3 formas de melhorar a qualidade do leite promovendo o conforto das vacas
Postado em: 29/08/2019 | 5 min de leitura
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A qualidade do leite é afetada por inúmeros fatores, muitos dos quais podemos controlar através do manejo apropriado. Uma área importante que engloba muitos fatores interligados que influenciam a qualidade do leite é o conforto da vaca.
1) Considere o uso de areia ou compost barn
Se você tiver a chance de construir uma nova instalação ou renovar uma já existente, concentre-se no conforto das vacas desde o início. As vacas se deitam de 12 a 14 horas por dia, sendo a superficie da cama muito importante.
A areia é ideal porque estimula o aumento do tempo de permanência, permite que as vacas façam a transição entre ficar de pé e deitar com facilidade, ajuda a manter as vacas frescas e não promove o crescimento bacteriano.
As bactérias são o pior inimigo do úbere e, ao contrário da serragem ou da palha, a areia não tem matéria orgânica que ajudará as bactérias a proliferarem. É claro que mesmo assim, é necessário manter a higiene das camas, garantindo que a areia esteja seca e em quantidade suficiente.
Figura 1: Cama de areia no free stall (Foto: Amanda Stone)
O compost barn é outra opção confortável para as vacas, devido à espessa superfície macia que proporcionam. Lembre-se que este sistema requer uma fonte viável e acessível de serragem para suportar o processo de compostagem.
É necessário atentar-se ao fato de que em clima mais frio, pode ser mais difícil fazer a compostagem, já que essa precisa de calor para ocorrer. Por outro lado, a ventilação inadequada e a falta de ventiladores impedirão que as camas sequem adequadamente, o que forçará as vacas a se deitarem em esterco e urina molhados e cheios de bactérias.
No entanto, lembre-se: uma superfície limpa e seca é a coisa mais importante a ser buscada, independentemente do tipo de habitação ou cama.
Além de todo o prejuízo econômico e de queda na qualidade microbiológica do leite, a mastite, que pode ser causada pela contaminação ambiental, reduz a produção de leite e também os níveis de lactose e gordura.
Figura 2: Compost Barn (Foto: Elizabeth Eckelkamp)
2) Forneça acesso ao pasto
Embora exista uma ideia de que o sistema a pasto leva à produção de leite de pior qualidade, há pouca ou nenhuma base científica para essa teoria.
Uma pastagem de boa qualidade e o amplo fornecimento de sombra permitem que as vacas descansem em um ambiente mais confortável ao ar livre. Muitos produtores querem que as vacas tenham seu parto no pasto, por considerarem que se trata de uma área limpa e confortável eque pode ajudar a reduzir o estresse nesse momento.
Então, por que não deveria ser esse o caso durante toda a lactação?
O estresse por calor é uma consideração importante para animais criados a pasto, por isso, é essencial o fornecimento adequado de sombra a eles. As árvores podem fornecer sombra efetiva, mas as vacas frequentemente se aglomeram na área ao redor criando um buraco de lama, que pode aumentar o risco de mastite se o manejo e o fornecimento de sombra não for correto.
Cercar os locais sombreados ou fornecer (e mover) estruturas de sombra portáteis pode diminuir esse problema. Os pivôs centrais também podem ser uma ferramenta útil, permitindo o resfriamento por evaporação no exterior.
Figura 3: Vacas na sombra (Fonte: MilkPoint)
3) Evite o estresse térmico
Independentemente do seu sistema de produção, seja ele em confinamento, semiconfinamento ou a pasto, o estresse térmico pode ser prejudicial para a produção e a qualidade do leite. Ele diminui o consumo de ração, a produção de e os componentes do leite , além do sucesso reprodutivo. Também compromete o sistema imunológico, a principal defesa da vaca contra a mastite.
As bactérias se desenvolvem em ambientes quentes e úmidos, portanto, pode haver mais presença delas nas superfícies durante períodos quentes. Misturar vacas imuno-comprometidas com um número maior de bactérias é um desastre anunciado.
As vacas não mentem, então se elas estão mostrando sinais de estresse por calor, não questione se está realmente quente o suficiente para elas reagirem dessa maneira. Foque na solução do problema.
Considere fazer melhorias, como pendurar novos ventiladores ou limpar os antigos no inverno, quando há menos trabalho de campo para fazer, pois assim as vacas estarão prontas para enfrentar o calor assim que ele chegar.
O rebanho de vacas em lactação é frequentemente considerado como uma prioridade quando se trata de redução de calor, mas essa mentalidade às vezes faz com que outros grupos importantes sejam esquecidos.
