Secagem de vacas: por que fazer e como fazer?
Postado em: 13/04/2022 | 3 min de leitura
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A secagem da vaca consiste em fazer com que ela pare de dar leite, ou seja, interrompa sua lactação. Isso porque vacas que parem ainda dando leite, produzem bezerros fracos e não apresentam boas condições corporais por ocasião do parto, o que prejudica a produção de leite na próxima lactação, devido o tempo não ser suficiente para regeneração dos tecidos secretores do leite, que dura certa de 60 dias, ocasionando prejuízo, tanto para a vaca em termos fisiológicos, como para o produtor em termos econômicos.
Esse manejo tem dois objetivos principais: o primeiro é melhorar a produção da vaca na lactação subsequente, e o segundo, e não menos importante, é a produção de colostro de melhor qualidade, o qual, consequentemente, tornará a cria mais forte e com maior potencial produtivo.
Basicamente existem dois critérios a serem utilizados para escolher o momento de secar a vaca. O primeiro critério é baseado na provável data do parto. Nesse caso, a vaca deve ser seca 60 dias antes da provável data de parto. O segundo critério refere -se à produção de leite da vaca, ou seja, deve-se interromper a lactação a partir de um determinado valor de produção de leite, geralmente porque a produção está baixa e tornou-se economicamente inviável.
O volume de leite produzido diariamente é o que determina a tomada de decisão de interromper a lactação. No entanto, esse volume é muito variável e dependerá da produção de leite média do rebanho. Para estabelecimento desse ponto de corte, o produtor ou técnico deve considerar o valor mínimo viável para manter essa vaca em lactação, isto é, saber qual quantidade de leite produzido torna antieconômica a manutenção dessa vaca em lactação.
Como fazer a secagem das vacas
A secagem de uma vaca é um processo simples, em que o produtor deve mudar de uma só vez os principais fatores que influenciam na produção de leite, dos quais os principais são a alimentação e os estímulos psíquico-hormonais (presença do bezerro, das companheiras do rebanho, presença na sala de ordenha, cheiro de ração e/ou silagem, etc.). O ato de secar a vaca nada mais é do que um processo controlado para gerar estresse no animal e, consequentemente, interromper a produção de leite.
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Para fazer a secagem das vacas, deve-se seguir os seguintes passos:
1) Avaliar se a vacas está com mastite
Verificar no início da secagem se a vaca está com mastite. O diagnóstico será feito com o uso da caneca telada ou de fundo preto. Se o teste da mastite for negativo, a vaca estará apta ao processo de secagem; se positivo, não se deve secar a vaca, mas tratar a mastite.
2) Aplicação de antibiótico
Esgotar bem o úbere da vaca. Em seguida, colocar em cada quarto ou teta um antibiótico de longa duração específico para o período seco.
3) Transferência da vaca para outro local
Transferir a vaca do local onde está acostumada à rotina da ordenha. Levá-la para um piquete afastado do curral ou do estábulo e com água à vontade e sombreamento suficiente. Não fornecer concentrado de maneira nenhuma.
4) Cessar a ordenha
Nessa fase, não se deve ordenhar mais; mesmo se o úbere se encher de leite. Esse fato não ocasionará nenhum mal ao animal, pois o organismo da vaca absorverá esse leite. Entretanto, deve-se observar diariamente se o úbere da vaca está avermelhado ou dolorido, embora raramente isso aconteça. Na hipótese de o úbere estar inflamado, deve-se fazer nova ordenha e realizar o tratamento da mastite normalmente (o mesmo tratamento das vacas em lactação). Após a cura completa da mastite, deve ser aplicado antibiótico de longa duração específico para o momento da secagem.
Decorridas duas semanas, a vaca não produzirá mais leite e a secagem estará completa. A alimentação poderá voltar ao normal – volumosa e concentrada –, condizente com o período pré-parto.
Esse método e esses cuidados têm permitido realizar a secagem de vacas com produção média superior a 20 L dia. Trata-se de um processo fácil e eficiente e, por ser rápido, não acarreta problema algum para o feto.
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Fonte:
SALMAN, A. K. D.; PFEIFER, L. F. M. Pecuária leiteira na Amazônia. Em: Capítulo 10: DOMINGUES, F.N.; SIGNORETTI, R.D.; PFEIFER, L.F.M. Manejo da vaca seca. P.222-224
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