Uso de selante de tetos na secagem de vacas leiteiras e saúde do úbere
Postado em: 14/06/2021 | 3 min de leitura
Escrito por:
Por Marcos Veiga dos Santos e Gustavo Freu.
* Artigo publicado anteriormente no site MilkPoint.
Durante o período seco (PS), a glândula mamária sofre inúmeras alterações fisiológicas, visando preparar a vaca para a lactação seguinte. Dentre essas alterações, a formação do tampão de queratina nos canais dos tetos atua como uma barreira natural que impede o acesso de microrganismos à glândula mamária.
Apesar disso, algumas vacas apresentam atraso ou até mesmo falha na produção do tampão de queratina. A ausência da proteção conferida pelo tampão de queratina resulta em tetos desprotegidos e fornece uma “porta aberta” para invsão de agentes causadores de mastite na glândula mamária.
Quartos mamários sem tampão de queratina tem maior risco de novas infecções intramamárias (NIIM) do que àqueles com formação completa desta barreira natural, o que aumentar o risco de mastite clínica pós-parto e menor leite. Assim, o uso de selante interno de tetos (SIT) é uma alternativa, capaz de prevenir as NIIM e de mastite clínica durante o PS.
Os SIT atuam de forma semelhante ao tampão de queratina, como uma barreira física contra a invasão microbiana da glândula mamária. Recentemente, o grupo de pesquisa do Qualileite avaliou a eficácia de um SIT (subnitrato de bismuto) usado em combinação com tratamento de vaca seca (cefalônio, no momento da secagem de vacas leiteiras sobre o risco de NIIM, cura bacteriológica, cura da mastite subclínica (MSC), novos casos de MSC e risco de mastite clínica até 60 dias pós-parto.
Um total de 439 vacas (1756 quartos mamários), distribuídas em cinco rebanhos leiteiros, foi avaliado antes da secagem e após o parto. No momento da secagem, as vacas foram aleatoriamente distribuídas em dois grupos de tratamento: a) ATB+SIT (infusão intramamaria de antibiótico + SIT); e b) ATB (infusão intramamária apenas de antibiótico).
As vacas tiveram amostras de leite por quarto mamário coletadas para cultura microbiológica, análise de contagem de células somáticas e foram monitoradas quanto a ocorrência de mastite clínica até 60 dias pós-parto. Os resultados das análises das amostras de leite permitiram avaliar os indicadores de saúde da glândula mamária em nível de quarto mamário.
O uso combinado de SIT+ATB reduziu em 1,4 vezes o risco de ocorrência de NIIM (Figura 1), e em 2,79 vezes a chance de ocorrer mastite clínica até 60 dias pós-parto quando comparado com as vacas que tratadas somente ATB. Estes resultados indicam a ação de proteção conferida pelo SIT durante o PS.
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Quartos mamários tratados com SIT apresentaram 1,8 vezes menos chance de desenvolver mastite causada por patogenos maiores (especialmente patógenos de origem ambiental) do que quartos mamários que receberam apenas antibiótico.
O acúmulo de leite e aumento da pressão do úbere nos primeiros dias após a secagem e antes o parto são as fases de maior risco de ocorrência de mastite, principalmente por agentes de origem ambiental. Este risco, pode ser ainda maior com o encurtamento e dilatação do canal dos tetos e com a ausência de formação do tampão de queratina.
Figura 1. Risco de novas infecções intramamárias e novos casos de mastite subclínica de acordo com os protocolos de secagem. Resultados destacados por asteriscos foram considerados estatisticamente diferentes.
As vacas tratadas com protocolo ATB apresentam cura bacteriológica de 89%, enquanto o grupo SIT+ATB teve 95% de cura bacteriológica (Figura 2). Este resultado, sugere que ambos os protocolos de terapia de vaca seca adotados neste estudo foram eficientes em tratar as infecções intramamárias existentes. Não houve diferença entre os grupos de tratamento para risco de novos casos de MSC e risco de cura da MSC e risco de cura bactariológica (Figura 1 e 2).
Figura 2 - Risco de cura bacteriológica e da mastite subclínica de acordo com os protocolos de secagem.
Os resultados deste estudo indicam que o uso de SIT+ATB no momento da secagem de vacas leiteiras reduz o risco de NIIM e de mastite clínica até 60 dias pós-parto quando comparado com a infusão isolada de antibiótico. Dessa forma, o uso de SIT é uma das principais estratégias de prevenção de mastite na secagem.