Embora elas não devam permanecer no curral de espera mais do que algumas horas por dia, quanto menos estressante for a atividade de ordenha, mais leite as vacas produzirão. Os currais de espera são geralmente um dos lugares mais quentes das fazendas, porque geralmente são pequenos e apertados, de forma que fica difícil a dissipação do calor.
Lembre-se: O resfriamento evaporativo resulta da evaporação da água dos animais, não da água em si, portanto, certifique-se de que todas as instalações estejam bem ventiladas antes de instalar os aspersores.
Ajudar as vacas secas a aliviar o calor ajudará a prepará-las para um início mais bem-sucedido da sua lactação, o que poderá acontecer durante todo o período em questão.
O período transição já é extremamente estressante, portanto, a adição de estresse térmico a essa mistura só comprometerá ainda mais o sistema imunológico do animal, levando a ocorrência de mastite e outros problemas.
Atenção aos detalhes pode ser chave
Lembre-se que pequenos descuidos podem causar grandes problemas. O melhor tratador do mundo não conseguirá ser perfeito em tudo, mas se esforçar para prestar atenção ao maior número de detalhes possível, terá resultados melhores para a fazenda e para as vacas.
Há alguns anos, foram feitas pesquisas com rebanhos de baixa contagem de células somáticas no Kentucky para perguntar quais práticas e truques de manejo estavam relacionados à qualidade do leite.
Acontece que não havia realmente nenhum segredo, eles fizeram as coisas que os profissionais da indústria sugerem e vários afirmaram que “atenção aos detalhes” era a chave para o sucesso deles. O manejo da mastite requer atenção aos detalhes na sala de ordenha e no sistema de alojamento das vacas.
Construir ou renovar as instalações em uma fazenda leiteira é uma excelente oportunidade para fazer as coisas corretamente. Ao projetar uma nova instalação ou melhorar uma instalação existente, lembre-se que o conforto da vaca desempenha um grande papel na qualidade do leite.
Construa suas instalações para as vacas, não para as pessoas que trabalham com as vacas, e você começará a ver melhores resultados na qualidade do leite.
Se você quiser saber como medir os indicadores de conforto das vacas, acesse o conteúdo completo do cursoIndicadores de bem-estar: como medir o conforto e aumentar a produção de leite.
1) Considere o uso de areia ou compost barn
Se você tiver a chance de construir uma nova instalação ou renovar uma já existente, concentre-se no conforto das vacas desde o início. As vacas se deitam de 12 a 14 horas por dia, sendo a superficie da cama muito importante.
A areia é ideal porque estimula o aumento do tempo de permanência, permite que as vacas façam a transição entre ficar de pé e deitar com facilidade, ajuda a manter as vacas frescas e não promove o crescimento bacteriano.
As bactérias são o pior inimigo do úbere e, ao contrário da serragem ou da palha, a areia não tem matéria orgânica que ajudará as bactérias a proliferarem. É claro que mesmo assim, é necessário manter a higiene das camas, garantindo que a areia esteja seca e em quantidade suficiente.
Figura 1: Cama de areia no free stall (Foto: Amanda Stone)
O compost barn é outra opção confortável para as vacas, devido à espessa superfície macia que proporcionam. Lembre-se que este sistema requer uma fonte viável e acessível de serragem para suportar o processo de compostagem.
É necessário atentar-se ao fato de que em clima mais frio, pode ser mais difícil fazer a compostagem, já que essa precisa de calor para ocorrer. Por outro lado, a ventilação inadequada e a falta de ventiladores impedirão que as camas sequem adequadamente, o que forçará as vacas a se deitarem em esterco e urina molhados e cheios de bactérias.
No entanto, lembre-se: uma superfície limpa e seca é a coisa mais importante a ser buscada, independentemente do tipo de habitação ou cama.
Além de todo o prejuízo econômico e de queda na qualidade microbiológica do leite, a mastite, que pode ser causada pela contaminação ambiental, reduz a produção de leite e também os níveis de lactose e gordura.
Figura 2: Compost Barn (Foto: Elizabeth Eckelkamp)
2) Forneça acesso ao pasto
Embora exista uma ideia de que o sistema a pasto leva à produção de leite de pior qualidade, há pouca ou nenhuma base científica para essa teoria.
Uma pastagem de boa qualidade e o amplo fornecimento de sombra permitem que as vacas descansem em um ambiente mais confortável ao ar livre. Muitos produtores querem que as vacas tenham seu parto no pasto, por considerarem que se trata de uma área limpa e confortável eque pode ajudar a reduzir o estresse nesse momento.
Então, por que não deveria ser esse o caso durante toda a lactação?
