Como o monitoramento das atividades de vacas em transição pode ajudar você?
Postado em: 06/10/2020 | 4 min de leitura
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Os sistemas de monitoramento de atividades têm sido usados por muitos anos como ferramentas para gerenciar a criação de gado leiteiro; a primeira utilização registrada de um sistema eletrônico para essa finalidade foi em 1954. Nos últimos anos, houve um grande aumento no número de sistemas de monitoramento de atividades disponíveis no mercado.
Não apenas há mais opções disponíveis, mas elas são usadas para mais do que uma ferramenta de detecção de cio. Esses sistemas de atividade modernos têm a capacidade de monitorar a ruminação, a temperatura da vaca, a localização da vaca dentro do galpão, a posição da vaca (deitada ou em pé), o tempo de alimentação e muito mais. Com o aumento da funcionalidade, esses sistemas estão sendo usados cada vez mais para monitorar a saúde geral das vacas.
O período de transição, de aproximadamente 21 dias pré-parto para 21 dias pós-parto, é um período de particular preocupação para a saúde, produção e lucratividade da vaca leiteira. Problemas de saúde metabólica e reprodutiva associados ao período de transição; incluindo deslocamento de abomaso, cetose, febre do leite, distocia, metrite e retenção de placenta, são causas comuns para a remoção precoce de vacas do rebanho. Dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) mostram que aproximadamente 20% das vacas leiteiras deixarão o rebanho nos primeiros 50 dias após o parto.
Um estudo de caso foi conduzido em uma fazenda no sudeste da Pensilvânia para avaliar a eficácia de um sistema de monitoramento de atividade na detecção de mudanças na atividade diária e nos padrões de ruminação durante o período de transição de vacas Holandesas.
De abril de 2017 a fevereiro de 2018, os dados de atividade diária média e ruminação média diária foram coletados usando um sistema de atividade SCR. A fazenda continha aproximadamente 650 vacas Holandesas em lactação com uma produção média de leite de 40 quilos por vaca por dia, 3,6% de gordura e 3,0% de proteína. Vacas e novilhas criadas foram equipadas com coleiras de monitoramento da atividade 45 a 60 dias antes da data prevista de parto. Os dados de atividade e ruminação foram coletados desde o momento em que as coleiras foram colocadas até, no mínimo, os primeiros 60 dias após o parto ou até que as vacas fossem abatidas ou morressem. A fazenda registrou a data de parto, data e tipo de eventos de saúde (cetose, retenção de placenta, deslocamento de abomaso, etc.) e a data em que as vacas deixaram o rebanho.
Com base nos registros da fazenda, as vacas foram divididas em 3 grupos, conforme determinado pelo seu estado de saúde após o parto. Os grupos foram definidos como:
SEM EVENTO = vacas que não tiveram eventos de saúde no início da lactação relatados e permaneceram no rebanho por um mínimo de 60 dias pós-parto
RECUPERADA = vacas com um ou mais eventos de saúde no início da lactação relatados, mas se recuperaram e permaneceram no rebanho
DEIXARAM O REBANHO = vacas com um ou mais eventos de saúde relacionados ao início da lactação relatados e foram abatidas ou morreram nos primeiros 30 dias após o parto.
Para fins deste estudo; os eventos de saúde no início da lactação incluíram metrite, deslocamento de abomaso, retenção de placenta, cetose e febre do leite.
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Resultados do estudo de caso
Os padrões médios diários de ruminação e atividade (Figura 1) para todas as vacas são mostrados a partir de 21 dias antes do parto até 28 dias após o parto. Antes do parto, a ruminação diária para o rebanho era em média 490 minutos por vaca por dia. A média diária de ruminação e os padrões de atividade foram semelhantes nos três grupos; entretanto, houve diferenças aparentes nos padrões de atividade e ruminação entre os grupos, durante os períodos pré e pós-parto. Mais notavelmente, a ruminação foi numericamente menor nas vacas do grupo RECUPERADO em comparação com as vacas do grupo SEM EVENTO DE SAÚDE pré e pós-parto (Figura 2). Além disso, os níveis de atividade pré e pós-parto foram numericamente mais baixos para o grupo DEIXARAM O REBANHO em comparação com vacas no grupo RECUPERADO (Figura 3).
Os resultados indicam que os dados de atividade e ruminação durante o período pré-parto podem potencialmente ser usados como uma ferramenta para ajudar os produtores a detectar vacas que podem estar em maior risco de adoecer ou deixar o rebanho durante os primeiros 30 dias de lactação. Este alerta precoce pode fornecer aos criadores uma oportunidade de implementar as melhores estratégias de manejo para esses animais em risco, permitindo-lhes lidar melhor com os desafios do período de transição e, portanto, diminuir o risco de adoecer ou deixar o rebanho.
Figura 1: Atividade e ruminação diária média para todas as vacas. -21 dias antes do início da lactação e 28 após o início da lactação.
Figura 2: Atividade diária e ruminação médias, no grupo SEM EVENTO DE SAÚDE versus No grupo RECUPERADO. -21 dias antes do início da lactação e 28 após o início da lactação.
Figura 3: Atividade diária e ruminação médias, no grupo RECUPERADO versus no grupo DEIXARAM O REBANHO. -21 dias antes do início da lactação e 28 após o início da lactação.
* Baseado no artigo Using Activity Systems to Monitor Dry and Transition Cows, de Mathew Haan - Penn State Extension
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