O que é o bem-estar animal e como aplicar nas fazendas?
Postado em: 18/04/2024 | 4 min de leitura
Escrito por: Fernanda Antunes
O bem-estar dos animais passou a ser amplamente reconhecido a partir de 1964, graças à publicação do livro "Animal Machines" pela jornalista Ruth Harrison. A autora apresentou uma análise do modelo de produção animal vigente nas fazendas da época, provocando reflexões e questionamentos sobre os métodos de criação utilizados.
No ano seguinte, o parlamento britânico criou o Comitê de Brambell onde se reuniram diversos profissionais de diversas áreas para entender o comportamento biológico dos animais e analisar quais eram as necessidades dos animais e o que era preciso ser feito para que eles vivam em condições adequadas.
Foi a partir disso que surgiram as 5 liberdades de Brambell, que foi um marco histórico do bem-estar animal, onde foi reconhecido como uma ciência. Essas 5 liberdades eram bem básicas, entendidas apenas como o animal poder se virar, se deitar, levantar-se, esticar os membros e cuidar do próprio corpo.
Com o passar do tempo, as 5 liberdades sofreram alterações e passaram a ser reconhecidas como as 5 liberdades animais com alguns princípios que já existiam, mas com mudanças significativas. O bem-estar animal cada vez mais tem ganhado espaço tanto no âmbito das pesquisas quanto na implementação de práticas nas fazendas.
Nas fazendas leiteiras, todos os procedimentos e práticas rotineiras da atividade estão intrinsecamente ligados ao bem-estar das vacas, novilhas e bezerras. Destaca-se a importância das bezerras leiteiras, uma categoria crucial na atividade, especialmente sensível às condições ambientais e aos manejos que são submetidas
No ano seguinte, o parlamento britânico criou o Comitê de Brambell onde se reuniram diversos profissionais de diversas áreas para entender o comportamento biológico dos animais e analisar quais eram as necessidades dos animais e o que era preciso ser feito para que eles vivam em condições adequadas.
Foi a partir disso que surgiram as 5 liberdades de Brambell, que foi um marco histórico do bem-estar animal, onde foi reconhecido como uma ciência. Essas 5 liberdades eram bem básicas, entendidas apenas como o animal poder se virar, se deitar, levantar-se, esticar os membros e cuidar do próprio corpo.
Com o passar do tempo, as 5 liberdades sofreram alterações e passaram a ser reconhecidas como as 5 liberdades animais com alguns princípios que já existiam, mas com mudanças significativas. O bem-estar animal cada vez mais tem ganhado espaço tanto no âmbito das pesquisas quanto na implementação de práticas nas fazendas.
Nas fazendas leiteiras, todos os procedimentos e práticas rotineiras da atividade estão intrinsecamente ligados ao bem-estar das vacas, novilhas e bezerras. Destaca-se a importância das bezerras leiteiras, uma categoria crucial na atividade, especialmente sensível às condições ambientais e aos manejos que são submetidas
O que é bem-estar animal?
Bem-estar animal é o estado do animal em relação às tentativas de se adaptar ao meio em que vive. Essa é uma das definições mais aceitas, que foi descrita por Donald M. Broom. Para complementar esse conceito, a Organização Mundial de Saúde Animal, afirma que bem-estar animal indica como um animal está lidando com as condições em que vive.
Um animal está em uma condição de bem-estar se estiver saudável, confortável, bem nutrido, seguro, for capaz de expressar seu comportamento inato e não estiver sofrendo com estados desagradáveis, tais como dor, medo e angústia.
As 5 liberdades
As 5 liberdades propõem que o animal deve estar livre de fome e sede, livre de desconforto, livre de medo e estresse, livre de doença e injúria e livre para expressar comportamentos naturais.
No entanto, o termo liberdade passa a ser questionado, considerando que para algumas delas, o animal nem sempre se encontra 100% livre. Um exemplo muito claro, são as vacas leiteiras em sistemas confinados, onde possuem alimentos e água disponível a vontade. No entanto é necessário que ela sinta a fome para levantar-se da cama e se deslocar até o alimento. Nesse caso, o animal sente a necessidade de se alimentar, ou ingerir água, para então agir se deslocando até a pista de alimentação ou ao bebedouro.
Ademais, as 5 liberdades não englobam diretamente o estado afetivo e domínio mental do animal e por esse motivo, começou-se a estudar mais e entender essas necessidades como domínios e não mais como liberdade. Sendo assim, entende-se que o domínio da nutrição, do ambiente, da saúde e do comportamento refletem no domínio mental do animal.
O fornecimento de experiências positivas para o animal promove uma condição de benéfica para o domínio mental. Ao contrário disso, experiências ruins geram medo, angústia, frustração e desconforto, condições essas desfavoráveis para este domínio.
