca-de-projetos/-/projeto/209863/sistema-compost-barn-caracterizacao-dos-parametros-de-qualidade-do-leite-e-mastite-reprodutivos-bem-estar-animal-do-composto-e-economicos-em-condicoes-tropicais)
O sistema de compost barn teve início em meados dos anos 80 nos EUA, mais especificamente na Virgínia. O sistema foi desenvolvido por produtores e derivou do bedded pack ou sistema de cama sobreposta onde a mesma serve como uma barreira física entre o esterco e a vaca.
O método concilia a produção e o meio ambiente, visto que se baseia na ação de microrganismos que utilizam a matéria orgânica como substrato e visa reduzir custos de implantação e manutenção, melhorar índices produtivos e sanitários dos rebanhos e possibilitar o uso correto de dejetos orgânicos (fezes e urina) provenientes da atividade leiteira.
Compost barn no Sítio Tapir (Fonte: MilkPoint)
O processo de compostagem consiste em produzir dióxido de carbono (CO2), água e calor a partir da fermentação aeróbia da matéria orgânica. No compost barn, as fezes e urina das vacas fornecem os nutrientes essenciais (carbono, nitrogênio, água e microrganismos) necessários para que ocorra o processo de compostagem. O oxigênio usado na compostagem é proveniente da aeração diária que deve ser realizada na cama.
O sucesso do processo de compostagem depende da manutenção de níveis adequados de oxigênio, água, temperatura, quantidade de matéria orgânica e atividade dos microrganismos, que produzem calor suficiente para secar o material e reduzir a população de microrganismos patogênicos. Para que esse processo ocorra, a temperatura deve variar de 54 a 65oC, a 30 cm da superfície da cama.
Manejo da cama
Para que a compostagem funcione de maneira adequada, deve-se introduzir oxigênio na cama. Isso é feito realizando o revolvimento da cama, seja com o uso de um escarificador ou com uma enxada rotativa acoplados a um trator. Hoje, no mercado nacional, existem também escarificadores acoplados a enxadas rotativas.
É muito importante que durante a escarificação consiga-se atingir uma profundidade de 25 a 30 centímetros, podendo chegar até 40 centímetros. Vale ressaltar que a terra abaixo da cama não deve ser tocada pelo escarificador, porque qualquer mistura de terra com cama pode criar um adobe e, com isso, vai ocorrer uma compactação da cama.
É necessário, também, que o escarificador seja largo o suficiente para cobrir o rodado do trator. Dessa maneira, garante-se que sempre vai estar mexendo a cama atrás da roda e não vai estar compactando a área coberta pela roda do trator.
Também é interessante que se use tratores pequenos e, preferencialmente, traçados.
Cama no compost barn (Fonte: NRCS)
Vantagens
Esse sistema vem ganhando cada vez mais espaço nos EUA e também no Brasil, exatamente porque ele traz uma série de vantagens. Na última pesquisa Top 100 realizada pelo MilkPoint, quando questionados sobre o alojamento utilizado para as vacas em lactação, as propriedades participantes desta edição são adeptas - em sua maioria - ao sistema confinado, predominantemente o free stall, em 46% das propriedades. Na sequência, aparece o compost barn, representando 22%.
Um estudo realizado nos Estados Unidos avaliou este sistema de instalações quanto ao conforto e longevidade dos animais. Foram estudadas doze fazendas leiteiras que adotaram o sistema de compost barn com o objetivo principal de proporcionar conforto ao animal, aumentar a longevidade das vacas, e melhorar a facilidade de manejo que está associada a este sistema. Os resultados deste estudo desenvolvido pela Universidade de Minnesota indicaram algumas mudanças notadas em relação ao conforto e o impacto em produtividade e longevidade:
• Redução de problemas de casco, pois comparado aos sistemas tipo free-stalls, no compost barn as vacas têm mais espaço, o que permite maior liberdade de movimento tanto para se locomoverem quanto para deitar. Além disso, mesmo quando em pé, as vacas permanecem sobre uma superfície mais macia que no concreto. Um estudo realizado no estado de Minnesota demonstrou uma porcentagem de 7,8% de vacas com problemas de casco em propriedades com compost barn, contra 19,6 a 27,8% em propriedades do tipo free-stalls.
• Com a melhoria na sanidade do casco, as vacas apresentaram maior facilidade de manifestação de cios, melhorando a taxa de detecção de cio pelos tratadores. No mesmo estudo em Minnesota, as taxas de detecção de cio aumentaram de 36,9% para 41,4% e as taxas de concepção aumentaram de 13,2% para 16,5%, quando vacas foram deslocadas do free-stall para o compost barn.
• Melhoria da qualidade do leite, com redução da CCS e menor incidência de mastite. Esse fato pode ser explicado tanto pela redução de mastite ambiental pela redução da carga microbiana na cama, melhoria da condição de higiene das vacas antes da ordenha, quanto pela melhoria no sistema imune das vacas promovida pelo ambiente mais confortável.
Alguns produtores também observaram como grande incentivo o baixo custo inicial de investimento para a construção de um compost barn, quando comparado aos custos de construção de um galpão tipo free-stall. Outro fato interessante proporcionado pelo compost barn é a redução do acúmulo e descarte de dejetos, o que inclui custos para armazenamento, espaço necessário e mão-de-obra, em comparação com sistemas de free-stall.
É possível garantir a boa saúde da glândula mamária nesse sistema?
Quando o compost barn foi introduzido no Brasil, muitas pessoas duvidavam de que seria possível ter uma saúde de glândula mamária tão boa nesse sistema quanto se tem no free stall. Entretanto, diversos trabalhos americanos têm mostrado que os dois sistemas são parecidos quanto ao número de células somáticas e incidência de mastite dentro do rebanho.
