Conformação Funcional da vaca Gir: quais parâmetros devem ser avaliados?

Postado em: 10/07/2018 | 5 min de leitura Escrito por:
A raça Gir é amplamente utilizada na produção leiteira. Conhecer suas características morfológicas e funcionais permite que produtores e técnicos tenham uma visão mais acurada no momento de selecionar os animais do rebanho.

No vídeo abaixo do texto a Drª Tatiane A. Drummond Tetzner, Especialista em Julgamento das Raças Zebuínas e Jurada Efetiva da ABCZ e Girolando mostra, na prática, quais são os principais parâmetros que devem ser avaliados quando se examina a conformação funcional de uma vaca leiteira Gir.

Cabeça

No padrão racial da raça Gir, faz-se uma avaliação do conjunto de cabeça, que possui um perfil ultra-convexilíneo na região superior da cabeça, marrafa bem jogada para trás e a saída dos chifres próximo à linha dos olhos.

Existe um chanfro nas fêmeas, que é a região que compreende desde a linha dos olhos até o focinho mais comprido e mais estreito no comparativo com os machos.



Quando se faz uma avaliação das orelhas, na raça Gir as orelhas são mais compridas, pendentes, encartuchadas na base que tem toda a parte de envoltura e se afunila de uma forma, estreitando-se, até a região na formação do gavião. Assim, o padrão de orelha da raça Gir é bem distinto de outras raças, tanto zebuínas como europeias.

Na raça Gir, os olhos são mais elípticos, amendoados na base, com pregas de peles e de mucosas voltadas para a cor negra ou escura. É importante também que os cílios sejam predominantemente escuros. Além da forma elíptica, os olhos são também endoftálmicos, ou seja, estão mais interiorizados no comparativo com outras raças.

Quando se faz uma avaliação geral do focinho, a região da mandíbula e da maxila são importantes para que a fêmea tenha uma boa apreensão do alimento, com um conjunto de boca ampla, um bom encaixa de mandíbula e maxila. Na região do focinho, já inicia-se a região das narinas, que devem se apresentar amplas, dilatadas, com uma mucosa também escura predominando.

Todas as mucosas dos bovinos zebuínos devem ser com total melanina e escuras para adaptação nas regiões tropicais. Algumas características são permissíveis em animais em que predomina a pelagem clara. Quando se predominam os pelos brancos, tem a permissibilidade de cílios mesclados e mucosas também com uma certa despigmentação.

Quando se faz uma avaliação geral no conjunto de cabeça e saída de chifres, o padrão racial da raça Gir é muito exuberante e bem diferente no comparativo com as demais raças zebuínas.

Pescoço

O pescoço deve ter uma boa implantação geral na região do tronco, uma cabeça bem lançada. A presença da barbela é muito importante, bem como de sua proeminência, e de uma pele solta também em zebuínos.

Os zebuínos chegam a ter muito mais glândulas sudoríparas que fazem a troca de calor com o ambiente em comparação com as raças europeias. Por isso, eles têm uma área maior de pele ao longo da barbela e do umbigo para a adaptabilidade da perda de calor. Algumas raças chegam a ter de cinco a oito vezes mais glândulas sudoríparas que fazem a troca e a sudorese do animal em comparação com os animais europeus. Por isso, a presença da barbela nos animais zebuínos.



Essa avaliação de cabeça, pescoço, implantação ao tronco e do cupim são características marcantes da raça Gir.

Tronco, tórax e abdômen

Avalia-se a capacidade de conformação, avaliando-se a parte estrutural de comprimento corporal, profundidade e a linha dorso-lombar que deve ser forte, retilínea e plana para uma possível longevidade do animal.





Quando se fala de força leiteira, características muito importantes para uma boa vaca leiteira, avalia-se a amplitude de peito, ou seja, quanto maior a distância entre os membros anteriores, maior a capacidade respiratória e circulatória do animal.

Juntamente com a amplitude peitoral, avalia-se o perímetro torácico, toda a parte das primeiras costelas, juntamente com o conjunto do costado. Costelas bem compridas, arqueadas e espaçadas garantem o maior balanço abrigar rúmen, retículo, omaso e abomaso nessa região.

Essas características são importantes de serem avaliadas e comparadas com um grupo de contemporâneas com as idades, desde a bezerra, passando pela novilha até a vaca em lactação.

Garupa

Quadrante de garupa ou toda a região da garupa do animal é importante porque vai exercer um papel de teto de sustentação de todo o peso do sistema mamário. Quanto maior o comprimento íleo-ísquio, e quanto maior a amplitude desse quadrante de garupa (largura entre os dois íleos e os dois ísquios), terá mais espaço para os quartos anteriores e posteriores do sistema mamário.



Juntamente com a região dos ileos, ísquios, osso sacro, a inserção da cauda, existem articulações importantes, como a articulação coxo-femural que deve estar centrada no quadrante de garupa para uma completa colocação dos membros posteriores.

Sistema locomotor

Aprumos posteriores e anteriores possuem uma estrutura óssea muito importante, com ossos fortes, planos e chatos em gado leiteiro. Esse animal deve ser avaliado também em locomoção. Com ele caminhando, observa-se a colocação dos membros anteriores, as boas passadas, a amplitude dos dois membros anteriores (e sua capacidade peitoral), avalia-se se os membros estão corretos e se possuem boa colocação de mãos.

Nos aprumos posteriores, é importante que a ponta dos ísquios passem pela ponta dos jarretes, tocando o solo de forma perpendicular. Esse ângulo que se forma na região dos jarretes é muito importante para a longevidade dos animais e o sistema locomotor como um todo é responsável pela longevidade desse animais.



Quando não se tem aprumos corretos, pode-se ter uma elevada taxa de descarte de animais, que não conseguem desempenhar bem seu papel em um sistema de produção de leite a pasto onde deve buscar seu alimento durante todo o dia, principalmente na avaliação de Gir leiteiro.

Confira o vídeo abaixo:

 
Essa aula faz parte do curso on-line Características morfológicas e conformação funcional de raças leiteiras: Holandês e Gir, do EducaPoint. Neste curso, a instrutora, Tatiane A. Drummond Tetzner, apresenta a origem das raças Holandês e Gir, e utilizando animais altamente selecionados, discorre sobre o padrão racial das vacas Holandesa e Gir, bem como características corporais importantes que são buscadas para produtividade e longevidade destes animais no rebanho.

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