Febre aftosa: importância da correta vacinação do rebanho

Postado em: 07/11/2022 | 3 min de leitura Escrito por:
A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa, de evolução aguda, que afeta naturalmente os animais biungulados como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. Seus principais sintomas são febre e formação de vesículas na cavidade bucal e nos espaços interdigitais. 
 
O vírus da febre aftosa tende a sofrer mutações, formando vários subtipos e cepas diferentes e por este motivo,  são impostas barreiras sanitárias para evitar sua entrada nos países. A transmissão ocorre por contato direto com animais infectados, alimentos ou por objetos contaminados.
 
Dessa forma, é altamente recomendado que se realize a desinfecção dos caminhões, curral de embarque, recintos de leilões, entre outros, caso tenham circulado animais infectados. 
 
As estradas também podem ser contaminadas, de forma que o vírus pode ser carregado nos pneus dos veículos. Além disso, roupas, calçados e mãos das pessoas que tiveram contato com animais doentes também podem transmitir o vírus.
 
Importância da vacinação
 
Devido à importância econômica da febre aftosa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) lançou o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção contra a Febre Aftosa (PNEFA). A principal forma de controle da doença é a vacinação de bovinos e bubalinos, seguindo o calendário oficial de cada estado e região. 
 
No Brasil, a vacinação contra febre aftosa é praticada em todos os estados e no Distrito Federal, com exceção de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso, que têm a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação. 
 
No entanto, o Governo Federal irá suspender a vacinação contra a febre aftosa em seis estados e no Distrito Federal, após a última etapa de vacinação realizada em novembro de 2022. As unidades da Federação integram o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA). São elas:  Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins e Distrito Federal. 
 
De acordo com o Mapa, ainda não será imposta restrição na movimentação de animais e de produtos entre os estados do Bloco IV, que terão a vacinação suspensa em 2022, e os demais estados que ainda vacinam no país. Isso porque o pleito brasileiro para o reconhecimento internacional das unidades da Federação como zonas livres da doença sem vacinação não será encaminhado para a OIE no próximo ano.
 
O controle da doença é de extrema importância devido às implicações socioeconômicas, já que a febre aftosa provoca perdas produtivas diretas, como queda na produção de carne e leite, aborto, morte e menor capacidade produtiva, além de perdas indiretas, especialmente devido ao fechamento do mercado internacional para produtos de origem animal.
 
Alguns produtores não vacinam os animais devido ao surgimento de lesões na pele, o que pode prejudicar a venda da carcaça. Porém, isso não pode ser justificativa para não vacinar os animais nos estados em que a vacinação é obrigatória. Somente seguindo à risca o PNEFA será possível eliminar a doença do território nacional e melhorar o status sanitário do país.
 
Alguns cuidados na vacinação
 
Para evitar lesões na hora de vacinar os animais, alguns cuidados devem ser tomados:
  • Ler e seguir estritamente o que está escrito no rótulo da vacina;
  • Vacinar em instalações adequadas, pois isso reduz o risco de lesões nos animais e nas pessoas que aplicam a vacina;
  • Limpeza do local da vacina;
  • Uso de equipamento adequado;
  • Técnica de vacinação e localização adequada.
Assim, é de extrema importância que o programa de vacinação seja seguido para que o Brasil caminhe em direção à erradicação total da doença e conquiste o status nacional de país livre de febre aftosa sem vacinação. 
 
Para o reconhecimento como zonas livres de febre aftosa sem vacinação, a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados e regiões propostas por, pelo menos, 12 meses.
 
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Fontes:
 
FELIX, M. O.; NARDI JÚNIOR, G. A febre aftosa: não vacinação ou vacinação incorreta e sua implicação no agronegócio. Tekhne e Logos, Botucatu, SP, v.10, n.1, abril., 2019.
 

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