Distocia: existe diferença nas causas entre vacas e novilhas?
Postado em: 08/05/2020 | 3 min de leitura
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parto da vaca e os cuidados com a bezerra são áreas muitas vezes negligenciadas. Com isso, o problema com partos distócicos tem sido praticamente ignorado. Poucos produtores de leite incorporam estratégias de acasalamento para diminuir a ocorrência de distocia nas vacas ou têm manejo de parto e de bezerros recém-nascidos que abordam especificamente o problema.
Talvez como resultado dessa desatenção da indústria leiteira às dificuldades de parto, a taxa de distocia em bovinos leiteiros é maior do que em bovinos de corte. Uma pesquisa americana relatou, em 1994, que 18% dos partos necessitaram de assistência, enquanto a taxa de parto com distocia nas vacas de primeira lactação foi de 32%. Em comparação, no ano de 1997, nas fazendas de corte foi relatado que 17% das novilhas e 3% das vacas apresentaram distocia.
Em um estudo realizado na Universidade Estadual do Colorado, pelo programa de gestão pecuária integrada, fazendas de leite foram avaliadas quanto à ocorrência de distocia e seus efeitos nos bezerros e nas vacas. As taxas de distocia nessas fazendas variaram de 30 a 40%, sendo superiores a 50% em vacas de primeira cria. Bezerros nascidos em parto distócico tiveram de 3 a 24 vezes mais chances de morrer ao nascer, probabilidade 1,5 vezes maior de adoecer antes do desmame e taxa de mortalidade quase duas vezes maior no momento do desmame.
Logo, os impactos da distocia em vacas leiteiras incluem aumento da morte e doenças em bezerros, bem como redução da produtividade e aumento de doenças em vacas. Com isso, acumulam-se os impactos econômicos devido a custos com tratamento aumentados, redução do desempenho da bezerra e redução da eficiência reprodutiva.
Diferença entre as causas de distocia em novilhas e vacas
As causas de distocia em vacas e novilhas muitas vezes são diferentes. Uma novilha ainda está crescendo, logo, será menor que uma vaca madura. Além disso, pelo fato de novilhas nunca terem parido, os tecidos do canal de parto (cérvix, vagina e vulva) nunca foram dilatados. Assim, a distocia nas novilhas é frequentemente associada à problemas no canal do parto, o qual não dilata o suficiente. Estas distocias podem frequentemente ser corrigidas dilatando a vagina e a vulva manualmente.
Por outro lado, quando a distocia ocorre em vacas, geralmente é resultado de um problema mais sério. O tamanho do canal do parto de uma vaca é menos restritivo do que o de uma novilha, assim, quando a distocia ocorre, normalmente tem relação com outro processo de doença concomitante ou com bezerros extremamente grandes, malformados ou mal posicionados. Por estas razões, mesmo uma distocia suave em vacas pode aumentar a probabilidade de natimortos e de bezerros comprometidos quando comparados aos nascidos de uma novilha com distocia.
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Nesse curso, a médica veterinária e professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia, Ricarda Maria dos Santos, explica sobre o parto e suas implicações na fazenda leiteira, abordando os hormônios envolvidos desde os hormônios envolvidos no parto até os principais manejos reprodutivos envolvidos nesse processo, causas e consequências dos partos distócicos e formas de prevenção.
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* Baseado no artigo Distocia: cuidados com o parto em fazendas leiteiras, anteriormente publicado no site MilkPoint, de autoria de Ricarda Maria dos Santos e José Luiz Moraes Vasconcelos.
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