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Referências
FREU et al. Animals, v.10, n.9, 2020 (leia o artigo completo em: https://www.mdpi.com/2076-2615/10/9/1522)
Mais informações:
contato@educapoint.com.br
Telefone: (19) 3432-2199
WhatsApp (19) 99817- 4082
* Artigo publicado anteriormente no site MilkPoint.
Durante o período seco (PS), a glândula mamária sofre inúmeras alterações fisiológicas, visando preparar a vaca para a lactação seguinte. Dentre essas alterações, a formação do tampão de queratina nos canais dos tetos atua como uma barreira natural que impede o acesso de microrganismos à glândula mamária.
Apesar disso, algumas vacas apresentam atraso ou até mesmo falha na produção do tampão de queratina. A ausência da proteção conferida pelo tampão de queratina resulta em tetos desprotegidos e fornece uma “porta aberta” para invsão de agentes causadores de mastite na glândula mamária.
Quartos mamários sem tampão de queratina tem maior risco de novas infecções intramamárias (NIIM) do que àqueles com formação completa desta barreira natural, o que aumentar o risco de mastite clínica pós-parto e menor leite. Assim, o uso de selante interno de tetos (SIT) é uma alternativa, capaz de prevenir as NIIM e de mastite clínica durante o PS.
Os SIT atuam de forma semelhante ao tampão de queratina, como uma barreira física contra a invasão microbiana da glândula mamária. Recentemente, o grupo de pesquisa do Qualileite avaliou a eficácia de um SIT (subnitrato de bismuto) usado em combinação com tratamento de vaca seca (cefalônio, no momento da secagem de vacas leiteiras sobre o risco de NIIM, cura bacteriológica, cura da mastite subclínica (MSC), novos casos de MSC e risco de mastite clínica até 60 dias pós-parto.
Um total de 439 vacas (1756 quartos mamários), distribuídas em cinco rebanhos leiteiros, foi avaliado antes da secagem e após o parto. No momento da secagem, as vacas foram aleatoriamente distribuídas em dois grupos de tratamento: a) ATB+SIT (infusão intramamaria de antibiótico + SIT); e b) ATB (infusão intramamária apenas de antibiótico).
As vacas tiveram amostras de leite por quarto mamário coletadas para cultura microbiológica, análise de contagem de células somáticas e foram monitoradas quanto a ocorrência de mastite clínica até 60 dias pós-parto. Os resultados das análises das amostras de leite permitiram avaliar os indicadores de saúde da glândula mamária em nível de quarto mamário.
O uso combinado de SIT+ATB reduziu em 1,4 vezes o risco de ocorrência de NIIM (Figura 1), e em 2,79 vezes a chance de ocorrer mastite clínica até 60 dias pós-parto quando comparado com as vacas que tratadas somente ATB. Estes resultados indicam a ação de proteção conferida pelo SIT durante o PS.
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Quartos mamários tratados com SIT apresentaram 1,8 vezes menos chance de desenvolver mastite causada por patogenos maiores (especialmente patógenos de origem ambiental) do que quartos mamários que receberam apenas antibiótico.
O acúmulo de leite e aumento da pressão do úbere nos primeiros dias após a secagem e antes o parto são as fases de maior risco de ocorrência de mastite, principalmente por agentes de origem ambiental. Este risco, pode ser ainda maior com o encurtamento e dilatação do canal dos tetos e com a ausência de formação do tampão de queratina.
Figura 1. Risco de novas infecções intramamárias e novos casos de mastite subclínica de acordo com os protocolos de secagem. Resultados destacados por asteriscos foram considerados estatisticamente diferentes.
As vacas tratadas com protocolo ATB apresentam cura bacteriológica de 89%, enquanto o grupo SIT+ATB teve 95% de cura bacteriológica (Figura 2). Este resultado, sugere que ambos os protocolos de terapia de vaca seca adotados neste estudo foram eficientes em tratar as infecções intramamárias existentes. Não houve diferença entre os grupos de tratamento para risco de novos casos de MSC e risco de cura da MSC e risco de cura bactariológica (Figura 1 e 2).
Figura 2 - Risco de cura bacteriológica e da mastite subclínica de acordo com os protocolos de secagem.
Os resultados deste estudo indicam que o uso de SIT+ATB no momento da secagem de vacas leiteiras reduz o risco de NIIM e de mastite clínica até 60 dias pós-parto quando comparado com a infusão isolada de antibiótico. Dessa forma, o uso de SIT é uma das principais estratégias de prevenção de mastite na secagem.
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Referências
FREU et al. Animals, v.10, n.9, 2020 (leia o artigo completo em: https://www.mdpi.com/2076-2615/10/9/1522)
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