Quais as vantagens e os desafios da utilização da transferência de embriões em gado leiteiro?
Postado em: 02/01/2019 | 4 min de leitura
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O uso da técnica de transferência de embriões produzidos in vitro vem crescendo consideravelmente no Brasil, sendo já utilizada por muitos produtores de leite que desejam maximizar a reprodução do rebanho, com alto ganho genético, ao mesmo tempo em que garantem o nascimento de um maior número de fêmeas.
Uma ferramenta muito interessante é a transferência de embriões em tempo fixo (TETF). Quando bem aplicada (e isso inclui o trabalho não só do veterinário responsável pela reprodução do rebanho, como também dos funcionários do setor e do gerenciamento de números da fazenda), a técnica permite otimizar o manejo reprodutivo na fazenda, alcançando excelentes resultados.
A Fazenda Santa Luzia, em Passos/MG, utiliza em 100% a TETF como ferramenta reprodutiva. Ou seja, todas as prenhezes do rebanho são oriundas de embriões produzidos in vitro. A fazenda tem obtido excelentes resultados com a utilização da técnica.
De acordo com o proprietário e gestor Mauricio Silveira Coelho, o objetivo da Fazenda Santa Luzia sempre foi aumentar a produção de leite. Assim, a fazenda percebeu que o uso da tecnologia de transferência de embrião era um caminho necessário para se alcançar o objetivo desejado. Dessa forma, a fazenda foi aperfeiçoando ao longo dos anos a forma de utilizar a tecnologia.
Ao longo dos anos, a tecnologia passou a ser extremamente bem-sucedida, com os protocolos ficando cada vez mais viáveis em termos econômicos, além de mais eficientes. Dessa forma, a fazenda foi testando a tecnologia e aprendendo sobre a forma de implantação.
O início foi com novilhas, com as vacas sendo introduzidas nos protocolos um pouco mais tarde e gradativamente. Conforme seu uso foi aumentando na fazenda, percebeu-se que se tratava de uma tecnologia viável e que, sendo feitas as devidas adaptações da fazenda, a tecnologia de transferência de embrião poderia ser aplicada na totalidade da fazenda. Isso começou a ser feito em 2013.
Vantagens da transferência de embrião
De acordo com sua experiência, ele enumerou as principais vantagens do uso dessa tecnologia:
1) Possibiidade de crescimento do plantel
Na Fazenda Santa Luzia, 87% dos nascimentos são de fêmeas, de forma que a possibilidade de crescimento do rebanho é muito significativa. Com o maior número de fêmas nascidas é possível crescer o rebanho ou vender animais, agregando valor ao negócio.
2) Avanço genético
Uma vez que a Fazenda usa os Top 10% das melhores vacas acasaladas dentro do modelo genético programado, a probabilidade de se ter filhas superiores às vacas é muito maior do que se o acasalamento fosse aleatório.
3) Escolha do grau de sangue
como a Santa Luzia optou por trabalhar em sistema de pasto com animais Girolando, não há a necessidade de evoluir o grau de sangue além de três quartos. Assim, com a transferência de embrião, é possível escolher exatamente o grau de sangue que se deseja.
Isso cria a possibilidade de fazer exatamente o animal que o sistema precisa. Caso haja necessidade de alguma mudança nessa seleção, rapidamente é possível incorporar isso com a tecnologia. Em um ano, a fazenda faz de 1600 a 1800 bezerras, ou seja, muito rapidamente consegue produzir o animal que precisa para seu sistema.
4) Rotinas de reprodução ficam mais definidas
Uma vez que a técnica foi incorporada à fazenda, as rotinas de reprodução ficaram muito definidas. Dessa forma, a Fazenda sabe exatamente o que se faz a cada dia. Isso fez com que a equipe de reprodução ficasse muito focada, levando também à melhoria dos índices reprodutivos da fazenda.
Esses são benefícios que o produtor precisa pensar, porque cada dia mais a mão de obra é um fator limitante e, desde que adotas rotinas específicas, é possível ter mão de obra mais especializada e focada no objetivo desejado.
Confira a rotina da Fazenda Santa Luzia: Transferência de embrião em tempo fixo: rotina reprodutiva garante melhores resultados
Desafios
Alguns desafios foram enfrentados pela fazenda no início da implantação do sistema, como:
1) Escolha do protocolo
Definir o protocolo que realmente se adequasse às necessidades da fazenda foi um dos primeiros desafios. A fazenda passou de protocolos que davam 50% de sincronização para os atuais, que dão acima de 85% de sincronização.
Confira aqui algumas dicas importantes: Qual protocolo de TETF deve ser utilizado para vacas e novilhas?
2) Definição das rotinas semanais
Se a tecnologia da transferência de embrião é feita uma vez por mês, apenas, fica tudo muito distante. Dessa forma, a Fazenda Santa Luzia conseguiu criar uma rotina semanal, que foi um desafio no começo.
Isso gerou uma dinâmica muito acelerada de trabalhar as vacas, ou seja, as vacas não perdem tempo na reprodução, pois semanalmente têm oportunidade de entrar de novo no processo de ressincronização. Isso deu agilidade ao sistema.
3) Perdas embrionárias
Uma vez que o animal é diagnosticado como prenhe, de 28 a 32 dias, ainda há um nível de perda embrionária significativo, que é, em parte, fruto da própria técnica. Porém, hoje estão sendo feitos trabalhos importantes no sentido de entender o motivo dessas perdas, buscando reduzi-las. A expectativa é que haja redução significativa das perdas embrionárias devido à melhora na tecnologia.
Você também utiliza essa tecnologia em sua fazenda? Gostaria de saber como funciona o sistema de transferência de embrião na Fazenda Santa Luzia? Confira o conteúdo completo do curso on-line Viabilizando a intensificação do uso da transferência de embrião em gado leiteiro disponível no portfólio do EducaPoint.
