A mistura dos ingredientes impacta na qualidade da dieta?
Postado em: 26/04/2018 | 3 min de leitura
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A recria ou terminação de bovinos em confinamento demanda alguns cuidados importantes para que os animais alcancem o ganho de peso desejado, no período de tempo esperado. Além dos aspectos relacionados ao ambiente e à sanidade dos animais, o manejo da alimentação nesse sistema impacta diretamente os resultados.
Um dos fatores fundamentais na questão alimentar é a qualidade da mistura dos alimentos, especialmente porque, nas dietas de confinamento, são utilizados diferentes ingredientes. Cada um deles tem tamanho de partícula e densidade distintos. Isso cria um desafio de se fazer uma mistura que se mantenha o mais uniforme possível dentro do cocho à medida que o animal se alimenta.
Os bovinos têm uma alta capacidade seletiva. É importante observar a seletividade do grupo de animais na mesma baia, bem como as preferências que levam à maior seleção de cada animal individualmente.
Dessa forma, para garantir uma dieta com boa qualidade de mistura é importante:
1) Garantir ingredientes de boa qualidade e bem conservados. Isso precisa ser sempre monitorado para minimizar riscos de contaminação, morte de animal, risco de botulismo, entre outros fatores.
2) Garantir que o misturador siga, da melhor forma possível e com a maior precisão, as instruções referentes àquela mistura, com a quantidade certa de cada um dos ingredientes.
3) Observar a sequência correta de colocação dos ingredientes.
4) Respeitar o tempo de mistura.
É necessário que os ingredientes, que possuem tamanhos e densidades diversas, estejam bem misturados. Quanto mais uniforme a dieta se mantiver ao longo do dia, mais se otimiza o desempenho dos animais e se minimiza o risco de distúrbios metabólicos.
Existem ingredientes que facilitam a mistura e outros que a dificultam, pois facilitam a seleção pelo animal. O volumoso úmido, que possui partículas bem uniformes e picadas, ajuda a agregar partículas e a misturar bem todos os alimentos. Já o volumoso mais seco, por sua vez, cria certa dificuldade de mistura.
Quando há ingredientes tão distintos quanto a polpa cítrica peletizada e o milho moído, aumenta-se a dificuldade de homogeneização desses ingredientes na dieta.
Quanto mais seca a dieta, mais difícil de homogeneizá-la. O ideal é que se tenha certa umidade na dieta. Por isso, às vezes adiciona-se um pouco de água para ajudar a agregar. Nos Estados Unidos, usa-se, muitas vezes, gordura ou melaço para obter esse resultado.
Protocolos de adaptação
Com relação aos protocolos de adaptação, independente de qual protocolo utilizado, a partir do momento em que os lotes de animais foram formados e trazidos para o confinamento, é muito importante que a primeira dieta seja fornecida e que os animais consumam essa dieta livremente, ou seja, eles vão nos “contando” o que querem comer.
Essa primeira dieta é uma dieta segura, que permite deixar que o animal ganhe peso relativamente rápido, sem restrição. É bom que ele ganhe peso rápido nessa fase, para depois vir com a segunda dieta, já com mais concentrado, depois a terceira dieta e, depois, a dieta final.
A partir da segunda dieta, o ideal é não deixar mais o animal ganhar peso à vontade. Controla-se esse ganho para evitar que o animal engorde muito rápido - como ela já é uma dieta muito energética -, e depois tenha distúrbios metabólicos, tendo uma flutuação muito grande.
Confira, na videoaula abaixo, o professor Dr. Flávio Augusto Portela Santos, da Esalq/USP, explicando sobre a importância da mistura adequada dos ingredientes:
Um dos fatores fundamentais na questão alimentar é a qualidade da mistura dos alimentos, especialmente porque, nas dietas de confinamento, são utilizados diferentes ingredientes. Cada um deles tem tamanho de partícula e densidade distintos. Isso cria um desafio de se fazer uma mistura que se mantenha o mais uniforme possível dentro do cocho à medida que o animal se alimenta.
Os bovinos têm uma alta capacidade seletiva. É importante observar a seletividade do grupo de animais na mesma baia, bem como as preferências que levam à maior seleção de cada animal individualmente.
Dessa forma, para garantir uma dieta com boa qualidade de mistura é importante:
1) Garantir ingredientes de boa qualidade e bem conservados. Isso precisa ser sempre monitorado para minimizar riscos de contaminação, morte de animal, risco de botulismo, entre outros fatores.
2) Garantir que o misturador siga, da melhor forma possível e com a maior precisão, as instruções referentes àquela mistura, com a quantidade certa de cada um dos ingredientes.
3) Observar a sequência correta de colocação dos ingredientes.
4) Respeitar o tempo de mistura.
É necessário que os ingredientes, que possuem tamanhos e densidades diversas, estejam bem misturados. Quanto mais uniforme a dieta se mantiver ao longo do dia, mais se otimiza o desempenho dos animais e se minimiza o risco de distúrbios metabólicos.
Existem ingredientes que facilitam a mistura e outros que a dificultam, pois facilitam a seleção pelo animal. O volumoso úmido, que possui partículas bem uniformes e picadas, ajuda a agregar partículas e a misturar bem todos os alimentos. Já o volumoso mais seco, por sua vez, cria certa dificuldade de mistura.
Quando há ingredientes tão distintos quanto a polpa cítrica peletizada e o milho moído, aumenta-se a dificuldade de homogeneização desses ingredientes na dieta.
Quanto mais seca a dieta, mais difícil de homogeneizá-la. O ideal é que se tenha certa umidade na dieta. Por isso, às vezes adiciona-se um pouco de água para ajudar a agregar. Nos Estados Unidos, usa-se, muitas vezes, gordura ou melaço para obter esse resultado.
Protocolos de adaptação
Com relação aos protocolos de adaptação, independente de qual protocolo utilizado, a partir do momento em que os lotes de animais foram formados e trazidos para o confinamento, é muito importante que a primeira dieta seja fornecida e que os animais consumam essa dieta livremente, ou seja, eles vão nos “contando” o que querem comer.
Essa primeira dieta é uma dieta segura, que permite deixar que o animal ganhe peso relativamente rápido, sem restrição. É bom que ele ganhe peso rápido nessa fase, para depois vir com a segunda dieta, já com mais concentrado, depois a terceira dieta e, depois, a dieta final.
A partir da segunda dieta, o ideal é não deixar mais o animal ganhar peso à vontade. Controla-se esse ganho para evitar que o animal engorde muito rápido - como ela já é uma dieta muito energética -, e depois tenha distúrbios metabólicos, tendo uma flutuação muito grande.
Confira, na videoaula abaixo, o professor Dr. Flávio Augusto Portela Santos, da Esalq/USP, explicando sobre a importância da mistura adequada dos ingredientes: