Fotoperíodo: efeitos no desempenho de vacas secas e em lactação
Postado em: 22/06/2020 | 5 min de leitura
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A manipulação do fotoperíodo é uma ferramenta de manejo utilizada para aumentar a produtividade de vacas leiteiras. O fotoperíodo é a quantidade de tempo que um animal fica exposto diariamente à luz. O manejo da luminosidade é uma técnica simples, apresenta baixo custo e não envolve mão de obra extra ou manejo extra dos animais.
Ao manipular o fotoperíodo, duas divisões de tempo comuns são usadas. O primeiro é um fotoperíodo de longo dia, 16 horas de luz e 8 horas de escuridão. O segundo é o fotoperíodo de dias curtos, 8 horas de luz e 16 horas de escuridão. Muitos estudos demonstraram que fotoperíodos diferentes para os diferentes estágios do ciclo de vida de uma vaca melhoram a produção de leite, a reprodução, a eficiência alimentar e o crescimento de novilhas.
Ao manipular o fotoperíodo, duas divisões de tempo comuns são usadas. O primeiro é um fotoperíodo de longo dia, 16 horas de luz e 8 horas de escuridão. O segundo é o fotoperíodo de dias curtos, 8 horas de luz e 16 horas de escuridão. Muitos estudos demonstraram que fotoperíodos diferentes para os diferentes estágios do ciclo de vida de uma vaca melhoram a produção de leite, a reprodução, a eficiência alimentar e o crescimento de novilhas.
A luminosidade está associada a uma série de mecanismos fisiológicos. Quando a luz incide sobre os olhos, inicia-se uma cascata de eventos hormonais, que leva à redução do hormônio melatonina. Por outro lado, durante a escuridão, ocorre aumento da secreção de melatonina. Em bovinos leiteiros já foi comprovado que a melatonina tem efeito negativo sobre a ingestão de matéria seca e sobre a produção de leite. Entretanto, vale a pena ressaltar que a melatonina é apenas um dos primeiros hormônios afetados pelo fotoperíodo. Pesquisas já demonstraram que a manipulação do fotoperíodo durante a lactação afeta significativamente as concentrações de prolactina e IGF-1.
Vacas em lactação
Vacas que recebem fotoperíodo de dia prolongado aumentam a produção de leite em até 10% em comparação com vacas que são submetidas à iluminação natural. Os resultados de um estudo mostram que, nos primeiros 10 dias da lactação, as vacas que recebem 16 horas de iluminação por dia produzem 1,66 quilos a mais de leite por dia do que as vacas sob um esquema de iluminação natural. Após 20 dias em lactação, a diferença na produção de leite entre os dois grupos aumenta para 3,06 quilos por dia. Essa diferença na produção de leite permanece constante até 100 dias em lactação, quando os grupos trocaram os esquemas de iluminação. Após a mudança da iluminação, o interruptor do poste de iluminação de 16 horas reduziu a diminuição da produção de leite das vacas que começaram originalmente com a iluminação natural.
A iluminação também pode afetar a ingestão de matéria seca de gado leiteiro. Os bovinos expostos ao fotoperíodo diurno apresentam maior consumo de matéria seca, até 6% maior do que as vacas expostas ao fotoperíodo natural de 9 a 12 horas de luz. Embora a ingestão de matéria seca tenha aumentado com o fotoperíodo prolongado, o ganho médio diário não foi diferente daqueles expostos a um fotoperíodo natural. A falta de diferenças no ganho diário sugere que as vacas de fotoperíodo longo são mais eficientes na alimentação e capazes de converter o aumento da ingestão de matéria seca em leite.
O fotoperíodo também pode afetar o desempenho reprodutivo. Os rebanhos leiteiros que forneceram 24 horas de luz ao gado tiveram resultados negativos. O fornecimento de 24 horas de luz resultou em dias mais longos entre criações, mais dias abertos e mais criações por vaca.
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Novilhas pré-púberes
Um objetivo da indústria tem sido levar as novilhas para o rebanho de ordenha o mais rápido possível. Para atingir esse objetivo, as novilhas são alimentadas com dietas de alta energia, atingindo o tamanho de criação mais rapidamente. Pesquisas anteriores indicaram que o fotoperíodo prolongado pode levar a um crescimento mais enxuto, maior desenvolvimento mamário e diminuir a idade para a puberdade em uma média de um mês. Um estudo determinou como o fotoperíodo afeta vários aspectos do crescimento de novilhas leiteiras. A criação e o parto das novilhas no fotoperíodo de dia longo ocorreram mais cedo que as novilhas no fotoperíodo de dia curto. Embora as novilhas com fotoperíodo de dia longo apresentassem menor peso corporal, elas não apresentaram crescimento esquelético limitado. Em vez disso, tiveram escores mais baixos de condição corporal porque estavam usando a energia que consumiram para o crescimento esquelético. A ingestão de ração não diferiu entre os grupos de fotoperíodo de dia curto e fotoperíodo de dia longo e as novilhas de fotoperíodo de dia longo passaram menos tempo no cocho, o que sugere que elas são mais eficientes na alimentação.
Em um dos primeiros estudos que analisaram diferenças no crescimento entre novilhas com iluminação suplementar (16 horas) e iluminação natural, as novilhas do grupo de iluminação suplementada tiveram um perímetro cardíaco maior de cerca de 4 centímetros após o teste de 16 semanas. Essas novilhas também tiveram uma média de 0,86 quilos de ganho diário em comparação com as 0,77 quilos das novilhas em um esquema de iluminação natural.
Vacas secas
Vacas secas têm o efeito oposto com um fotoperíodo de longo dia em comparação com vacas e novilhas em lactação. O fornecimento às vacas secas de fotoperíodo de dia curto leva a uma maior produção de leite na próxima lactação. Um estudo mostrou que a produção de leite aumentou 3,08 quilos por dia na próxima lactação. A produção de gordura e proteína do leite também foi maior nas vacas de fotoperíodo de dia curto. Um fotoperíodo de dia curto também levou a 1,3 quilos a mais de ingestão diária de matéria seca durante o período seco.
A maioria dos trabalhos sobre o fotoperíodo foi realizada nos Estados Unidos, Canadá e Europa, regiões que em determinada época do ano (outubro a abril) há significativa redução da luminosidade. Mas, e no Brasil?
Existe um número razoável de rebanhos no Brasil alojados em instalações escuras, sem iluminação artificial. Isso ocorre principalmente no Sul do país, mas também pode-se encontrar instalações escuras no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Muitos até tem iluminação, mas não há ênfase na reposição de lâmpadas queimadas ou na simples limpeza das lâmpadas, que devido às sujidades do ambiente, quase não iluminam mais. Enfim, detalhes como estes, podem ser facilmente contornados e monitorados após a compreensão da importância da luminosidade e poderão determinar efeitos positivos no resultado econômico da atividade.
Mais informações:
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Fontes consultadas:
The Effects of Lighting Manipulation on Dairy Cattle Management. Authors: Derek Nolan, Donna Amaral-Phillips, Ph.D. and Jeffrey Bewley, Ph.D. (https://afs.ca.uky.edu/dairy/effects-lighting-manipulation-dairy-cattle-management)
Fotoperíodo: efeitos na lactação e no período seco. Autora: Renata de Oliveira Souza. (https://www.milkpoint.com.br/artigos/producao/fotoperiodo-efeitos-na-lactacao-e-no-periodo-seco-41225n.aspx)