O curso é ministrado pelos doutores José Luiz Moraes Vasconcelos (professor da Unesp – Botucatu/SP) e Marcos Henrique Colombo Pereira (médico veterinário, doutor em reprodução animal), além de contar com a participação especial do produtor Mauricio Silveira Coelho.
Para ter acesso ao curso completo, você precisa ser assinante da plataforma EducaPoint. O acesso à plataforma garante a você possibilidade de fazer quase 130 cursos on-line por um preço único!
Uma ferramenta muito interessante é a transferência de embriões em tempo fixo (TETF). Quando bem aplicada (e isso inclui o trabalho não só do veterinário responsável pela reprodução do rebanho, como também dos funcionários do setor e do gerenciamento de números da fazenda), a técnica permite otimizar o manejo reprodutivo na fazenda, alcançando excelentes resultados.
A Fazenda Santa Luzia, em Passos/MG, utiliza em 100% a TETF como ferramenta reprodutiva. Ou seja, todas as prenhezes do rebanho são oriundas de embriões produzidos in vitro. A fazenda tem obtido excelentes resultados com a utilização da técnica.
De acordo com o proprietário e gestor Mauricio Silveira Coelho, o objetivo da Fazenda Santa Luzia sempre foi aumentar a produção de leite. Assim, a fazenda percebeu que o uso da tecnologia de transferência de embrião era um caminho necessário para se alcançar o objetivo desejado. Dessa forma, a fazenda foi aperfeiçoando ao longo dos anos a forma de utilizar a tecnologia.
Ao longo dos anos, a tecnologia passou a ser extremamente bem-sucedida, com os protocolos ficando cada vez mais viáveis em termos econômicos, além de mais eficientes. Dessa forma, a fazenda foi testando a tecnologia e aprendendo sobre a forma de implantação.
O início foi com novilhas, com as vacas sendo introduzidas nos protocolos um pouco mais tarde e gradativamente. Conforme seu uso foi aumentando na fazenda, percebeu-se que se tratava de uma tecnologia viável e que, sendo feitas as devidas adaptações da fazenda, a tecnologia de transferência de embrião poderia ser aplicada na totalidade da fazenda. Isso começou a ser feito em 2013.
Vantagens da transferência de embrião
De acordo com sua experiência, ele enumerou as principais vantagens do uso dessa tecnologia:
1) Possibiidade de crescimento do plantel
Na Fazenda Santa Luzia, 87% dos nascimentos são de fêmeas, de forma que a possibilidade de crescimento do rebanho é muito significativa. Com o maior número de fêmas nascidas é possível crescer o rebanho ou vender animais, agregando valor ao negócio.
2) Avanço genético
Uma vez que a Fazenda usa os Top 10% das melhores vacas acasaladas dentro do modelo genético programado, a probabilidade de se ter filhas superiores às vacas é muito maior do que se o acasalamento fosse aleatório.
3) Escolha do grau de sangue
como a Santa Luzia optou por trabalhar em sistema de pasto com animais Girolando, não há a necessidade de evoluir o grau de sangue além de três quartos. Assim, com a transferência de embrião, é possível escolher exatamente o grau de sangue que se deseja.
Isso cria a possibilidade de fazer exatamente o animal que o sistema precisa. Caso haja necessidade de alguma mudança nessa seleção, rapidamente é possível incorporar isso com a tecnologia. Em um ano, a fazenda faz de 1600 a 1800 bezerras, ou seja, muito rapidamente consegue produzir o animal que precisa para seu sistema.
4) Rotinas de reprodução ficam mais definidas
Uma vez que a técnica foi incorporada à fazenda, as rotinas de reprodução ficaram muito definidas. Dessa forma, a Fazenda sabe exatamente o que se faz a cada dia. Isso fez com que a equipe de reprodução ficasse muito focada, levando também à melhoria dos índices reprodutivos da fazenda.
Esses são benefícios que o produtor precisa pensar, porque cada dia mais a mão de obra é um fator limitante e, desde que adotas rotinas específicas, é possível ter mão de obra mais especializada e focada no objetivo desejado.
Confira a rotina da Fazenda Santa Luzia: Transferência de embrião em tempo fixo: rotina reprodutiva garante melhores resultados
Desafios
Alguns desafios foram enfrentados pela fazenda no início da implantação do sistema, como:
1) Escolha do protocolo
Definir o protocolo que realmente se adequasse às necessidades da fazenda foi um dos primeiros desafios. A fazenda passou de protocolos que davam 50% de sincronização para os atuais, que dão acima de 85% de sincronização.
Confira aqui algumas dicas importantes: Qual protocolo de TETF deve ser utilizado para vacas e novilhas?
2) Definição das rotinas semanais
Se a tecnologia da transferência de embrião é feita uma vez por mês, apenas, fica tudo muito distante. Dessa forma, a Fazenda Santa Luzia conseguiu criar uma rotina semanal, que foi um desafio no começo.
Isso gerou uma dinâmica muito acelerada de trabalhar as vacas, ou seja, as vacas não perdem tempo na reprodução, pois semanalmente têm oportunidade de entrar de novo no processo de ressincronização. Isso deu agilidade ao sistema.
3) Perdas embrionárias
Uma vez que o animal é diagnosticado como prenhe, de 28 a 32 dias, ainda há um nível de perda embrionária significativo, que é, em parte, fruto da própria técnica. Porém, hoje estão sendo feitos trabalhos importantes no sentido de entender o motivo dessas perdas, buscando reduzi-las. A expectativa é que haja redução significativa das perdas embrionárias devido à melhora na tecnologia.
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