Confira na tabela abaixo a comparação do score de limpeza entre quatro trabalhos:
No primeiro trabalho, nota-se que o compost barn teve vacas um pouco mais sujas do que no free stall de areia e no free stall de areia com ventilação cruzada. No segundo trabalho, não houve diferença estatística. Nos outros dois trabalhos, o score de limpeza foi muito próximo ao relatado em free stalls de areia.
Dessa maneira, pode-se afirmar que as vacas em um compost barn bem manejado são tão limpas quanto em um bom free stall.
O trabalho abaixo comparou vacas alojadas em compost barn com vacas alojadas em free stall com camas de areia:
O trabalho evidenciou que qualquer um dos rebanhos pode ter células somáticas em níveis extremamente baixos. Além disso, a incidência de mastite foi a mesma nos dois sistemas, demonstrando que o compost barn pode ser tão bom para a saúde da glândula mamária quanto um free stall bem manejado.
Já o trabalho abaixo comparou fazendas de free stall e tie stall que fizeram a transição para compost barn:
O gráfico mostra que diversas fazendas tiveram uma melhora expressiva nas células somáticas e houve apenas uma fazenda onde a contagem de células somáticas do rebanho aumentou.
Ainda no mesmo trabalho, temos o gráfico abaixo:
O gráfico mostra a prevalência de mastite, isto é, vacas com mais de 200.000 células somáticas por ml. Na grande maioria das fazendas, houve uma diminuição na prevalência de mastite.
As fazendas no Brasil que introduziram o sistema de compost barn tiveram um decréscimo na incidência de mastite e na CCS do rebanho. Isso acontece principalmente porque, a principal vantagem do compost barn é o calor, que é o que faz a cama secar. A cama seca garante vacas limpas e, por sua vez, o começo de uma boa ordenha.
Apesar disso, todo o manejo preparatório de ordenha e todos os cuidados de secagem de vaca ainda são necessários no compost barn.
Erros frequentes no manejo do compost barn
1- Tentativa de economia de energia
Privar-se de ligar os ventiladores durante o dia devido ao custo, vai causar danos. Optar por não deixar os ventiladores ligados durante todo o dia, ligando-os apenas nos períodos mais quentes, deixará a cama mais úmida, aumentando a ocorrência de mastite. Isso acontece pois quando a umidade da cama aumenta, o material da cama adere-se à pele e ao orifício do teto, facilitando a entrada de bactérias pelo canal do teto.
As principais bactérias que têm sido observadas causando mastites em sistemas de compost barn são: os estreptococos ambientais, os coliformes - dentre eles a Klebsiella, entre outras bactérias. Geralmente, as mastites clínicas ocorridas neste cenário são de grau 2 ou 3, que causam o inchaço do úbere, muitas vezes acompanhado de sintomas sistêmicos, podendo, inclusive, levar o animal a óbito.
Portanto, nesse contexto, o ventilador deixa de ser um custo e passa a ser investimento, pois vai manter a cama seca, prevenindo doenças e melhorando o ambiente das vacas (aumentando a produção leiteira).
2- Alimentação das vacas dentro do composto
Quando as vacas se alimentam dentro da cama é muito difícil manter esse espaço seco. Muitas vezes, as vacas acabam deitando próximo ao cocho e tendo contato novamente com a umidade, aumentando a probabilidade de infecções intramamárias.
3- Frequência de reviragem da cama
Alguns produtores, por falta de trator ou algum manejo dentro da fazenda, reviram a cama 1x por dia ou 1x a cada dois dias. Por consequência, o processo de compostagem fica comprometido, e o teor de umidade da cama aumenta – mesmo com uso de ventiladores. Por isso, é aconselhável revirar a cama pelo menos 2x ao dia, garantindo assim um processo de compostagem homogêneo, facilitando a perda de umidade para o ambiente e fazendo com que a cama fique mais seca. Lembrando que, ao revirar a cama, é importante atingir as camadas mais profundas do composto, por exemplo: se a cama tem 50cm de altura, deve-se revirar de 35 a 40cm de profundidade.
4- Falhas na instalação
Por exemplo: pé direito baixo, poucos ventiladores (não abrangendo toda a área de cama), inclinação incorreta dos ventiladores (perdendo a eficiência de ventos), entre outros. Em ambientes que acontecem essas falhas, o rendimento do sistema será prejudicado.
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Fontes consultadas:
Compost barn: é possível garantir a boa saúde da glândula mamária? (https://www.educapoint.com.br/v2/blog/pecuaria-leite/compost-saude-glandula-mamaria/)
Manejo da cama no Compost Barn determina a limpeza das vacas (https://www.educapoint.com.br/v2/blog/pecuaria-leite/manejo-compost/)
4 erros frequentes no manejo do compost barn (https://www.educapoint.com.br/v2/blog/pecuaria-leite/erros-frequentes-manejo-compost-barn/)
Compost Barn: Uma alternativa para o confinamento de vacas leiteiras (https://www.milkpoint.com.br/colunas/marco-veiga-dos-santos/compost-barn-uma-alternativa-para-o-confinamento-de-vacas-leiteiras-204771n.aspx)
Sistema Compost Barn: caracterização dos parâmetros de qualidade do leite e mastite, reprodutivos, bem estar animal, do composto e econômicos em condições tropicais (https://www.embrapa.br/busca-de-projetos/-/projeto/209863/sistema-compost-barn-caracterizacao-dos-parametros-de-qualidade-do-leite-e-mastite-reprodutivos-bem-estar-animal-do-composto-e-economicos-em-condicoes-tropicais)