Curva de lactação: qual sua importância?
Postado em: 19/01/2022 | 3 min de leitura
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A confecção de curvas de lactação a partir da produção de todos os animais em cada controle durante o decorrer de suas lactações oferece uma possibilidade muito valiosa de analisar a variação da produção de leite de acordo com o estágio de lactação.
A curva de lactação típica de uma vaca leiteira apresenta inicialmente uma fase ascendente, ou seja, quando as produções diárias estão aumentando. Ao redor do segundo mês de lactação, alcança-se o ponto de máxima produção, chamado de pico. Depois disso, ocorre uma longa fase descendente, que é determinada pela persistência da lactação.
Portanto, existem essencialmente três fatores chave que determinam a quantidade de leite que uma vaca produz durante uma lactação:
1) Pico de produção ou altura da curva
2) Persistência, que é o grau de declínio pós pico
3) Período de lactação, que seria o comprimento da curva de lactação
Confira a curva tradicional de leite de uma vaca leiteira:
Fonte: Material promocional da Elanco
Nota-se que, nesse exemplo, a lactação tem 10 meses, porque essa vaca foi inseminada a 90-120 dias pós-parto. Consequentemente, essa vaca nessa situação hipotética teria um intervalo entre partos de 12 meses. Assim, como mostra o gráfico, aos 10 meses a lactação é interrompida, propiciando um período seco de 60 dias.
Pico de produção
É definido como o volume de leite produzido no dia de maior produção para uma dada lactação. Normalmente, o pico de produção ocorre entre 45 e 60 dias após o parto em vacas de raças europeias. Já nas raças mestiças ou zebuínas, o pico de produção ocorre aos 30 dias após o parto.
A importância do pico de produção é que é um fator determinante para o potencial de desempenho durante toda a lactação. Isso se deve ao fato de as curvas de lactação, comparando-se diferentes níveis de produção, dentro do mesmo grupo, são essencialmente paralelas, ou seja, se através de manejo, alimentação, conforto for propiciado à vaca que tenha um, dois, três litros a mais no pico, essa produção adicional no dia de máxima produção será estendida ao longo da lactação.
Há, inclusive, um “macete” que muitos técnicos e especialistas em gado leiteiro afirmam de que vacas que produzem um quilo a mais de leite no pico, normalmente, por conta dessa extensão, produzem 200 quilos a mais de leite na lactação inteira.
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Persistência de lactação
A persistência mede o quão bem a produção de leite é mantida durante o decorrer da lactação. Os valores de persistência são fortemente influenciados pelo grupo de parição das vacas, ou seja, as vacas mais jovens, novilhas de primeiro parto, apresentam curvas de lactação que têm pico menor, mas são mais persistentes. Isso significa que são curvas de lactação mais planas do que as curvas de vacas adultas.
Estudos mostram que primíparas têm uma taxa de declínio na curva de lactação de 0,03 quilos de leite por dia. As vacas de segundo parto, por sua vez, tem uma taxa de declínio de 0,07 quilos de leite por dia. Finalmente, as vacas de três ou mais partos ou multíparas, têm uma taxa de declínio de 0,08 quilos de leite por dia.
Isso evidencia que as vacas mais velhas produzem mais leite porque têm picos maiores, mas basicamente após o pico, a taxa de declínio na produção é mais acelerada na vaca adulta do que na jovem.
Uma curva de lactação mais plana pode ser de interesse econômico por muitas razões. Uma delas é que as vacas serão mais facilmente alimentadas, já que o pico de produção de leite não será tão alto. Além disso, o estresse fisiológico provocado pelas altas produções no início da lactação é diminuído e o balanço energético negativo menos pronunciado traz menos desafios ao retorno à atividade reprodutiva.
Entretanto, esse é um assunto polêmico, já que outros pesquisadores argumentam que o aumento da persistência sacrifica o pico de produção e a produção total de leite na lactação.
A aplicação da somatotropina bovina (BST) é uma ferramenta utilizada para aumentar a persistência de lactação sem afetar o pico, até porque, esse produto normalmente é usado pós-pico de produção de leite.
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