O estresse por calor é uma consideração importante para animais criados a pasto, por isso, é essencial o fornecimento adequado de sombra a eles. As árvores podem fornecer sombra efetiva, mas as vacas frequentemente se aglomeram na área ao redor criando um buraco de lama, que pode aumentar o risco de mastite se o manejo e o fornecimento de sombra não for correto.
Cercar os locais sombreados ou fornecer (e mover) estruturas de sombra portáteis pode diminuir esse problema. Os pivôs centrais também podem ser uma ferramenta útil, permitindo o resfriamento por evaporação no exterior.
Figura 3: Vacas na sombra (Fonte: MilkPoint)
3) Evite o estresse térmico
Independentemente do seu sistema de produção, seja ele em confinamento, semiconfinamento ou a pasto, o estresse térmico pode ser prejudicial para a produção e a qualidade do leite. Ele diminui o consumo de ração, a produção de e os componentes do leite , além do sucesso reprodutivo. Também compromete o sistema imunológico, a principal defesa da vaca contra a mastite.
As bactérias se desenvolvem em ambientes quentes e úmidos, portanto, pode haver mais presença delas nas superfícies durante períodos quentes. Misturar vacas imuno-comprometidas com um número maior de bactérias é um desastre anunciado.
As vacas não mentem, então se elas estão mostrando sinais de estresse por calor, não questione se está realmente quente o suficiente para elas reagirem dessa maneira. Foque na solução do problema.
Considere fazer melhorias, como pendurar novos ventiladores ou limpar os antigos no inverno, quando há menos trabalho de campo para fazer, pois assim as vacas estarão prontas para enfrentar o calor assim que ele chegar.
O rebanho de vacas em lactação é frequentemente considerado como uma prioridade quando se trata de redução de calor, mas essa mentalidade às vezes faz com que outros grupos importantes sejam esquecidos.
Embora elas não devam permanecer no curral de espera mais do que algumas horas por dia, quanto menos estressante for a atividade de ordenha, mais leite as vacas produzirão. Os currais de espera são geralmente um dos lugares mais quentes das fazendas, porque geralmente são pequenos e apertados, de forma que fica difícil a dissipação do calor.
Lembre-se: O resfriamento evaporativo resulta da evaporação da água dos animais, não da água em si, portanto, certifique-se de que todas as instalações estejam bem ventiladas antes de instalar os aspersores.
Ajudar as vacas secas a aliviar o calor ajudará a prepará-las para um início mais bem-sucedido da sua lactação, o que poderá acontecer durante todo o período em questão.
O período transição já é extremamente estressante, portanto, a adição de estresse térmico a essa mistura só comprometerá ainda mais o sistema imunológico do animal, levando a ocorrência de mastite e outros problemas.
Atenção aos detalhes pode ser chave
Lembre-se que pequenos descuidos podem causar grandes problemas. O melhor tratador do mundo não conseguirá ser perfeito em tudo, mas se esforçar para prestar atenção ao maior número de detalhes possível, terá resultados melhores para a fazenda e para as vacas.
Há alguns anos, foram feitas pesquisas com rebanhos de baixa contagem de células somáticas no Kentucky para perguntar quais práticas e truques de manejo estavam relacionados à qualidade do leite.
Acontece que não havia realmente nenhum segredo, eles fizeram as coisas que os profissionais da indústria sugerem e vários afirmaram que “atenção aos detalhes” era a chave para o sucesso deles. O manejo da mastite requer atenção aos detalhes na sala de ordenha e no sistema de alojamento das vacas.
Construir ou renovar as instalações em uma fazenda leiteira é uma excelente oportunidade para fazer as coisas corretamente. Ao projetar uma nova instalação ou melhorar uma instalação existente, lembre-se que o conforto da vaca desempenha um grande papel na qualidade do leite.
Construa suas instalações para as vacas, não para as pessoas que trabalham com as vacas, e você começará a ver melhores resultados na qualidade do leite.
Se você quiser saber como medir os indicadores de conforto das vacas, acesse o conteúdo completo do cursoIndicadores de bem-estar: como medir o conforto e aumentar a produção de leite.
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Fonte consultada:
Baseado no artigo Maximize milk quality through cow comfort, de Amanda Stone para a Progressive Dairyman (https://www.progressivedairycanada.com/topics/herd-health/maximize-milk-quality-through-cow-comfort).
Fonte consultada:
Baseado no artigo Maximize milk quality through cow comfort, de Amanda Stone para a Progressive Dairyman (https://www.progressivedairycanada.com/topics/herd-health/maximize-milk-quality-through-cow-comfort).