Aplicação prática do bem-estar animal na fazenda
Para entender a aplicação prática do bem-estar animal na fazenda, podemos pensar nas condições e rotinas de uma bezerra leiteira.
A bezerra que recebe a quantidade adequada de leite, nos intervalos corretos entre as mamadas, que dispõe de água, desfruta de um ambiente apropriado com cama confortável e seca, alojamento espaçoso para movimentação, está livre de doenças ou enfermidades, e pode expressar seu comportamento natural, incluindo socialização e atividades como caminhar, tem as condições positivas para um bom domínio mental. Essas condições positivas envolvem o domínio da nutrição, do ambiente, da saúde e do comportamento da bezerra.
Na criação desses animais, os cuidados no manejo iniciam antes mesmo do nascimento, desde o pré-parto, o local que a bezerra irá nascer e os cuidados iniciais como cura de umbigo, colostragem e procedimentos sanitários.
Depois da fase inicial da vida da bezerra, os manejos focados no bem-estar continuam na criação das novilhas, vacas em lactação, vacas no período seco e vacas no pré-parto. Cada categoria animal, possui suas peculiaridades, com exigências diferentes sendo necessário conhecer cada uma delas para poder aplicar as melhores práticas na fazenda.
Já está comprovado! Os animais são seres sencientes, ou seja, possuem a capacidade de serem afetados positiva ou negativamente por meio das experiências que são expostos, reagindo de forma consciente à determinada situação.
Cabe aos pesquisadores, técnicos e produtores e todas as demais pessoas envolvidas no setor a continuar pela busca de novas informações, dados e implementação de práticas nas fazendas a fim de proporcionar cada vez mais condições focadas no bem-estar animal.
Um animal está em uma condição de bem-estar se estiver saudável, confortável, bem nutrido, seguro, for capaz de expressar seu comportamento inato e não estiver sofrendo com estados desagradáveis, tais como dor, medo e angústia.
As 5 liberdades
As 5 liberdades propõem que o animal deve estar livre de fome e sede, livre de desconforto, livre de medo e estresse, livre de doença e injúria e livre para expressar comportamentos naturais.
No entanto, o termo liberdade passa a ser questionado, considerando que para algumas delas, o animal nem sempre se encontra 100% livre. Um exemplo muito claro, são as vacas leiteiras em sistemas confinados, onde possuem alimentos e água disponível a vontade. No entanto é necessário que ela sinta a fome para levantar-se da cama e se deslocar até o alimento. Nesse caso, o animal sente a necessidade de se alimentar, ou ingerir água, para então agir se deslocando até a pista de alimentação ou ao bebedouro.
Ademais, as 5 liberdades não englobam diretamente o estado afetivo e domínio mental do animal e por esse motivo, começou-se a estudar mais e entender essas necessidades como domínios e não mais como liberdade. Sendo assim, entende-se que o domínio da nutrição, do ambiente, da saúde e do comportamento refletem no domínio mental do animal.
O fornecimento de experiências positivas para o animal promove uma condição de benéfica para o domínio mental. Ao contrário disso, experiências ruins geram medo, angústia, frustração e desconforto, condições essas desfavoráveis para este domínio.
Aplicação prática do bem-estar animal na fazenda
Para entender a aplicação prática do bem-estar animal na fazenda, podemos pensar nas condições e rotinas de uma bezerra leiteira.
A bezerra que recebe a quantidade adequada de leite, nos intervalos corretos entre as mamadas, que dispõe de água, desfruta de um ambiente apropriado com cama confortável e seca, alojamento espaçoso para movimentação, está livre de doenças ou enfermidades, e pode expressar seu comportamento natural, incluindo socialização e atividades como caminhar, tem as condições positivas para um bom domínio mental. Essas condições positivas envolvem o domínio da nutrição, do ambiente, da saúde e do comportamento da bezerra.
Na criação desses animais, os cuidados no manejo iniciam antes mesmo do nascimento, desde o pré-parto, o local que a bezerra irá nascer e os cuidados iniciais como cura de umbigo, colostragem e procedimentos sanitários.
Depois da fase inicial da vida da bezerra, os manejos focados no bem-estar continuam na criação das novilhas, vacas em lactação, vacas no período seco e vacas no pré-parto. Cada categoria animal, possui suas peculiaridades, com exigências diferentes sendo necessário conhecer cada uma delas para poder aplicar as melhores práticas na fazenda.
Já está comprovado! Os animais são seres sencientes, ou seja, possuem a capacidade de serem afetados positiva ou negativamente por meio das experiências que são expostos, reagindo de forma consciente à determinada situação.
Cabe aos pesquisadores, técnicos e produtores e todas as demais pessoas envolvidas no setor a continuar pela busca de novas informações, dados e implementação de práticas nas fazendas a fim de proporcionar cada vez mais condições focadas no bem-estar animal.
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